quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

O fantasma da Catalunha. E o fantasma do resgate dos CTT

P
 
 
Enquanto Dormia
 
David Dinis, Director
 
Bom dia!
Comece por anotar três notícias desta noite:

A pornografia afastou o vice-PM britânico. Damian Green apresentou a demissão depois de ter sido dado como provado que mentiu sobre conteúdos pornográficos encontrados no seu computador. E, assim, Theresa May ficou ainda mais sozinha.
A Polónia acusou Bruxelas de "mentir". Se Comissão Europeia pediu uma punição para a deriva antidemocrática do Governo de Varsóvia, o Presidente Andrezj Duda reage ao ataque: "Mentem quando dizem que há mudanças que conduzem à violação do Estado de Direito, quando estamos a melhorar os padrões democráticos". A Rita Siza explica este braço-de-ferro. E a Teresa de Sousa lembra-nos que esta não é a primeira, nem a única, ameaça de extrema-direita na Europa: "Viena 2000, Varsóvia 2017". (Francisco Assis também escreve sobre o tema, aqui).
Na Venezuela, Maduro ameaçou banir a oposição. A nova legislação aprovada obriga os partidos mais críticos a sujeitarem-se à aprovação de um Consejo Nacional Electoral - que é, claro, controlado pelo regime, conta o El Pais.
Na última hora, disparou um alarme na Austráliaum atropelo massivo numa zona pedonal em Melbourne fez pelo menos 19 feridos. Há um detido, e as autoridades confirmaram que o ataque foi "deliberado".
Mais um alerta vermelho no futebol: fora da UEFA e da Taça de Portugal, o Benfica pôs em perigo a Taça da Liga: o empate inesperado deixou o Estádio da Luz de lenços brancos na mão. Já em Alvalade, Jesus levou o jogo a sério e fechou o ano com uma goleada.

O que marca o dia

Uma fuga de informação em larga escala. A revista Sábado denuncia hoje o que classifica como "o maior ataque informático de sempre" em Portugal. Inclui o roubo de emails e passwords de Governo, militares, justiça, bancos, empresas e jornais. Uma informação que estamos a tentar confirmar e desenvolver aqui no PÚBLICO. 
O caso dos CTT. Com o maior accionista da empresa a avisar o Governo de queuma retirada da concessão aos privados iria provocar ainda mais despedimentos (na nossa manchete). E com o presidente dos correios a admitir que o plano de rescisões "teve que ser antecipado", garantindo que não haverá despedimento colectivo (noECO). Se hoje há greve dos trabalhadores marcada, ontem os analistas pediram um plano ainda mais duro (via Negócios). Já António Costa, foi contra a esquerda e disse que não haverá nacionalização da empresa, mas deixou o resto em aberto. Marcelo parece concordar.
O impasse na Autoeuropa. Ainda sem acordo para a produção do novo modelo, os trabalhadores pedem agora uma creche aberta 24 horas por dia - e aumentos de 6,5% com retroactivos a Outubro, diz o jornal i. E os plenários já discutem uma nova greve, anota o DN.
O caso do Montepio. Numa entrevista ao PÚBLICO e Renascença,Assunção Cristas diz desconfiar do que a “família socialista” está a preparar no Montepio. O tema também foi ao debate quinzenal de ontem, metendo Santana Lopes ao barulho - e levando-me ao Editorial que tem este título: "Isto não é a Santa Casa. Ou é?".
Um distanciamento do CDSRio ou Santana? “Não os conheço sequer o suficiente para ter preferência”, diz a líder centrista, na mesma entrevista que nos concedeu. As últimas dessa campanha "laranja" são estas: 20 mil pagaram quotas no último dia, conta o Observador.
Uma nova exigência do Blocoaumentos na função pública até final da legislatura. E a última vez, lembra-se de quando foi?
Um aviso de Centeno (às esquerdas e sindicatos)é preciso "tornar as carreiras da função pública sustentáveis financeiramente", disse o ministro das Finanças, admitindo haver 80 carreiras por rever.
Um recado de Costa para os patrões: o PM recusa um “regateio” comempresas que querem viver “à custa de salários baixos”.
Um pedido do ministro do Ambiente aos juízes: pode haver mão pesada para crimes ambientais?

Catalunha: mais um 'dia D'   

As eleições na Catalunha são hoje - e o novo fantasma que paira sobre a região é o de um resultado que acabe num impasse. Em Barcelona, a Sofia Lorena explica-nos quehá sete candidatos nas contas para um só lugar, e sobretudo como (face às sondagens) é quem não costuma votar que pode desbloquear o impasse. A reportagem da Sofia, hoje, vai por aí: como quer “continuar espanhol”, desta vez Rubio vai mesmo votar.
Porque o dia será de expectativa, deixo-lhe outras pistas de leitura que ajudam a compor este quadro que quase nos lembra um Salvador Dali:

Agenda do dia

No plano internacional, este será um dia de tensão: a Catalunha vai a votos - e vamos dar-lhe conta de tudo ao longo do dia; a ONU discute Jerusalém (ou, melhor, a decisão de Trump de levar para lá a embaixada americana); e Theresa May vai à Polónia, precisamente quando o conflito com a UE atinge um pico.
Por cá, Centeno e Moscovici falam sobre o Eurogrupo já daqui a nada, pouco antes de o Conselho de Ministros aprovar a reforma dos recibos verdes, prometendo os detalhes que ainda nos falta conhecer. O dia, mesmo assim, será marcado pela greve nos CTT e pela audição da administração da empresa na Assembleia. Hoje é dia de cumprimentos do Governo a Marcelo - por acaso coincidindo com o dia mais pequeno do ano.
Entretanto, deixo-lhe um pedido de ajuda do P3 - já sabe, eles fazem questão de nos tratar por tu: "Porque passámos o ano de 2017 a conhecer pessoas que vale a pena conhecer, decidimos recuperar dez histórias e pedir a tua ajuda para escolher a P3rsonalidade de 2017". Vote aqui, pode ser?
Agora vamos ao trabalho, sempre na certeza de que a boa companhia está aquimesmo à mão
Tenha um dia feliz. Até já!

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