terça-feira, 7 de junho de 2016

PSD e CDS entregam texto alternativo ao do PS sobre sanções

PSD e CDS apresentaram hoje um projeto comum de resolução contra a aplicação de sanções a Portugal, considerando-as "injustificadamente discriminatórias" face a outros Estados-membros, até pelos "esforços e resultados alcançados ao longo dos últimos anos".

Estas posições constam do texto comum das bancadas do PSD e do CDS-PP sobre "construção de um projeto de resolução comum" da Assembleia da República "relativamente ao procedimento de défices excessivo", que deverá ser discutido na quinta-feira e ao qual a agência Lusa teve acesso.

As bancadas do PSD e do CDS-PP expressam "a sua rejeição pela aplicação de quaisquer sanções a Portugal [por parte da Comissão Europeia] no âmbito do Procedimento por Défices Excessivos, considerando os esforços e os resultados alcançados ao longo dos últimos anos em sede de consolidação orçamental", lê-se no primeiro ponto da resolução.

PSD e CDS-PP recomendam depois ao atual Governo "a rejeição de um tratamento injustificadamente discriminatório de Portugal face a outros Estados-membros que não revelam, nem no plano dos resultados passados, nem no plano dos compromissos futuros assumidos, a ambição e o esforço coletivo protagonizado por todos os portugueses".

Sociais-democratas e democratas-cristãos recomendam ainda ao executivo socialista que, perante as instâncias e os parceiros europeus, "defenda uma estratégia orçamental de curto e médio prazo de consolidação apropriada ao cumprimento das regras europeias e das necessidades da economia nacional".

Ou seja, dependendo o encerramento do procedimento por défices excessivos aberto a Portugal "não apenas de resultados passados, mas também da amplitude e credibilidade dos compromissos para o futuro, recomendando o Conselho Europeu que Portugal reduza duradouramente o défice orçamental prevalecente", PSD e CDS-PP entendem que "é crucial que o Governo português se apresente parente as instâncias europeias com uma estratégia ambiciosa e credível".

Na nota introdutória do documento, PSD e CDS salientam que, ao longo do ciclo de cinco anos terminado em 2015, "tanto o saldo estrutural, como o saldo primário estrutural, melhoraram ao ritmo de mais de um ponto percentual em média anual".

"Mesmo no que respeita aos resultados alcançados no ajustamento estrutural em 2015, importa relevar os fatores que se conjugaram para introduzir elevada e inusitada incerteza na programação das variáveis orçamentais estruturais, bem como na avaliação dos resultados obtidos, instabilidade, neste último caso, ainda não superada", refere-se na resolução.

Neste contexto, de acordo com os partidos que formaram o anterior Governo, "o povo português teria extrema e injustificada dificuldade em compreender como é possível que acontecimentos extraordinários e imprevistos ocorridos no final de 2015, a par de uma elevada incerteza ainda não resolvida respeitante à medição do esforço orçamental estrutural dos últimos anos, determinassem a aplicação de sanções pelas instituições europeias, depois de um processo de consolidação orçamental ao longo de vários anos, exemplar no quadro europeu e internacional".

"Não seria justo, nem seria justificável", acrescenta-se no texto comum a sociais-democratas e democratas-cristãos.

Fonte: Lusa
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J. Carlos

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