As empresas de Ovar têm "150 milhões de euros" de mercadoria em armazém e sem possibilidade de ser expedida, devido ao cerco sanitário e geográfico do concelho causado pela covid-19, disse o presidente da autarquia.
O dirigente da Câmara Municipal de Ovar, Salvador Malheiro, falava numa videoconferência com o Presidente da República, explicando que a situação se deve ao controlo de fronteiras que, desde a declaração a 17 de março do estado de calamidade pública no concelho, limita aos bens de primeira necessidade a circulação de mercadorias de e para o território.
O autarca defendeu que essas medidas têm assegurado eficácia ao cerco sanitário e ajudado a controlar a disseminação da covid-19, mas sublinhou que "para isso funcionar" as empresas locais "estão a sofrer muito" e têm atualmente retidos "150 milhões de euros só em stock impedido de sair do município".
Com base nisso, Salvador Malheiro apelou a Marcelo Rebelo de Sousa para que use da influência junto do Governo com vista a obter uma "discriminação positiva" em termos fiscais para as empresas do concelho.
"Isso é de elementar justiça, sabendo que as nossas empresas não podem trabalhar, enquanto as outras [no resto do país] estão a laborar", declarou.
O presidente da Câmara disse que a autarquia fará a sua parte, abdicando de rendas sociais, taxas de resíduos e taxas municipais, mas alertou: "Não podemos ser nós a fazer face aos enormes prejuízos industriais de empresas que têm sido decisivas para o desenvolvimento da região e do país".
Lusa
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