sexta-feira, 2 de junho de 2017

TRUMP RETIRA EUA DO ACORDO DE PARIS


Ana Alexandra Gonçalves*

Está confirmado, Donald Trump, o Presidente do carvão, retirou os EUA do Acordo de Paris sobre as alterações climáticas. Recorde-se que Obama tinha assinado o acordo, considerado histórico, mas ainda assim insuficiente. A decisão desta Administração americana não surpreende. Trump, em campanha eleitoral, desacreditou por inúmeras vezes o assunto, chegando mesmo a afirmar que as alterações climáticas eram "invenção dos chineses". Por outro lado, o Presidente americano mostra-se um fervoroso adepto do carvão (sim, é mesmo verdade) e tem retirado apoios às energias renováveis.

Recorde-se também que o Acordo de Paris tem como objectivo reduzir substancialmente a poluição ambiental, com especial foco na emissão de gases com efeito de estufa, considerados os causadores das alterações climáticas. 185 países assinaram, ficando de fora a Síria em guerra e a Nicarágua por considerar que o Acordo não ia suficientemente longe. A estes países junta-se agora os EUA. De resto, a decisão tem como efeito imediato o isolamento inexorável dos EUA, retirando-o da liderança de políticas essenciais, ficando essa tarefa entregue à China, UE ou Rússia.

Este é um verdadeiro retrocesso civilizacional e uma forma de condenar o planeta a níveis de degradação que poderão redundar na completa incapacidade de servir como casa de todos nós. Este é também o resultado de colocar alguém megalómano, mas com um cérebro do tamanho de uma ervilha à frente de um país como os EUA, paradoxalmente, o segundo país que mais polui. Tudo para agradar a alguns republicanos, a alguns Estados americanos e àquela minoria que obtusamente o apoia. 

Colocam-se agora várias questões, das quais assinalo uma em particular: e se outros seguem este exemplo? o que fazer quando um plano que é por muitos especialistas considerado insuficiente tiver agora novos entraves, desde logo a perda de mais tempo? Tempo que já não abunda.

O que dizer da adopção de medidas que contribuem para a nossa extinção? Quão estúpido pode ser alguém? Aparentemente não há de facto limites para a estupidez.

Assistimos pois a uma posição que é um desastre para todos nós e para as gerações vindouras - um supremo acto de egoísmo.

* Ana Alexandra Gonçalves | Triunfo da Razão

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