Fecho dos mercados: Euro sobe e trava bolsas depois de Jackson Hole. Juros interrompem subidas
Os mercados em números
PSI-20 perdeu 0,70% para 5.129,53 pontos
Stoxx 600 desceu 0,48% para 372,29 pontos
S&P 500 inalterado em 22.443,04 pontos
"Yield" a 10 anos de Portugal desce 0,9 pontos base para 2,861%
Euro ganha 0,44% para 1,1976 dólares
Petróleo desce 1,30% para 51,73 dólares, em Londres
Rui Barroso ruibarroso@negocios.pt28 de agosto de 2017 às 17:31 |
Euro forte trava bolsas europeias
O índice que mede o desempenho das bolsas europeias desceu pela segunda sessão. O Stoxx 600 cedeu 0,48%, com nenhum dos 19 sectores a encerrar o dia no verde. A travar as acções do Velho Continente estiveram as preocupações em relação às subidas do euro, que negoceia em máximos de Janeiro de 2015 em relação ao dólar. A sessão foi marcada por uma liquidez abaixo do habitual, mesmo para os padrões de Agosto, já que o mercado esteve encerrado no Reino Unido.
Nos EUA, o S&P 500 segue inalterado em 2.443,04 pontos, com os investidores a medirem os prejuízos da tempestade Harvey no sector segurador e petrolífero. Já o PSI-20 voltou a ter uma descida mais pesada que a do índice europeu. Perdeu 0,70%, penalizado pelas descidas de 1,89% da Jerónimo Martins e de 1,68% do BCP.
Juros interrompem subidas
A taxa das obrigações portuguesas a dez anos interrompeu uma sequência de quatro subidas. Na conferência de Jackson Hole, na passada sexta-feira, Mario Draghi não fez referências à retirada do programa de compras de dívida e reforçou a ideia de que as políticas acomodatícias são para manter.
A "yield" portuguesa aliviou 0,9 pontos base para 2,861%. O prémio de risco face à Alemanha, a referência na Zona Euro, baixou ligeiramente para 248 pontos base. As taxas italiana e espanhola também desceram 1,9 e 0,8 pontos base, respectivamente, para 2,082% e 1,601%.
Euribor com direcções opostas
As Euribor tiveram desempenhos distintos esta segunda-feira. A taxa a três meses voltou a ser fixada em -0,329%. O indexante a 12 meses também não sofreu alterações, voltando a ser fixado em -0,159%. Já a Euribor a seis meses baixou 0,1 pontos base para -0,273%, segundo dados da agência Lusa.
Euro cada vez mais próximo de 1,20 dólares
Janet Yellen não mencionou a evolução das taxas de juro nos EUA na conferência de Jackson Hole. O mercado especula que isso é um sinal de que o ritmo da normalização dos juros poderá mais lento, o que tirou força à nota verde. A juntar a isso, Draghi não fez referência aos valores da taxa de câmbio na passada sexta-feira nesse encontro de banqueiros centrais, o que deu força ao euro.
Com o silêncio sobre a taxa de câmbio, uma das interpretações do mercado é que o presidente do BCE "não parece demasiado preocupado com os níveis actuais do euro", referiram os analistas do Commerzbank, citados pela Reuters. O euro ganha 0,44% para 1,1976 dólares e negoceia em máximos de Janeiro de 2015.
Petróleo desce com fecho de refinarias nos EUA
Os preços do petróleo descem. O mercado mostrou mais receios com o fecho temporário de refinarias nos EUA, o que impede absorver oferta de crude, do que com o impacto da tempestade Harvey na produção americana. "O petróleo foi bastante afectado por causa de toda a capacidade de refinação que foi encerrada. E isso só foi parcialmente compensado pelo abrandamento da produção", disse Ole Hansen, responsável de estratégia de matérias-primas do Saxo Bank, citado pela Bloomberg.
O Brent desce 1,30% para 51,73 dólares. E o West Texas Intermediate, a referência no mercado americano, cai 2,67% para 46,59 dólares. Já os preços da gasolina nos EUA disparam para máximos de dois anos devido ao encerramento de 10% da capacidade de refinação do país.
Ouro acima de 1.300 dólares
O ouro prepara-se para encerrar a sessão acima de 1.300 dólares, o que seria a primeira vez este ano que fecharia acima daquela barreira psicológica. O metal amarelo sobe 1,15% para 1.306,25 dólares. Beneficia do silêncio de Janet Yellen na conferência de Jackson Hole os próximos passos da Reserva Federal dos EUA no que diz respeito à política monetária, o que está a ser interpretado pelo mercado como um sinal de cautela em relação à normalização dos juros.
Fonte:Jornal de Negócios
Nenhum comentário:
Postar um comentário