Sydney, Austrália, 09 jun (Lusa) -- Um tribunal
da Papua Nova Guiné proibiu os protestos de universitários depois de a polícia
ter aberto fogo contra uma multidão de estudantes que se manifestava contra o
Governo, informam hoje os meios de comunicação social locais.
Quatro pessoas terão morrido na
quarta-feira quando a polícia abriu fogo contra um grupo de estudantes que
tentava marchar até ao Parlamento para protestar contra a atuação do
primeiro-ministro, Peter O'Neill, face às acusações de corrupção e pela sua
gestão da economia.
A polícia abortou a marcha e abriu fogo,
uma ação que, segundo um deputado da oposição, fez quatro vítimas.
O Governo negou a ocorrência de mortes
devido à atuação policial e o Hospital Geral de Port Moresby, a capital,
garantiu não ter recebido nenhum estudante morto, de acordo com o diário Post
Courier.
A polícia, que reforçou a segurança na
capital, indicou que 23 pessoas foram hospitalizadas na sequência dos
protestos, das quais cinco se encontram em estado crítico devido a ferimentos
de bala, informou a Radio New Zealand.
A Amnistia Internacional (AI) elevou o
número de feridos para 38, qualificando o sucedido, num comunicado, como
"um vergonhoso ataque ao direito de liberdade de expressão e de reunião
pacífica".
O'Neill, que tem o apoio da maioria do
Parlamento, cujas sessões foram suspensas até agosto devido aos problemas de
segurança, anunciou uma investigação sobre as causas dos distúrbios e das
manifestações dos estudantes, a quem acusou de terem sido manipulados pela
oposição.
A unidade anticorrupção da polícia
investiga O'Neill, no poder desde agosto de 2011, há dois anos, por supostos
pagamentos fraudulentos, mas até à data não conseguiu uma ordem para deter o
chefe do Governo.
A Papua Nova Guiné, país do Pacífico Sul
que se tornou independente da Austrália em 1975, tem grandes recursos minerais
e hidrocarbonetos, assim como uma ampla história de intrigas políticas,
corrupção e conflitos.
DM // MP
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J. Carlos
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