♦ Marcos Machado
O discurso de posse do chanceler Ernesto Araújo ecoou pela mídia nacional e internacional e estabeleceu um marco divisório entre a ruptura dos 13 anos petistas com a tradição brasileira e a nova fase que se inicia.
Em 30 minutos, o novo chanceler enfeixou pontos de máxima importância para o futuro do Brasil. Ele não só os descreveu com objetividade, calma e conhecimento de causa, como soube também alinhar os males de que padecemos e apontar-lhes os remédios.
A reação das esquerdas nacionais e internacionais não se fez esperar. A acidez dos comentários, a parcialidade, a amargura em constatar que a era petista foi sepultada com pá de cal, mostram que a esquerda, no seu vezo antipatriótico, se condena a si mesma e nos dá a prova provada do acerto da bússola que o País almeja alcançar nos próximos anos.
Assim, em artigo publicado no jornal “El País” (3-1-19) sob o título “Novo chanceler do Brasil faz discurso de ruptura com tradição multilateral da diplomacia do país e frustra quem esperava tom moderado ou menos ideológico depois da posse”, Ricardo Della Colleta comenta: “E, para quem esperava que o chanceler moderasse o tom uma vez empossado ministro, seu pronunciamento foi um balde de água fria.”1
Em outros termos, rompeu-se a tradição da era FHC e petista. O chanceler reata as tradições da diplomacia brasileira e acena para os grandes dias do Itamaraty.
Eis as palavras textuais do novo chanceler: “Como talvez nenhuma outra instituição no Brasil, nós temos a responsabilidade de proteger e regar este tronco histórico multissecular por onde corre a seiva da nacionalidade.”2
Em novembro de 2018, após Ernesto Araújo ser convidado para o cargo de Chanceler do Brasil, o PT publicou uma nota de repúdio por suas “posições políticas conservadoras”.
Missão do Brasil e seu papel no concerto das nações
Duas outras passagens do discurso do chanceler:
“A nossa evidente tendência nacionalista não provém de nenhuma vontade de isolamento, ela é movimento sobretudo de autoconhecimento”.4
“[…] temos a responsabilidade de proteger e regar este tronco histórico multissecular por onde corre a seiva da nacionalidade”.
Tem toda razão o chanceler: há uma seiva da nacionalidade que vem das raízes católicas do mundo português, da evangelização dos índios, do amadurecimento nacional que deu origem ao Brasil enquanto nação.
E o autoconhecimento em oposição à globalização é a reafirmação da nacionalidade, das qualidades com que Deus galardoou o Brasil.
Na impossibilidade de comentar aqui todos os ricos aspectos da fala do nosso chanceler, cremos que ele se insere na missão do Brasil, externada em discurso pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira:
“Produto da cultura latina valorizada e como que transubstanciada pela influência sobrenatural da Igreja, a alma brasileira resulta da transplantação, para novos climas e novos quadros, destes valores eternos e definitivos que, precisamente porque definitivos e eternos, podem ajustar-se a todas as circunstâncias contingentes, sem perderem a identidade substancial consigo mesmo.”
“A perfeita formação da alma brasileira comporta, pois, duas tarefas essenciais, uma que mantenha sempre intactos os fundamentos de nossa civilização cristã e ocidental e outra que ajuste esses fundamentos às condições peculiares a este hemisfério.”5
Que Nossa Senhora Aparecida ilumine, guie e governe esse tão amado Brasil, para a sua grandiosa missão.
ABIM
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Notas:
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