Colheitas caíram quase 40% em março e a preocupação da ADASCA é compensar as sessões que não se poderam fazer na ESSUA nas empresas. Há novas regras de segurança nas dádivas, mas na ADASCA, existe informação visível sobre como os dadores se devem proceder.
O pedido é logo feito à chegada do espaço onde funciona o atendimento aos dadores, junto da Sede e Posto Fixo da ADASCA: só entra uma pessoa de cada vez. E para que ninguém se sinta desconfortável se for preciso esperar, disponibiliza-se cadeiras com a devida distancia uma das outras.
No local, o enfermeiro mede a temperatura no ouvido e faz as primeiras perguntas à procura de tosse e febre, os sintomas suspeitos da doença que alterou os dias. A pandemia apertou as regras de segurança, mas é mesmo só isso: na ADASCA os dadores continuam a ser bem-vindos. E necessários: as colheitas a nível nacional caíram 40% em março.
Os enfermeiros usam equipamentos de proteção individual, incluindo a máscara facial, o dispensador de desinfetante alcoólico é paragem obrigatória para todos os dadores e são esses cuidados as mudanças que mais saltam à vista. Preenche-se o questionário de avaliação da saúde do dador e o inquérito sobre antecedentes clínicos e eventuais exposições a fatores de risco para doenças infecciosas – o processo habitual nas dádivas de sangue – e segue-se a pequena “entrevista” com o médico do IPST, que vai mais longe no despiste na avaliação do dador e ajuda a esclarecer dúvidas.
As novas regras são: não deve entrar no espaço de colheita se viajou nos últimos 28 dias para zonas com transmissão comunitária de covid-19, se esteve doente com febre, tosse ou falta de ar nos últimos 28 dias, se esteve em contacto com doentes potencialmente infetados com covid-19, se veio de uma zona que esteja de quarentena por casos de covid-19.
O médico explica que são medidas de precaução para garantir a segurança na dádiva de sangue e precaver o que descreve como um risco “teórico” de transmissão do SARS-CoV-2 pela transfusão. “De acordo com a literatura científica disponível, não existe evidência, à data de hoje, de que os vírus respiratórios possam transmitir-se por transfusão, incluindo coronavírus. Sendo um vírus novo, temos de admitir um risco teórico, mas não é conhecido nenhum caso” lê-se nos comunicados emitidos pelo IPST.
Para prevenir, conta-se com a colaboração dos dadores na resposta às questões. A informação tranquiliza quem dá sangue e também salvaguarda a prática da medicina transfusional, é que nos é dado saber. E os casos em que a infeção possa ser assintomática?
Para já não existe evidência que exija regras mais apertadas, mas é uma realidade que continua a ser monitorizada e as medidas poderão ser reforçadas, se tal vier a ser necessário. Neste momento, várias instituições de referência, nomeadamente a OMS, seguem esta abordagem e consideram que fazer testes ao sangue pode ser, para já, prematuro, tendo em conta que não existe evidência científica de transmissão por transfusão. Mas admite-se por exemplo que, como medida precaucional, o sangue possa ficar em quarentena para a eventualidade de os dadores virem a manifestar sintomas após a dádiva, que devem reportar aos centros de colheita.
ALIMENTAR AS RESERVAS
Segundo o IPST, faz um primeiro balanço das últimas semanas: em virtude das medidas de distanciamento social e do estado de emergência, foram desmarcadas 115 sessões de colheita de sangue, o que correspondeu a 6026 dadores e 38% da previsão das colheitas.
Ao mesmo tempo, os consumos nos hospitais diminuíram 28%, uma redução atribuída à suspensão de cirurgias não urgentes e outras atividades. Mas os hospitais vão continuar a precisar de sangue.
O IPST tem estado a reforçar o envio de SMS a dadores. Quais os resultados alcançados com esse investimento?
A dádiva de sangue total, em que se colhem cerca de 470 ml de sangue – parece pouco, mas representa o equivalente a 10% do volume de sangue no corpo humano –, demora menos de 20 minutos.
“Neste momento temos as reservas nacionais de sangue estáveis, com quase todos os grupos sanguíneos com reservas para sete dias ou mais, mas são reservas que precisam de ser alimentadas diariamente porque diariamente há consumos” acrescenta o comunicado.
Os grupos O- e B- são os que têm as reservas mais em baixo, para quatro a sete dias.
No ambiente silencioso da sala de colheitas, só a televisão vai lembrando as notícias da epidemia lá fora.
Recostados nas cadeiras de colheitas, os dadores cumprem a missão, com a balança que pesa o sangue a dar sinal quando chega ao fim o processo.
Seguem-se bolachas e sumo ou café para repor a energia e as recomendações habituais: evitar esforços e exercício físico no dia da dádiva e beber muita água.
Reforçam-se os novos pedidos: se aparecerem sintomas de infeção respiratória, ligar para o local da colheita. Mas para a mensagem principal continuam a valer os cartazes pré-pandemia espalhados pelo centro: o slogan “é essencial dar” ou, como se lê à porta daquela que é uma das muitas salas onde se alimentam por estes dias os bancos de sangue do país, “os dadores de sangue não são heróis nem santos, mas pessoas sensíveis e capazes de dar um pouco de si”.
Onde dar sangue em Aveiro
Todas as 4ª.s e 6ª,s feiras entre as 15 horas e as 19:30 horas, sem marcação, sendo o atendimento feito por ordem de chegada.
Dia 1 de Maio, por ser feriado a sessão de colheitas vai decorrer entre as 9 horas e as 13 horas no mesmo local.
O Posto Fixo da ADASCA funciona no 1º. Piso no edifício que aparece na imagem.
Mais informações disponíveis no site http://www.adasca.pt/, ou pelo tm: 964 470 432 e pelo telef: 234 095 331, Coordenadas GPS:
N 40.62659 | W -8.65133
N 40.62659 | W -8.65133
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