David Dinis, Director
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Viva!
Começo pela má notícia desta manhã: o Harvey fez já cinco mortos e inundações "catastróficas" em Houston, tornando até quase impossíveis algumas evacuações - tal a força que as chuvas ganharam. O The New York Times diz que tudo faz lembrar o que aconteceu com o furacão Katrina, com residentes a terem que ser salvos por helicópteros e ruas a transformarem-se em rios rápidos, deixandoimagens de destruição pelo caminho. O pior é que, segundo as previsões meteorológicas, continuará a chover intensamente durante os próximos quatro a cinco dias.
Mas também há boas notícias: na Colômbia, as FARC começaram a sua transformação num partido político. Depois de entregarem 8 mil armas à ONU, os guerrilheiros juntam-se agora num congresso para prepararem a sua entrada na corrida das legislativas de 2018.
Em Angola, tudo como se previa: a Convergência Ampla de Salvação de Angola (CASA-CE) anunciou que vai impugnar judicialmente os resultados divulgados pela Comissão Eleitoral, que dão vitória ao MPLA com 61% dos votos. Tal como a UNITA, a CASA-CE invoca a nulidade do processo.
No desporto, há notícias para todos os gostos. Começando por cá: o Sporting teve um problema cardíaco no último minuto - mas ganhou; enquanto o Porto passou um obstáculo difícil com mestria (e os dois clubes ficaram isolados no topo da tabela). Lá por fora, o Mónaco de Jardim foi demolidor; e o Real Madrid perdeu terreno, com um empate caseiro. Dito tudo isto, convém não esquecer este português: Depois da prata, Fernando Pimenta sagrou-se campeão do mundo em K1 5.000m, e merece uma bela recepção à chegada ao aeroporto.
No Público hoje
Uma novidade do próximo Orçamento: Governo e esquerda tentam menos IRS para 1,5 milhões de famílias, conto eu e o Vítor Costa. BE e PCP pressionaram e as Finanças estão a fazer as contas: baixa do IRS em 2018 deve chegar até ao terceiro escalão, para beneficiar também uma classe média urbana. Se houver dinheiro, só 100 mil ficarão de fora.
Ontem mesmo, na reacção ao discurso de rentrée de Costa, o Bloco pôs mais pressão:exigiu ao Governo "escolhas" e não "restrições" e fez um pedido novo, identificado pelo DN: rever "as pensões miseráveis" de quem pediu a reforma antecipada no tempo de Passos. Falando nele, o líder do PSD criticou o anúncio dos novos escalões do IRS, falando em "demagogia, propaganda e populismo".
Mas há mais quem ponha pressão: o presidente da Central de Cervejas, por exemplo,quer o mesmo tratamento fiscal que o vinho.
O novo ano judicial também está à porta. Mas, como diz a Ana Henriques, a montanha ainda não pariu um pacto para a justiça (aquele que Marcelo pediu há um ano). Avaliando pelo que dizem os agentes do sector, a expectativa já é baixinha.
Enquanto isso, os fogos continuam sem dar descanso. Ontem três bombeiros ficaram feridos no incêndio de Pinhel.
Hoje é um dia importante para a Autoeuropa: um plenário de trabalhadores vai decidir se avança a greve marcada para quarta-feira, contestando o modelo de produção e pagamento do novo modelo da VW. O Luís Villalobos escreveu ontem sobre isso, partindo daqui: o T-Roc vale 24% das exportações da Autoeuropa este ano.
Do fim-de-semana, sobram algumas notícias de que vamos continuar a ouvir falar: o resultado da inspecção do trabalho à PT; a duplicação da população idosa em duas décadas; mais uma viagem que apanha funcionários do Estado em falso (viaExpresso); e um défice do Estado no bom caminho.
Sobram também duas reportagens no Público de que lhe queria falar: a segunda sobre racismo ("Há uma preferência “óbvia” dos senhorios em arrendarem casa a brancos); e a que fez a capa da Fugas, que é uma homenagem e um grito de todos nós: "Barcelona não se rende - e até os barceloneses voltaram à Rambla.
Verão que é de ler...
Desde logo, a entrevista da Isabel Lucas a José Albergaria, o designerportuguês que trabalha em Paris com uma extensa (e prestigiadíssima) lista de clientes. "O digital aprendeu tudo com os livros", diz ele, numa conversa que passou pelas capas dos discos de vinil, pelos cartazes de cinema, pelas cores do desporto e pela paisagem das ilhas. No P2 Verão.
Além fronteiras, uma leitura mais densa - que ajuda a explicar o que vamos sabendo da América. Como Stephen Bannon e a milionária família Mercer construíram a base de poder populista é um texto do Washington Post que publicámos ontem, no P2, e descreve a tentativa de controlo da narrativa mediática em Washington. É só suster a respiração e entrar por aqui - passando logo depois pela análise da Teresa de Sousa: "Trump atravessou uma fronteira sem regresso?"
Ainda sobre fronteiras (mas aqui sobre as morais): haverá um timing certo para fazer ficção sobre o terrorismo? O Estado, uma minissérie sobre quatro jovens britânicos radicalizados, gerou polémica no Reino Unido, onde se estreou três dias depois dos atentados de Barcelona. Chega a Portugal já no próximo mês, diz a Joana Amaral Cardoso, no texto onde nos fala deste dilema.
A Joana, ela mesmo, deixou-nos um guia que vai querer ler e guardar: vinte séries para um Setembro cheio de televisão. Mesmo a tempo para nos animar, agora que regressamos de férias.
E porque a rentrée não é só dos políticos, nem apenas das televisões, aqui vai uma novidade para si: vem aí o Festival P, o dia em que nós vamos para as ruas, para estar mesmo ao pé de si. Será um dia cheio de conferências, workshops, conversas, música, vídeo e muito mais. Serão 12 horas de eventos e com entrada livre. As primeiras linhas estão aqui, para que se lembre de marcar o dia na agenda: sábado, 9 de Setembro.
Até lá, há muito trabalho a fazer. E muitas notícias para dar.
Dia feliz para si. E até já!
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