O primeiro dia de greve dos médicos fechou com uma adesão global de 80%, segundo o Sindicato Independente dos Médicos (SIM), que apela ao primeiro-ministro para que os receba em reunião.
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Em declarações à Lusa, o secretário-geral do SIM, Jorge Roque da Cunha, adiantou que em termos globais a greve teve uma adesão de cerca de 80% dos médicos, que se alarga a 85% se forem considerado apenas o impacto nos blocos operatórios, com alguns a encerrarem por completo, com taxas de adesão de 100%, como por exemplo os hospitais de São José, Estefânia ou Egas Moniz, em Lisboa.
Em termos de consultas externas a adesão fixou-se nos 75% e nos centros de saúde nos 80%, mas também neste caso com alguns exemplos de paralisação total, como nos centros de saúde de Camarate ou de Odivelas, na zona de Lisboa.
Roque da Cunha espera que a expressão que os médicos deram à greve, que classificou como “muito assertiva”, seja suficiente para levar o primeiro-ministro, António Costa, a aceitar marcar uma reunião com estes profissionais, que deixam esse apelo, apesar de recusas em momentos anteriores.
Num comunicado com o balanço do primeiro de dois dias de greve dos médicos – convocados por estruturas diferentes em cada um dos dias – o SIM deixa um apelo a António Costa para que “aceite pôr nas suas preocupações a solidificação do SNS [Serviço Nacional de Saúde], respondendo positivamente aos vários pedidos de reunião com os sindicatos médicos”.
“Esperamos que depois de ser tão evidente perante toda a gente que por mais propaganda que exista as consultas demoram dois meses a serem marcadas, as cirurgias mais de ano e meio, que há problemas um pouco por todo o país, que ele possa fazer aqui um esforço, que possa ouvir os médicos, porque ficaria com uma sensibilidade diferente daquela que tem, que é praticamente nenhuma”, disse Roque da Cunha.
Perante os valores de milhões de euros pagos a prestadores de serviços, o secretário-geral do SIM disse que “não é admissível” que a ministra da Saúde, Marta Temido, diga que “não há dinheiro para resolver algumas destas questões com os médicos”, que, segundo Roque da Cunha, em alguns casos são apenas questões de organização.
“Há nesta expressão que os médicos resolveram manifestar um sinal muito objetivo para que a senhora ministra da Saúde não atire a toalha ao chão e não se esqueça que é ministra da Saúde. O doutor Centeno diz que está tudo bem, mas a verdade é que nunca se pagou tanto de impostos nem nunca se investiu tão pouco na saúde. Os dados do Tribunal de Contas dos últimos três anos identificam justamente essa circunstância”, disse.
Com a greve que hoje começou, e que se prolonga até às 24:00 de quarta-feira, os médicos exigem que todos os portugueses tenham médico de família, lutam pela redução das listas de utentes dos médicos e por mais tempo de consultas, querem a diminuição do serviço em urgência das 18 para as 12 horas, entre várias outras reivindicações, que passam também por reclamar que possam optar pela dedicação exclusiva ao serviço público.
O primeiro dia de greve, hoje, foi decretado pelo SIM e o segundo dia, quarta-feira, foi decidido pela Federação Nacional dos Médicos (FNAM), que marcou para o mesmo dia à tarde uma concentração de protesto junto ao Ministério da Saúde, em Lisboa.
Lusa
Fazem greve no público, mas, vão trabalhar para o privado. É o país que temos: ganhar mais, trabalhar menos. Acorda Povo.
J. Carlos
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