domingo, 30 de setembro de 2018

Jair Bolsonaro desconfia do sistema eleitoral brasileiro e da subida do PT nas sondagens

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O candidato às eleições presidenciais no Brasil Jair Bolsonaro, disse no sábado, em entrevista à TV Globo, que desconfia do sistema eleitoral brasileiro e da subida do Partido dos Trabalhadores (PT) nas sondagens, que considerou um "absurdo".
O candidato do Partido Social Liberal (PSL) disse duvidar do crescimento do PT nas mais recentes sondagens e reforçou a dúvida sobre a transparência do sistema eleitoral, naquela que foi a sua primeira entrevista após ter recebido alta hospitalar e emitida no dia em que ocorreram vários protestos contra a sua candidatura, tanto no Brasil como da comunidade brasileira espalhada no mundo.
"Foi um absurdo o PT crescer [nas sondagens]. Não existe isso: o que eu sinto nas ruas, o que eu vejo nas manifestações - haverá uma grande amanhã - é um sinal claro de que o povo está do nosso lado e, da forma como isso é demonstrado, não dá para a gente aceitar passivamente a fraude", disse, 22 dias após ter sofrido um atentado contra a sua vida.
Bolsonaro, que registou uma subida nas intenções de voto enquanto esteve internado, voltou a criticar o sistema eleitoral. O candidato sublinhou que "havia uma maneira de o auditar", através do voto impresso", mas que, "lamentavelmente o Supremo Tribunal [Federal] derrubou" essa possibilidade, pelo que, "fica a dúvida" sobre o ato eleitoral, concluiu.
O candidato da extrema-direita disse estar "muito feliz" por regressar a casa e manifestou vontade em participar no debate eleitoral da próxima semana, apesar de ainda estar debilitado.
"Quero rever a minha filha de sete anos, a família, [e isso] não tem preço. Estou muito feliz. Eu tenho recomendações médicas, mas estou [a] ver se consigo ir ao debate da Globo na quinta-feira", disse.
"Tenho vontade [de ir]. Fiquei muito tempo afastado, fui muito atacado, é a oportunidade que tenho de mostrar a realidade", acrescentou.
Bolsonaro disse também que pretende desfazer mal entendidos. "Parte da equipa falou demais. Mas foi tudo de boa fé. E os ataques que foram muitos, se for possível, a gente desfaz", garantiu.
O voo que transportou Bolsonaro desde São Paulo até ao Rio de Janeiro, estado brasileiro onde reside, esteve envolto em polémica.
A descolagem da aeronave atrasou cerca de meia hora, segundo a imprensa brasileira, devido à presença do candidato e da sua comitiva no avião.
A polícia federal acompanhou Bolsonaro e foi pedido a alguns passageiros que trocassem de lugar para que os membros de segurança ficassem mais perto do candidato. A situação provocou fortes reações entre passageiros e assistentes de bordo.
A alta hospitalar de Jair Bolsonaro ocorreu no mesmo dia em que tiveram lugar vários protestos por todo o Brasil, e por comunidades brasileiras espalhadas pelo mundo, contra e a favor do candidato da extrema-direita.
Durante o período de internamento, Bolsonaro passou por duas cirurgias: uma para estancar a hemorragia, logo após o ataque, e outra, também de emergência, para corrigir um problema no intestino.
Durante o período em que esteve internado, Bolsonaro subiu nas intenções de voto dos brasileiros e consolidou a liderança da corrida eleitoral. Segundo uma sondagem realizada pela plataforma Ibope divulgada um dia antes do ataque, Bolsonaro tinha 22%. Nas mais recentes sondagens, de dia 26 de setembro, Bolsonaro registou 27% das intenções de voto.
Lusa

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