quinta-feira, 8 de março de 2018

Três crises: a do fosso salarial das mulheres; a dos partidos ao centro; a do Benfica

P
 
 
Enquanto Dormia
 
David Dinis, Director
 
Bom dia! 
Vamos olhar as últimas notícias? 

Na América, o procurador especial aproximou-se de Trump. E não é amizade: Robert Mueller chegou à conclusão de que um encontro nas Seicheles mesmo antes da tomada de posse de Donald Trump serviu para estabelecer pontes discretas com o Kremlin. O Washington Post explica a importância de um detalhe.
No Brasil, o ex-líder da Petrobras foi condenado por corrupção. Os três milhões de reais, em subornos da Odebrecht, para facilitar contratos entre a estatal petrolífera e a empresa de construção civil, vão custar-lhe 11 anos de prisão.
Um homem armado com uma faca atacou “várias pessoas” em Viena. E fez pelo menos três feridos graves. O atacante, esse, continua em fuga.
A Bitcoin voltou a sofrer um rombo. Desta vez, a culpa foi de um aviso regulatório e de uma bolsa falida.
A “vecchia signora” desfez o quarteto fantástico inglêsA Juventus derrotou o Tottenham e apurou-se para os quartos-de-final. O City perdeu pela primeira vez no Etihad Stadium, mas já tinha a qualificação assegurada. 
Um problema eléctrico no Kosovo atrasou relógios em 25 paísesIncluindo Portugal. Sim, a sério :)

O que marca o dia

Ainda o caso do Benfica. Porque soubemos que foi roubada a password de uma procuradora para aceder a inquérito dos emails; porque um dos suspeitos ficou agora em prisão preventiva; porque o caso queima, de tal modo que o PS já pede ao Governo para fazer alguma coisa.
Também o caso da IURD. Porque o Parlamento comunicou ao MP factos “graves”, relevados numa audiência à porta fechada aos deputados.
O problema do Novo Banco. Porque os fundos de investimento estão a pôr pressão sobre Carlos Costa. E porque as revelações de ontem levaram o CDS a pedir contas ao BdP e ao Governo.
Um recado ao PS (e ao PSD). Em véspera do congresso, Adolfo Mesquita Nunes diz que “a função do CDS não é casar-se com o PS”. E acrescenta, na entrevista ao PÚBLICO e Renascença, que é tempo de “actualizar o modelo social face à nova economia”.
Uma decisão de Rui Rioo PSD vai ter um "Governo-sombra" (só lhe faltam os nomes). 
Um desfecho na lei para a Uber. Diz o Negócios que os socialistas se aproximaram da direita, procurando um ponto final num longo vazio legislativo.
Uma solução para combater os contratos a prazo: diz também o Negóciosque está a ser discutida com os parceiros sociais uma redução do tempo máximo dos contratos a prazo e a limitação do seu uso. Já no Estado, o ponto de situação é este.

Dia da mulher 

É dia para fazer contas. Como esta, que traz más notícias: Portugal é o país europeu onde o fosso salarial mais se agravou. Ou esta, que destapa a realidade: só 15% das ruas com nomes próprios são de mulheres (e quase todas são de santas, mães e rainhas).
E para fazer desafios públicos, como o Bloco fará com o assédio e a CGTP com as relações laborais.
É, claro, dia de homenagens. Como esta, dos fotojornalistas do PÚBLICO, ou esta outra às "mulheres macondes", feita pelo Manuel Roberto.
É também dia de uma lutaComo fazem estes ilustradores, desafiados por nós; como faz o Diogo, no Editorial do dia ("Não, isto não é normal"), seguindo o mote de António Guterres, que assina por aqui um texto com um título longo, mas poderoso: "Quero ser claro: isto não é um favor às mulheres. A igualdade de género é uma questão de direitos humanos".
E dia de mostrar exemplos. Como o da Teresa de Sousa, que se dedicou a escrever-nos um texto notável sobre as eleições italianas e a crise dos partidos do centro, os chamados moderados. Chama-se "A Itália e o destino da social-democracia" e mostra à evidência como a excelência não tem género, tem nomes próprios. 

A agenda de hoje

Será um dia cinzento, isso é certo. E cheio de informação solta. Cavaco Silva volta a falar em público, com uma intervenção sobre "Portugal e o Aprofundamento da UE". O PSD leva a debate na AR a situação económica, horas depois de Rui Rio ir falar ao seu (rebelde) grupo parlamentar - e um dia depois de o país sair do vermelho. O Governo divide-se entre as negociações com as carreiras médicas e um seminário sobre combate aos incêndios. Na Justiça, será conhecida a sentença do Pedro Dias, para quem o Ministério Público pede 25 anos de prisão. E no desporto, o Sporting joga a continuidade na Liga Europa, defrontando em Alvalade o Viktoria Plzen.
Lá por fora, o BCE reúne-se para debater a política monetária europeia - e os juros. E Trump deve anunciar o agravamento das tarifas de importação, abrindo uma guerra comercial de que não há memória nas últimas décadas. 
Sendo cinzento, que seja pelo menos um dia produtivo. E feliz.
Nós ficamos por aqui. Até já! 

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