quarta-feira, 14 de agosto de 2019

Mundo | Caminhos de Ferro de Moçambique teve perdas operacionais, resultados líquidos diminuíram e dividendos para o Estado caíram 70 por cento


Pouco mais de 1 ano após Filipe Nyusi ter anunciado o início do fim da crise económica e financeira no nosso país os Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM) registaram perdas no seu balanço: os resultados operacionais reduziram em 60 por cento, os resultados antes de impostos caíram 52 por cento, os resultados líquidos decresceram 28 por cento e os dividendos para o Estado baixaram mais de 70 por cento.

A 9 de Julho de 2018, durante uma visita que efectou aos CFM, que comemoravam 123 anos de existência, o Presidente Filipe Nyusi anunciou “o início do pós-crise” no nosso país e apontou a empresa que também é dona dos Portos que arrenda como exemplo para incentivar as outras empresas nacionais a encontrarem modelos de negócio mais arrojados e inovadores, assentes na conjugação de sinergias para superar o fantasma da crise.

Nyusi, antigo funcionário ferroviário, destacou o lucro de 3 biliões de Meticais obtidos pelos Caminhos de Ferro de Moçambique no exercício de 2017 que resultou em dividendos para o Estado de 1,2 bilião de Meticais.

Entretanto o @Verdade teve acesso às Demonstrações Financeiras de 2018 que revelam que embora as vendas e serviços prestados tenham aumentado de 11,98 biliões para 12,07 biliões de Meticais os resultados operacionais caíram 60 por cento, de 3,96 biliões para 1,59 biliões de Meticais.

Dos bens e serviços vendidos pelos CFM a principal receita, 9,8 biliões de Meticais, é proveniente do Transporte e manuseamento de mercadorias pelas concessionárias dos Portos de Maputo, Beira e Nacala.

Adicionalmente a Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique Empresa Pública facturou 1 bilião de Meticais em rendas fixas mais 2,9 biliões de Meticais em rendas variáveis.


Ainda assim o @Verdade apurou que os resultados financeiros, que em 2017 haviam sido de 1,63 bilião, baixaram para 1,08 bilião de Meticais. Os lucros do ano passado caíram para 2,18 biliões de Meticais, comparativamente aos 3,01 biliões do ano anterior.

CFM geraram menos 70,3 por cento em dividendos para o Estado

O Conselho de Administração dos CFM, dirigido pelo engenheiro Miguel Matabel, recentemente reconduzido para mais um mandato, indica no documento a que o @Verdade que os resultados de 2018 diminuíram, comparativamente a 2017, “influenciados pelo investimento na dragagem do Porto da Beira”.

No entanto o @Verdade descortinou que os ganhos obtidos pelos Caminhos de Ferro de Moçambique em 2017 foram positivamente influenciados devido a desvalorização do Metical, que chegou aos 70 por cada dólar norte-americano.

Aliás as Demonstrações Financeiras de 2018 confirmam essa constatação pois reportam diferenças cambiais favoráveis de 1,03 bilião de Meticais que são apenas metade dos 2,05 biliões de rendimentos cambiais contabilizados em 2017.

Já a dragagem do Porto da Beira foi quantificada, no documento a que o @Verdade teve acesso, em 220,6 milhões de Meticais.


Com lucro menor os CFM geraram menos 70,3 por cento em dividendos para o Estado, seu único accionista, os 1,2 bilião pagos em 2017 caíram para somente 362,2 milhões de Meticais em 2018.

Fonte: Jornal A Verdade, Moçambique

Nenhum comentário:

Postar um comentário