Os 'coletes amarelos' iniciam hoje aquilo a que chamaram "o ato decisivo": vão bloquear a capital francesa até domingo, através de manifestações e da ocupação das principais ruas da cidade.
Antes de terminar, a 15 de março, o Grande Debate Nacional, uma série de debates em todo o país promovidos pelo Presidente francês, Emmanuel Macron, para responder às exigências dos ‘coletes amarelos’, o movimento quer enviar uma mensagem direta ao Governo e bloquear durante três dias a Cidade das Luzes.
A ideia foi, mais uma vez, lançada nas redes sociais pelo grupo “France en Colère”, gerido por Éric Drouet – uma figura do movimento que ficou conhecida por incitar os restantes manifestantes a invadir o Palácio do Eliseu, a residência oficial do Presidente francês.
O grupo apelou aos ‘coletes amarelos’ de todo o país para se deslocarem a Paris e ocuparem espaços públicos com acampamentos e manifestações, bloqueando as ruas da cidade de hoje até domingo.
As manifestações devem começar junto à Torre Eiffel e estender-se, em seguida, a toda a capital.
Na página do grupo na rede social Facebook do grupo, garante-se igualmente que há uma organização paralela para alojamentos, partilha de boleias e serviços de saúde, e o apelo para o bloqueio é também feito noutras cidades como Bordéus.
As já tradicionais manifestações de sábado dos coletes amarelos têm vindo a perder fôlego, com menos de 40.000 manifestantes em toda a França no fim de semana passado – o número mais baixo até agora.
Os protestos começaram a 17 de novembro de 2018, com uma manifestação contra o anúncio do aumento do preço dos combustíveis que juntou, na altura, cerca de 282 mil manifestantes.
A subida do preço dos combustíveis não chegou a ser aprovada, em virtude da contestação, mas o motivo dos protestos, que se têm repetido todos os sábados desde então, foi, entretanto, alargado a toda a política fiscal e social de Emmanuel Macron.
Nas manifestações, morreram mais de 20 pessoas, 1.800 ficaram feridas e, de acordo com dados do Ministério do Interior francês, mais de 8.000 foram detidas.
Uma sondagem divulgada no mês passado num jornal francês indicava que a maioria dos franceses (52%) defende o fim dos protestos nas ruas dos ‘coletes amarelos’.
Lusa
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