Investigadores defendem que hipótese colocada pelo ministro da Defesa não fazia qualquer sentido. Fontes próximas do caso acreditam que houve militares envolvidos no roubo de Tancos.
A investigação ao que se passou em Tancos está convencida que houve 'mão interna' ou, pelo menos, a ajuda de militares no furto nos Paióis Nacionais, em junho.
Fonte próxima da investigação argumenta, em declarações à TSF, que é impossível os autores do crime terem, sem colaboração interna, chegado a três paióis específicos (dos 20 existentes em Tancos), precisamente aqueles com material relevante, conhecendo os pontos fracos do dispositivo de segurança.
O material roubado, agora encontrado pela Polícia Judiciária Militar, era em grandes quantidades e quem quer que tivesse eventualmente simulado esse roubo ter-se-ia dado ao trabalho de cortar uma rede, fazer um trilho no mato e arrombar as portas, o que é inverosímil, além de que o relatório de existências feito poucos meses antes era claro a identificar o material que estava nos paióis.
1450 munições ainda desaparecidas
O material militar encontrado ontem pela PJ Militar inclui cargas explosivas, granadas de mão e, entre outras, as 44 granadas foguete anti-tanque. Fonte próxima do caso acrescenta que, da longa lista de material furtado, apenas não foram recuperadas 1450 munições de 9 milímetros.
Os factos anteriores levam a investigação a acreditar, segundo apurou a TSF, que as armas foram roubadas para venda e não especificamente para terrorismo como se chegou a falar, sendo que muito provavelmente quem as roubou nem sabia o que estava a levar.
As munições de 9 milímetros são, aliás, de todo o material furtado, aquele que mais facilmente se vende no mercado negro, sendo estas as munições usadas nas cerca de 50 pistolas Glock roubadas meses antes à PSP.
Para já, fontes próximas da investigação não avançam suspeitos e sublinham que a prioridade era encontrar as armas roubadas para evitar qualquer risco.
O material de guerra agora encontrado pela Polícia Judiciária Militar estava numa zona ao ar livre, longe de qualquer habitação (nem foi preciso qualquer mandato de busca), na região da Chamusca, a poucas dezenas de quilómetros de Tancos.
O material foi recuperado depois de uma denúncia anónima com a ajuda de uma equipa anti-explosivos e já está nos Paióis de Santa Margarida, à guarda do Exército, onde está a ser realizada a peritagem para a identificação mais detalhada.
TSF
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