360º
Por Filomena Martins, Diretora Adjunta
Bom dia!
Enquanto dormia...
... a terra voltou a tremer na falha até há pouco tempo desconhecida de Arraiolos. A intensidade de 3.1 não causou danos ou feridos. O problema parece vir da placa africana que nos está a comprimir e a rachar o país, mas não haverá motivo para alarmes.
Os cinco detidos dos 12 arguidos da Operação Lex começaram a ser ouvidos ontem à noite no Supremo Tribunal de Justiça. Os interrogatórios vão continuar ao longo do dia de hoje. Também já se sabe que Rui Rangel, o principal nome desta investigação baptizada seguramente com base num dos conceitos da Justiça (dura lex sed lex), e a sua ex-mulher serão ouvidos a 8 e 9 de fevereiro. Resta saber o que acontecerá a Luís Filipe Vieira: para dissipar todas as dúvidas, a PGR confirmou que o presidente do Benfica é mesmo um dos arguidos do caso (tal como o vice-presidente Fernando Tavares), mas o advogado do clube continua a negar e admite até impugnar as buscas.
Mas Vieira pode recusar ser arguido e não assinar o mandado de buscas e o termo de identidade e residência? E o que lhe pode acontecer ao fazer isso?Estas são algumas das muitas dúvidas legais que se colocam neste caso. Pode questionar-se também se os processos suspeitos que passaram por Rui Rangel ou Fátima Galante podem ser anulados ou repetidos? Ou se Rangel pode continuar a ser juiz? O João de Almeida Dias e a Rita Dinis foram à procura de respostas para seis grandes questões junto a especialistas.
Entre as suspeitas que recaem sobre Rui Rangel pode estar a interferência num processo fiscal de Luís Filipe Vieira. Foi o o filho do presidente do Benfica que negou ter qualquer litígio com o fisco e que revelou a existência de um contencioso do pai com o IRS.
O 12º arguido foi conhecido ontem: trata-se de João Rodrigues, ex-presidente da Federação Portuguesa de Futebol. Ao seu nome, e ao de Rui Rangel, aparece ligado o do empresário angolano Álvaro Sobrinho num negócio de 80 milhões, segundo o JN e o CM.
Futebol em campo: um golo de Mathieu aos 84 minutos frente ao V. Guimarães colocou o Sporting na liderança do campeonato. Os leões não perdem há 13 jogos e continuam (29 jogos) invictos nas competições nacionais. Na crónica do jogo, o Tiago Palma destaca Acuña e lembra que desde os tempos de Bölöni (o ano do título) que o Sporting não sofria tão poucos golos.
Ainda no futebol, o último dia do mercado de inverno não teve daquelas contratações sonantes, mas nem por isso deixou de ser muito movimentado. O Bruno Roseiro seguiu todas as mudanças, dos clubes nacionais e dos estrangeiros, neste liveblog ao longo do dia. E no fim, fez o resumo que se impunha: inclui um triângulo de 85 milhões, uma estrela de 16 anos e a primeira transferência em bitcoins. Deu ainda destaque a Pierre-Emerick Aubameyang, a contratação mais cara de sempre do Arsenal.
Catarina Furtado aproveitou uma entrevista na Rádio Comercial para revelar publicamente que foi vítima de assédio sexual no trabalho.
Mais notícias da manhã: a CGD voltou a aumentar as comissões e a penalizar mais os reformados, segundo o Público e a TSF; e há 63 escolas primárias a funcionar que deviam estar fechadas e que poderão ter de encerrar até final do ano, de acordo com uma lista do ministério publicada pelo DN.
Outra informação importante
A investigação às viagens pagas pela Huawei a vários políticos já teve pelo menos uma consequência. A Junta da Estrela, liderada por Luís Newton do PSD (um dos investigados), quadruplicou a despesa com deslocações para 2018. Justificação do presidente: passou a ser a Junta a pagar as viagens. Mas há outras polémicas. O Rui Pedro Antunes assistiu à última (e agitada) Assembleia de Freguesia e descobriu também que a Junta quer cobrar mais 300 mil euros à polémica discoteca Urban .
No julgamento da Operação Fizz foi dissipado um mistério: já se sabe de quem são as alcunhas que estavam escritas nas notas do procurador Orlando Figueira. O advogado Paulo Blanco confirmou que Ricky Martin, a Loira e o Meia Branca eram Ricardo Matos, Ana Bruno e Rosário Teixeira.
De Jerónimo de Sousa vem (mais) uma pressão a António Costa: “Há contradições que podem tornar-se insanáveis”, diz o líder do PCP em entrevista ao Público e à RR.
No Parlamento Europeu, o caso Centeno já não vai ser discutido no plenário. Foi Paulo Rangel quem conseguiu fazer com que o Partido Popular Europeu desistisse dessa intenção entre protestos, conversas e um jantar, como soube o Pedro Rainho. António Costa rejubilou com o apoio e as manobras e declarou o "assunto encerrado". Mas o DN diz que o presidente do Eurogrupo só ficará definitivamente livre se o processo judicial for encerrado.
Centeno esteve na Comissão Parlamentar de Orçamento e Finanças durante mais de cinco horas. Falou de IRS, de investimento, de cativações e de contas. Mas houve um elefante na sala: as perguntas sobre o caso dos convites VIP para o Benfica e das buscas da PJ no ministério não lhe arrancaram uma resposta.
Por falar em Orçamento e em números, a análise à execução orçamental do ano merece nota positiva de Joana Vicente e Luís Teles Morais. Mas também lhes deixa uma pergunta: se é verdade que o défice não só foi cumprido, como ficou abaixo do orçamentado, a questão agora é perceber de quem é o mérito desta favorável evolução das finanças públicas.
Uma boa ajuda para os bons números vem do imobiliário. A consultora JLL antecipa que depois do ano recorde de 2017, o investimento neste sector irá crescer pelo menos 25% em 2018. Mas até pode ser o dobro.
Das boas para as más notícias. A poluição que encheu de espuma amarela parte do rio Tejo junto a Abrantes veio mesmo da indústria da pasta do papel.
Carles Puigdemont marcou o que se pode chamar um golo na própria baliza. Em SMS enviados a ex-ministros que fugiram consigo para a Bélgica confessou que "o plano de Moncloa" (o governo espanhol) "triunfou", que está tudo "terminado", que os "nossos sacrificaram-nos" e que "são os últimos dias da Catalunha republicana". Mais tarde assumiu que era humano, mas não ia desistir de lutar. Mas o mal (à causa independentista) estava feito. A revista Time colocou-o entre os fugitivos mais procurados.
Nos EUA, Trump deixou o FBI em alerta máximo. Avisou que planeia tornar pública informação que detalha supostos abusos da agência e do Departamento de Justiça na investigação sobre a ingerência russa nas eleições. Resta saber se haverá retaliação e como é que isso o implicará.
Ainda dos Estados Unidos vem mais um episódio do terrível caso da família que mantinha os 13 filhos amarrados e esfomeados. O filho mais velho dos Turpin afinal andou na Universidade comunitária, tinha notas máximas, mas estava sempre sozinho e triste, descobriu a ABC. E apesar de ter possibilidade de contar o que se passava, nunca o fez.
Os nossos especiais
Henrique Jorge tem 50 anos, é português de Viseu, mas notícia em todo o mundo. Tudo porque criou o projeto digital de que toda a gente fala: o Eter9 é uma rede social que usa a inteligência artificial para prolongar a vida dos já 50 mil utilizadores: podem continuar a utilizá-la depois da morte, através de clones, tal como acontece na série “Black Mirror”. A Ana Pimentel falou com ele e conta a história.
A nossa opinião
- José Manuel Fernandes escreve sobre as suas desconfianças com tantas notícias boas da economia nacional: "Quando a esmola é muita o pobre desconfia. E eu desconfio da euforia de um país de onde todos os problemas parecem ter desaparecido. Não acredito em milagres. Os números e a realidade também não".
- Helena Garrido escreve sobre o caso Centeno e a Justiça: "Estamos mais exigentes com a classe política, pelo menos na lei e a classe política tem de se habituar a este novo grau de exigência que, apesar de tudo, ainda está longe do que vemos noutros países".
- Paulo Tunhas escreve sobre aquilo a que chama a Igreja Universal da Micrologia: "Um micrólogo é alguém que sofre da compulsão extrema a emitir juízos sobre os mínimos detalhes dos comportamentos dos outros. Se bebe cerveja, não devia: devia beber vinho. Se bebe vinho, que horror!".
Notícias surpreendentes
É outra das grandes estreias desta quinta-feira: o último filme de Daniel Day-Lewis. "Linha Fantasma", de Paul Thomas Anderson, será, segundo Eurico de Barros, uma saída de cena inesquecível: dá-lhe cinco estrelas. Por detrás do papel de Day-Lewis há dois mestres da alta-costura, James e Balenciaga.
Por falar em cinema, faz hoje 40 anos que Roman Polansky fugiu dos EUA, depois ser acusado de violar uma rapariga de 13 anos. Bruno Vieira Amaral recorda os factos do crime de um caso que agora é reavivado com o movimento #MeToo.
Acabo com fenómenos raros. Primeiro: as orcas conseguem imitar palavras ditas por humanos e muitas vezes nem sequer as precisam de ouvir mais do que uma vez: são dos poucos os animais que o conseguem fazer (tem dúvidas? Então oiça).
Depois a famosa Super Lua Azul de Sangue. Porque o fenómeno que não se registava há 150 anos deu fotos magníficas como pode ver aqui e aqui.
Hoje os Metallica dão o tão aguardado (e esgotado) concerto no Altice Arena. O Pedro Vieira conta que há 25 anos tinha o plano perfeito para os ir ver, mas um exame de Geometria Descritiva desviou-o para os U2. Agora pede desculpa a James Hetfield.
Da Arena de Lisboa para o Coliseu do Porto, que fez 75 anos. Para recordar, ficam 14 imagens históricas.
Em dia de debate quinzenal, que vamos seguir em direto a partir das 15h00, não espere até lá e vá passando pelo Observador para saber tudo o que se passa
Boa quinta-feira (mesmo com muito friiiiiooooo)
Mais pessoas vão gostar da 360º. Partilhe:
no Facebook no Twitter por e-mail
Leia as últimas
em observador.pt
Leia as últimas
em observador.pt
©2017 Observador On Time, S.A.
Rua Luz Soriano, n. 67, Lisboa
Rua Luz Soriano, n. 67, Lisboa
Apresentação do Mapa de Sessões de Colheitas de Sangue a realizar no ano de 2018 no Posto Fixo da ADASCA em Aveiro
Todas
as formas de divulgação
possíveis são bem-vindas!
Nenhum comentário:
Postar um comentário