sábado, 3 de junho de 2017

Vida selvagem, Palência (sim, com P) e uma Esquina nada às avessas

P
 
 
Fugas
 
 
  Sandra Silva Costa  
Às vezes é ao contrário, guardamos o melhor para o fim, mas hoje servimos já o caviar. Temos para si uma daquelas viagens com que muitos sonham desde miúdos: África, uma estrada de gravilha que parece infinita, uma acácia isolada ao fundo – e um grupo de leões pachorrentos a dormitar. Até que aparece um gnu tresmalhado da manada e a vida selvagem acontece. Num jipe que a “enclausura do que está lá fora” – e o que está lá fora é o Parque Nacional de Etosha, na Namíbia –, a Amanda Ribeiro conta o que se passa a seguir. “Ergue-se uma leoa e lá engolimos em seco. Começa a perseguição. Lenta, demorada, determinada. Acompanhamos até onde podemos: meia hora, 45 minutos depois, a leoa ainda está no encalço da presa, perseverante e sem pressas, afastando-se para além do nosso campo de visão. O ataque, a ter acontecido, já foi para além das estradas transitáveis.” Já explicámos ao que viemos, agora só tem de seguir para aqui e continuar a ler o relato de uma viagem que, para além dos animais selvagens em vida selvagem, inclui ainda dunas de pele vermelha, paisagens de ficção científica e estradas introspectivas.
É claro que a Namíbia não é uma viagem para todos (sobretudo para todas as bolsas), mas no nosso catálogo também consta Palência. Sim, Palência, com P, não é de Valência que falamos. O Sousa Ribeiro andou por lá e apresenta várias razões para darmos um saltinho até esta cidade de Castela e Leão, a menos de hora e meia de comboio de Madrid. Deixamos-lhe só duas ou três, depois vai ter de ir descobrir o resto: é uma cidade discreta e serena, que se revela a cada momento e que abre uma porta para que possa visitar a maior concentração de monumentos românicos da Europa.
Para continuar de água na boca, temos duas sugestões de mesa, uma a Norte, outra a Sul. Começamos pela Esquina do Avesso, em Leça da Palmeira, onde o José Augusto Moreira saboreou uma “cozinha moderna que cruza produtos e tradições de várias origens com competência e sentido do gosto”. As propostas vão do arroz de pato às gambas kataifi, é melhor ir lá tirar a prova. Já em Porches, no Algarve, o Mizu é o novo restaurante japonês do resort Vila Vita Parc. A Alexandra Prado Coelho já foi experimentar o que sai do grelhador robata comandado pelo chef Alan e conta tudo aqui.
A fechar, deixo-lhe uma proposta para a noite do Porto. Chama-se Champ’s Red, é o irmão mais novo da família Champanheria e dá uma ordem muito precisa a quem lá chega, conta-nos a Ana Maria Henriques: Let’s Dance. Com ou sem sapatos vermelhos.
É tudo por hoje. Marcamos encontro para a semana, no mesmo sítio e à mesma hora. Até lá, boas viagens e, já sabe, visite-nos sempre.

Nenhum comentário:

Postar um comentário