A edição deste ano do Prémio Universidade de Coimbra (UC) foi atribuída ao cardeal José Tolentino Mendonça, "uma figura ímpar, uma pessoa da cultura, com uma visão social inclusiva", anunciou hoje aquela instituição.
"Trata-se de uma figura ímpar, uma pessoa da cultura, com uma visão social inclusiva, que tocou muito diretamente ao júri, que o nomeou por unanimidade", realçou o reitor, referindo que o cardeal destacou-se dos demais candidatos "pela figura inquestionável que é no plano nacional e internacional".
Este ano, o Prémio UC, no valor de 25 mil euros, será dividido em duas partes, "sendo dez mil euros para o vencedor e 15 mil euros para uma bolsa de investigação numa área que será determinada pelo vencedor", disse Amílcar Falcão.
"Tratando-se de quem se trata, acreditamos que será, certamente, de uma área de inclusividade, de resposta às dificuldades da sociedade num ano tão difícil como o que estamos a viver e em que a humanidade, que é o tema da Semana Cultural da Universidade de Coimbra, fica muito bem representada com um premiado desta qualidade", aclarou.
Tolentino Mendonça, que foi elevado a cardeal em 2019, é um poeta, teólogo, sacerdote e professor universitário, sendo considerado uma das vozes mais originais da literatura portuguesa contemporânea e reconhecido como um eminente intelectual católico.
A sua vasta obra, já distinguida com vários prémios, inclui poesia, ensaios e peças de teatro. Tem também colaborado como tradutor e organizador em muitos outros livros.
Nascido em dezembro de 1965, em Machico, na ilha da Madeira, foi ordenado padre em 1990 e começou por exercer funções enquanto sacerdote na Paróquia de Nossa Senhora do Livramento no Funchal, entre 1992 e 1995.
Em Lisboa, foi capelão durante cinco anos na Universidade Católica Portuguesa, esteve na paróquia de Santa Isabel e, entre 2010 e 2018, foi reitor da Capela do Rato.
Entre 2004 e 2014, Tolentino Mendonça foi o primeiro diretor do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura, então criado pela Conferência Episcopal Portuguesa, para promover o diálogo entre a Igreja e o meio cultural nacional.
Em 26 de junho de 2018, Tolentino Mendonça foi nomeado bibliotecário e arquivista da Biblioteca e Arquivo Apostólicos da Santa Sé pelo papa Francisco.
Após ter sido ordenado Cardeal, em outubro de 2019, voltou a fazer parte do Conselho Pontifício da Cultura, de que tinha sido consultor até à sua nomeação como arquivista e Bibliotecário da Santa Sé.
O Prémio UC, instituído em 2004, distingue anualmente uma personalidade de nacionalidade portuguesa que se tenha afirmado por uma intervenção particularmente relevante nas áreas da cultura ou da ciência.
Lusa
Imagem: SAPO
Nenhum comentário:
Postar um comentário