terça-feira, 25 de junho de 2019

Opinião | Conservadores do mundo, uni-vos!


  • Frederico H. S. de Freitas
Se olharmos retrospectivamente, veremos que a esquerda fez avanços enormes nos vários campos da atividade humana no século XX: nas artes, na música, nas modas, nos costumes, na política etc.
Lembro-me de que lá pelos anos 80 um audiovisual chamado Rio de Sangue era exibido em ambientes diversos pela impertérrita TFP ― e só por ela. Naquele tempo era chic ser de esquerda, e démodé ser de direita. O audiovisual mostrava o avanço do comunismo no mundo desde a Revolução Russa de 1917, escancarando as vergonhosas capitulações ― ou mesmo traições ― daqueles que no Ocidente deveriam conter tal avanço.
Pode-se considerar a década de 70 como tendo sido de vergonhosas entregas, fruto das políticas de concessões que permearam todo o século ― incluindo a Ostpolitik vaticana ―, culminando, digamos assim, na humilhante derrota dos EUA frente ao comunismo no Vietnã em 1975, fato que parecia assinalar a vitória irreversível da seita vermelha em todo o mundo.
Esse olhar retrospectivo não poderia deixar de ver também que, ao longo do século XX, houve alguém que, impávido, denunciou sempre a seita comunista, conclamando todos para a mais intransigente oposição aos sequazes da revolução marxista. Sua voz ecoou na mídia escrita e falada, atingindo grandes e pequenas cidades de todo o orbe.
Plinio Correa de Oliveira desfraldou o estandarte dos inconformados, daqueles que se recusam a dobrar os joelhos diante da Revolução comunista e de conexos a ela. Ele a denunciou em todos os campos em que ela se manifestou. Denunciou quando ela avançava em armas, como quando tentava avançar sorrateira e dissimuladamente, arrancando-lhe a máscara que cobria suas sombrias intenções.
Tais cogitações me vieram ao espírito ao tomar conhecimento do recente noticiário abordando as manifestações havidas em Hong Kong e na Rússia. Na China, impressionou o número de pessoas que afluíram às ruas contra uma lei de extradição com o regime de Pequim e foram brutalmente reprimidas pela polícia local. Na Rússia, a inesperada reação em favor de um jornalista que tem denunciado corrupção no Kremlin, sendo que a própria mídia parceira de Putin foi obrigada a tomar a defesa do jornalista. Em ambas as manifestações, o alvo foi o mesmo: o comunismo; e em ambas o comunismo teve que ceder! Notemos bem, cedeu em seu próprio domínio, em seu próprio território! Na China, inclusive, a chefe do governo local, pró-Pequim, foi obrigada a se desculpar pela repressão violenta da polícia. Quem diria que isso aconteceria…
Lá como cá, no Brasil ― e em várias partes do mundo ―, a aversão ao comunismo é categórica. Aversão ao comunismo e seus conexos, como a ideologia de gênero, o aborto, as drogas etc. A convocação de uma greve geral para o dia 14 de junho passado, por exemplo, foi um estrondoso fracasso. Pelo contrário, “nossa bandeira é verde e amarelo / sem foice e martelo” é o mote que tem ecoado pelas ruas e praças do nosso país. O Brasil rejeita o comunismo; o Brasil quer trabalhar, crescer, seguir na direção de glória e grandeza, fiel à fé herdada de seus antepassados, primando pela defesa de suas tradições, da família e da propriedade privada.
As manifestações pipocam em várias partes do mundo contra a imposição de doutrinas contrárias a fé cristã. Ainda este ano, na Argentina, houve uma manifestação estrondosa contra o aborto… E por aí vai. A alma humana é naturalmente cristã, dizia Tertuliano. E a meta da Revolução — esse movimento universal que vem há vários séculos destruindo a civilização cristã — é de substituir todos os valores dessa civilização por um estado de coisas comuno-tribalista como o acenado pelo próximo Sínodo Pan-Amazônico em seu Instrumentum laboris.
Assim, é geral a degringolada da esquerda no mundo. A onda esquerdista está sendo terminantemente recusada, rechaçada. A recusa é tal, que agora esquerdista passou a ser chamado de progressista, como se mudando o rótulo mudasse o conteúdo. Aliás, a esquerda se passando por progressista confirma a identidade com o que na Igreja Católica são conhecidos os progressistas, ou seja, a esquerda católica, uma verdadeira aberração.
Em que medida a atuação de Plinio Correa de Oliveira contribuiu para impor ao adversário derrota tão humilhante? Em que medida, como resultado de sua gigantesca obra, reações conservadoras que há não muito tempo se diriam impensáveis começam a aflorar? Ninguém sabe. O certo é que sua gesta não foi em vão. Pois o que o moveu foi o seu entranhado amor à Santa Igreja Católica Apostólica Romana e seu fruto, que é a civilização cristã. E para Deus nada é em vão.
O jornalista Gilles Lapouge concluiu um artigo dizendo: Hong Kong conseguiu levar às ruas 1 milhão de moradores furibundos. É um número impressionante. Mas 1 bilhão de chineses não impressiona mais?” Como se esse 1 milhão fosse um monólito, e não o foco de um incessante e crescente descontentamento contra o regime comunista, como o atestam incontáveis notícias boicotadas pela nossa grande mídia! Usando uma arma de guerra do adversário, digamos: Conservadores e chineses do mundo, uni-vos!
ABIM
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