O Governador do Banco de Moçambique, Rogério Zandamela, desejou um próspero 2018 aos banqueiros, que ganharam biliões de meticais graças as suas decisões em 2017, e perspectivou “para o ano que se avizinha, a política monetária será orientada para a manutenção de uma inflação baixa e controlada”, portanto mais do mesmo que tem asfixiado o sector produtivo e aos cidadãos honestos.
Discursando nesta segunda-feira(18), por ocasião do encerramento do ano económico, Zandamela fez um balanço positivo das acções que a instituição que dirige realizou e alertou que “a estabilidade macroeconómica precisa de ser reforçada”, declarou que no próximo ano continuará apostar na mesma receita, pelo menos enquanto o Governo não esclarecer as “lacunas” no relatório da Kroll e outras premissas necessárias para o retoma de um novo Programa com o Fundo Monetário Internacional(FMI).
“Para o ano que se avizinha, a política monetária será orientada para a manutenção de uma inflação baixa e controlada, ao nível de um dígito” declarou Zandamela que indicou que “(...)ao nível do sector financeiro, reforçaremos a vigilância macroprudencial”, e ainda “(...)vamos introduzir reformas regulatórias visando mitigar o risco decorrente da crescente exposição das instituições financeiras moçambicanas às operações com o exterior”.
Diante de uma plateia de banqueiros, muitos dos quais aproveitaram a meia hora do discurso para tirar uma sesta, o Governador do banco central revelou que o pagamento de 352 milhões de dólares norte-americanos relativos ao Imposto sobre Mais-Valia no negócio entre a ENI e Anadarko, que o @Verdade antecipou o seu pagamento, veio salvar a colecta de impostos deste ano pois “as receitas do Estado continuam aquém do necessário para financiar as despesas”.
Comité de Política Monetária vai seguir recomendações do FMI?
Nos seus desejos para o Pai Natal, Zandamela pediu “a manutenção de uma paz duradoura, a continuação dos esforços de consolidação fiscal já iniciados com o recente pacote de racionalização de despesa, a não ocorrência de choques climáticos e a estabilidade dos preços das mercadorias no mercado internacional.”
Resta saber se na última reunião do Comité de Política Monetária do Banco de Moçambique, que ainda vai acontecer esta semana, Rogério Zandamela, e os seus pares, vão seguir a recomendação do FMI e “reconsiderar o ritmo dos cortes na taxa de referência, considerando o grande e inesperado declínio da inflação” mantendo as taxas de juro altíssimas que dão grandes lucros aos banqueiros e asfixiam o sector produtivo e cidadãos que tenham créditos bancários.
Sem bons prognósticos para a economia em 2018 resta ao moçambicanos aguardarem “firmes” que na quarta-feira(20) o Presidente Filipe Nyusi traga algum ás na sua manga e o mostre na Assembleia da República onde vai apresentar o seu Informe sobre o Estado da Nação!
Fonte: Jornal A Verdade, Moçambique
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