quarta-feira, 29 de junho de 2016

11 VEZES NA URGÊNCIA NÃO CHEGARAM PARA DETETAR TUMOR FATAL


 
zoe J / Flickr
Adolescente andou durante três anos nas urgências do hospital e o diagnóstico foi sempre estado de ansiedade. Acabou por morrer com um tumor no cérebro.
Durante três anos, Sara Moreira, uma jovem de Recarei, Paredes, deu entrada 11 vezes nas urgências do Hospital Padre Américo, em Penafiel.
Segundo o Jornal de Notícias, os médicos apresentaram o mesmo diagnóstico em todas as ocasiões, isto é, estado de ansiedade.
A verdade é que a adolescente, na altura com 19 anos, acabou por morrer dois dias depois da sua última passagem pelo hospital. A autópsia revelou que tinha alojado na cabeça um tumor com 1,670 quilogramas.
O caso aconteceu em 2013 e os pais de Sara desde então alegam que houve negligência médica, tendo avançado com uma ação em tribunal contra o Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa, ao qual pertence o hospital de Penafiel.
De acordo com as informações divulgadas pelo JN, a jovem nunca foi submetida a uma tomografia axial computorizada (TAC) ou a uma ressonância magnética.
Sara terá começado a sentir fortes dores de cabeça em 2010, altura em que se dirigiu ao hospital pela primeira vez. A este sintoma juntaram-se os vómitos, perdas de consciência e dificuldade em controlar a urina.
Os médicos terão dito que a adolescente “andava nervosa por causa dos estudos” e, segundo a progenitora, em declarações ao jornal, até suspeitaram de uma possível gravidez.
O hospital em questão não quis comentar o caso, alegando ao JN que o processo está a decorrer em segredo de justiça e que o caso aconteceu num período anterior à da atual administração.
O Ministério Público também abriu um inquérito para investigar o incidente que, até agora, ainda não teve qualquer conclusão.

Governo pede esclarecimentos

Adalberto Campos Fernandes, que inaugurou em Leiria a unidade de ambulatório do Serviço de Pneumologia do Centro Hospital de Leiria, assumiu ter “pouca informação” sobre o caso, mas adiantou ter pedido a investigação.
“Tive conhecimento pela comunicação social. Infelizmente, creio que se trata de um caso ocorrido em 2010, há cerca de seis anos”.
“Como noutras circunstâncias, pedi à Inspeção-Geral das Atividades em Saúde que iniciasse um processo de esclarecimento sobre o que se passou”.
Segundo o ministro da Saúde, é necessário “reconstruir-se o caso” e disse também esperar “mais notícias ao longo do dia sobre o que se passou” com Sara, a jovem de 19 anos.
ZAP / Lusa
Comentário: como vem sendo habitual, vai ser aberto um rigoroso, cuja conclusão já é conhecida com antecipação: falha humana ou erro no diagnóstico. O certo é que a pessoa já partiu...
J. Carlos

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