A construção da megalómana ponte entre a capital de Moçambique e o distrito municipal de Katembe está atrasada não por causa dos vendedores do mercado “Nwankakana” mas porque o Governo de Filipe Nyusi falhou, durante o ano de 2016, a disponibilização da comparticipação do Estado nesta obra cujo preço real ascende a 756 milhões de dólares norte-americanos.
O “braço-de-ferro” existente entre algumas centenas de vendedores do mercado “Nwankakana” e a empresa Maputo-Sul, relativamente a alegadas indemnizações pelas bancas que possuem, não é a verdadeira causa do atraso na conclusão da ponte entre Maputo e a Katembe.
O @Verdade apurou que por detrás dessa mediatização está a necessidade, por parte do Governo de Filipe Nyusi, de uma desculpa plausível para a inauguração que não vai acontecer em 2017, como estava previsto, e nem está garantida que aconteça antes das Eleições Autárquicas de 2018.
Aliás nem é preciso ser especialista em construção para verificar que várias secções da ponte, localizadas bem longe do mercado de “Nwankakana”, estão ainda por edificar como são os casos de pelo menos cinco vãos que não estão colocados.
O verdadeiro motivo do atraso é a falta de dinheiro do Executivo para honrar a sua comparticipação de 5% do montante global na obra, correspondente a cerca de 30 milhões de dólares norte-americanos.
A comparticipação de Moçambique na obra cuja viabilidade continua a ser duvidosa destina-se a despesas com impostos, tarifas alfandegárias, contribuições, comissões, taxas e as indemnizações aos cidadãos que precisam de ser deslocados para que a ponte seja edificada.
Investigação do @Verdade descobriu que o Governo só comparticipou com aproximadamente 3,3 milhões de dólares em 2015 e outros cerca de 10 milhões de em 2016.
De acordo com os mapas que acompanham o Orçamento do Estado de 2017 o Executivo não disponibilizou um único metical relativo à sua parte na rubrica “41026 Construção da Ponte Maputo-Katembe”.
Entretanto o @Verdade apurou que estão previstos na proposta de Orçamento do Estado para 2018, que ainda vai ser objecto de apreciação pela Assembleia da República, mais cerca de 1,5 milhão de dólares norte-americanos.
Contas feitas pelo @Verdade indicam que o Governo ainda terá de comparticipar com mais aproximadamente 15 milhões de dólares norte-americanos, e essa é a verdadeira causa dos atrasos na construção da ponte.
O @Verdade confirmou que o Exim Bank da China já disponibilizou a totalidade do empréstimo de 756.567.361 de dólares norte-americanos só para a construção da ponte, montante superior a quantia de 725 milhões de dólares oficialmente veiculada pelos governantes.
Importa notar que a Estrada Circular custa pelo menos outros 317 milhões de dólares.
Fonte: Jornal A Verdade, Moçambique
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