quarta-feira, 13 de junho de 2018

Secretário de Estado do Ambiente vem a Cantanhede e Mira equacionar soluções para as descargas do “Intercetor Sul” da AdCL

A pedido de Helena Teodósio e Raúl Almeida
A presidente da Câmara Municipal de Cantanhede, Helena Teodósio, e o presidente da Câmara Municipal de Mira, Raúl Almeida, reuniram com o secretário de Estado do Ambiente, Carlos Martins, a quem pediram uma intervenção imediata para que seja resolvido o problema das descargas de águas residuais do "Intercetor Sul" da Águas do Centro Litoral (AdCL) que têm ocorrido regularmente na Vala da Vela e em áreas adjacentes a este importante recurso hídrico que atravessa o território dos dois concelhos.
Numa reunião em que participou também Tiago Costa Braga,  administrador da AdCL, e Nelson Maltez, vice-presidente da Câmara de Mira, aquele membro do Governo mostrou conhecer a situação em pormenor e manifestou-se disponível para diligenciar no sentido de agilizar processos tendentes a diminuir (significativamente) o volume dos caudais que têm vindo a ser descarregados do referido sistema coletor em alta e minimizar os impactos ambientais, até ser implementada a solução definitiva já equacionada nos termos de um estudo encomendado pela AdCL e coordenado pelo Professor Saldanha Matos.
Helena Teodósio e Raúl Almeida insistiram junto do secretário de Estado que, tendo em conta que a construção da ETAR demorará pelo menos três anos, é preciso avançar rapidamente com medidas que resolvam no imediato os atuais impactos ambientais. Nesse sentido, estão a ser efetuados mais estudos para avaliar por que razão os caudais do Intercetor Sul se mantêm demasiado elevados ao longo de todo o ano sem variação apreciável, situação que tem intrigado os técnicos e que está de novo a ser exaustivamente investigada para eliminar as causas que poderão estar na sua origem.
Para já, Carlos Martins disponibilizou-se a vir a Cantanhede e Mira ainda durante o mês de junho para analisar com as entidades locais as soluções possíveis para uma situação que se arrasta há demasiado tempo e que persiste mesmo depois de a AdCL ter implementado medidas para mitigar os impactos das descargas.
Em agosto de 2017, a empresa tornava pública a conclusão da “empreitada de aumento de capacidade de estações elevatórias no Intercetor Sul, que reforça o saneamento nos municípios de Mira e Cantanhede”, dando conta que a obra veio “aumentar a capacidade das estações elevatórias EECT (Cochadas – Cantanhede), EESI (Mira) EES2 (Lagoa) e EES4 (Gafanha do Areão) através da alteração dos grupos de bombagem e quadros eléctricos, originando um aumento da capacidade de bombagem na ordem dos 15 e 20%”.
Mais recentemente, em abril deste ano, foi concluída outra empreitada para implementação de novas medidas mitigadoras, designadamente a criação de um sistema de descargas de emergência de modo a estas serem feitas controladamente, minimizando os impactos ambientais.
No entanto, as intervenções realizadas não terão produzido os efeitos pretendidos, porquanto as descargas de efluentes continuam a ocorrer com uma regularidade e intensidade inesperadas face às medidas mitigadoras implementadas.
O Intercetor Sul da AdCL, recorde-se, foi construído pela ex-Simria, na primeira fase do anterior Sistema Municipal de Saneamento da Ria de Aveiro, transportando os efluentes dos municípios de Cantanhede (parte), Mira, Vagos e Ílhavo, os quais são tratados na ETAR localizada neste último concelho e posteriormente enviados para o Oceano Atlântico

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