sábado, 3 de junho de 2017

Eu, Psicóloga: Crianças sabem quando adultos omitem informações

Crianças não apenas são capazes de identificar a omissão, mas também completam a informação através da curiosidade, diz pesquisa do MIT


Cientistas do Massachusetts Institute of Technology recentemente estudaram (clique aqui) se crianças são capazes de identificar quando um adulto lhes omite uma informação. A resposta pode fazer você pensar duas vezes antes de dizer ao seu sobrinho que "virgem" é um tipo de azeite.

Os cientistas descobriram que crianças confrontadas com informações verdadeiras, porém incompletas, não apenas são capazes de identificar a omissão, mas também completar a informação sozinhas através de exploração e curiosidade. É que descobrir em quem confiar e em quem não confiar é uma habilidade importante para sobrevivência.

"Quando recebemos uma informação de alguém, não aprendemos apenas o que está sendo ensinado, mas também aprendemos coisas sobre o interlocutor. Se a informação for precisa e completa, daí você tem mais chance de confiar naquela pessoa no futuro", diz Hyown Gweon, do MIT.

Os cientistas também investigaram o que as crianças pensam de adultos que não lhes dão informações completas sobre as coisas. Observando situações em que professores ensinam crianças sobre o uso de alguns brinquedos mas não explicam todas as funções desses brinquedos, os estudiosos descobriram que crianças não capazes de avaliar o caráter de outras pessoas e o quanto elas vão confiar nessas pessoas baseados em experiências anteriores de confiança - como por exemplo se o adulto já lhes omitiu informação no passado ou mesmo se passou tempo explicando coisas que as crianças já soubessem.

"Esses estudos são os primeiros passos para entender quão rico é o entendimento de mundo das crianças. Elas tentam organizar todos os tipos de informação para tomar decisões racionais sobre como aprender sobre o mundo, e pra quem perguntar mais informações, ao mesmo tempo sendo consciente do custo do aprendizado, como esforço e tempo", explica Gweon.

*Debora Oliveira

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