quinta-feira, 12 de abril de 2018

Pró-Reitora da Politécnica: 'Dá-se mais valor a um diploma de uma universidade estrangeira mesmo sem prestígio do que o de uma moçambicana'

Foto de Fim de SemanaA Pró-Reitora para Pós-Graduação, Investigação Científica, Extensão Universitária e Cooperação da Universidade Politécnica, Rosânia da Silva, considera que o senso-comum tem dominado as discussões sobre a qualidade do ensino superior moçambicano, razão pela qual têm sido apontados mais falhas ou deficiências do sistema do que os sucessos alcançados.
Para Rosânia da Silva, os defensores desta corrente ignoram o facto de grande parte dos académicos e quadros que hoje estão a gerir, de forma competente, as instituições públicas e privadas no País terem sido formados em universidades nacionais.
Entretanto, a Pró-Reitora para Pós-Graduação, Investigação Científica, Extensão Universitária e Cooperação da Universidade Politécnica admite a possibilidade de as falhas e deficiências apontadas ao ensino superior moçambicano se deverem ao desequilíbrio e ao desnível existente entre as instituições.
“O desequilíbrio e o desnível entre as instituições que actuam no País têm feito com que a balança penda sempre para as falhas e não para os sucessos do sistema”, explicou Rosânia da Silva durante a oração de sapiência por si proferida, recentemente, na cidade de Tete, por ocasião da abertura do ano lectivo do Instituto Superior Universitário de Tete (ISUTE), uma unidade orgânica da Universidade Politécnica.
Por isso, “ainda se dá mais valor a um diploma estrangeiro, ainda que emitido por uma universidade desconhecida e sem nenhum prestígio até dentro do próprio País, do que um emitido por uma instituição moçambicana”, acrescentou.
De acordo com Rosânia da Silva, algumas das falhas e deficiências apontadas têm que ver com os altos índices de aprovações ou reprovações, os atrasos ou as abstenções dos docentes, o fraco desempenho dos docentes na transmissão dos conteúdos, entre outros factores. Neste sentido, Rosânia da Silva defende a necessidade da definição de modelos e parâmetros de qualidade consentâneos à realidade do País.
“Ao analisar uma universidade de um país em desenvolvimento, como é o caso de Moçambique, buscando modelos e parâmetros das universidades europeias ou de grandes e tradicionais centros de conhecimento, estamos a buscar modelos externos nos quais procuramos encaixar-nos. A definição dos indicadores de qualidade no ensino superior deve estar relacionada com os diversos intervenientes do processo, nomeadamente estudantes, professores, gestores, mercado de trabalho/empregadores”.
“Moçambique já trilhou um longo percurso desde a independência nacional, em que havia uma única universidade pública com um número reduzido de estudantes, até o momento actual, em que temos 52 instituições de ensino superior e cerca de 175.000 estudantes. Este é um indicador quantitativo, mas não podemos sequer pensar nos indicadores qualitativos se não tivermos um número cada vez maior de estudantes com acesso ao ensino”, concluiu.

Fonte: Jornal A Verdade, Moçambique

Antony Jose
E mais, ha um estigma, dentro de Mocambique, segundo o qual so e Universitario quem foi formado pelas "UEM, ex-ISPU, ISTEM" por ai fora, se for a concorrer uma vaga da se prioridade a esses. Errado, eu conheco colegas que passaram pelas tais universidades, mas que teem dificuldades de fazer se quer uma Nota de Envio. Mas tem Canudo da UEM. Vamos combater este mal sabido que nao e a Universidade que estuda mas sim o desempennho do Estudante que sabe o que vai buscar na Universidade.
Abdul Agostinho Mucaniwa. · 
Não gostaria de não deixar o meu comentário em volta do artigo apresentado. Na verdade há que termos em conta vários aspectos sobre o papel de uma instituição do ensino superior. Há vários pensamentos que circundam a nossa sociedade!
A universidade não é para criar elitismo; favorecidos e muito menos prestigiados mas é sim para formar personalidades capazes de alavancar a sociedade por meio das suas acções.
O que actualmente tem acontecido é triste! Se alguém é formado numa instituição de renome nota-se que o mesmo vive com ombrol altos e até despresando as pessoas que vivem ao seu redor esque...Ver mais
GostoResponder11 dia(s)
Eva Banto · 
Caro Abdul Agostinho Mucaniwa, kanimambu, subscrevo o seu ponto de vista e ainda acrescento: os africanos continuam "sofridos da patologia de colonizados-neocolonizados raciszados" continuando a não valorizarem o potencial que têm nos seus Países e no seu Continente, preterindo os académicos nacionais aos estrangeiros, assim como, deixando de investir nas escolas nacionais e preferindo gastarem dinheiros públicos com os cidadãos do Continente mandando-os aos Países Ocidentais e Europeus, pensando que lá serão melhor formados, quando na realidade é uma falsa ideia!
Muitos dos alunos formados e...Ver mais
GostoResponder1 dia(s)

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