segunda-feira, 4 de junho de 2018

Cancro da mama mais comum não diminui com quimioterapia

Estudo revela que forma mais comum de cancro da mama não diminui com quimioterapia. Outro revela que tratamento do cancro é mais eficaz quando leva em conta características genéticas
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O maior estudo alguma vez realizado sobre tratamentos de cancro da mama concluiu que a maioria das mulheres com a forma mais comum da doença podia saltar a quimioterapia sem afetar as suas hipóteses de vencer o cancro.
Os resultados esperam poupar cerca de 70 mil doentes que todos os anos nos Estados Unidos e em outros locais passam por esta provação e fazem despesas com estes medicamentos.
Testes genéticos mostram que a maioria das mulheres não necessitam de tratamento, além da cirurgia e dos bloqueadores hormonais e que a quimioterapia não melhora a sobrevida.
Os resultados do estudo são hoje discutidos numa conferência sobre cancro em Chicago e são publicados na revista científica New England Journal of Medicine.
Tratamento do cancro é mais eficaz quando leva em conta características genéticas
Os tratamentos que atacam os tumores cancerígenos em função de suas características genéticas individuais aumentam significativamente a sobrevivência do doente.
O estudo, conduzido por uma equipa de investigadores do Texas, é considerado o maior feito até hoje sobre terapias inovadoras baseadas nas características genéticas individuais dos doentes.
Segundo relata a AFP, os tratamentos que atacam os tumores em função de suas características genéticas individuais, e não da sua categoria geral, aumentam significativamente a sobrevivência do paciente em relação aos métodos tradicionais.
Nem todos os cancros de mama, fígado ou outros são iguais, explicam os investigadores. Durante anos, os pesquisadores multiplicaram o sequenciamento de tumores, principalmente os resistentes aos tratamentos habituais, para encontrar mutações genéticas num paciente específico e adaptar o medicamento que lhe será administrado.
Foi o que uma equipa de investigadores do Texas se propôs fazer em 2007, através de um estudo alargado denominado "Impact".
Os pesquisadores recrutaram 3.743 doentes tratados no centro oncológico MD Anderson, no Texas, de 2007 a 2013. Todos tinham cancro em estágio avançado, principalmente de mama, pulmão ou gastrointestinal.
Do total, 711 foram tratados com um medicamento adaptado a uma mutação genética identificada entre eles. Um segundo grupo, de 596, seguiu o protocolo padrão, principalmente porque não havia disponível nenhum tratamento geneticamente adaptado para seus casos.
Depois de três anos, 15% dos que receberam terapias moleculares específicas estavam vivos, em comparação com 7% no grupo de pacientes que seguiram o tratamento tradicional. Depois de 10 anos, 6% dos pacientes do grupo objetivo estavam vivos, contra 1% do outro grupo.
Esta médica, que não participou no estudo, refere que "este método, que consiste em identificar geneticamente os tumores, representa o futuro".
A médica adverte, no entanto, que "o sequenciamento não é um tratamento milagroso", mas manifesta sinais de otimismo na nova terapia. "Em média, as terapias específicas aumentaram a sobrevivência dos pacientes em nove meses, em comparação com os 7,3 meses dos tratamentos habituais", resume.
A principal autora do estudo, Apostolia Tsimberidou, disse à AFP que o novo método "melhora a cada ano", abrindo novos horizontes para os tratamentos. "No começo, só podíamos trabalhar num ou dois genes. Hoje podem ser detetadas centenas de mutações", explica.
Apostolia Tsimberidou espera que, no futuro, "os testes genéticos dos tumores e os exames de ADN venham a tornar-se a norma no momento do diagnóstico, o que deverá ajudar os pacientes desde o começo, principalmente nos cancros difíceis".
Lusa

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