O
secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública
(SINTAP), José Abraão, rejeitou hoje a possibilidade de privatização da
Assistência na Doença aos Servidores do Estado (ADSE), defendendo que esta deve
manter-se na esfera pública.
O
relatório final da Comissão de reforma da ADSE, tornado público na terça-feira,
defende que a nova entidade deverá ser pessoa coletiva de direito privado, de
tipo associativo, sem fins lucrativos e de utilidade administrativa".
Em
declarações hoje à agência Lusa, José Abraão lembrou que o relatório preliminar
já apontava no sentido da criação de uma associação de direito privado, ideia
essa que o SINTAP rejeita.
"Tivemos
oportunidade de recusar nas reuniões que tivemos com a própria comissão, com o
Ministério da Saúde, com o Governo, porque sempre entendemos que a ADSE como
resultante das relações de trabalho no Estado dever-se-ia manter na esfera
pública, no perímetro orçamental", sublinhou.
O
sindicalista salientou que o SINTAP estará sempre disponível para negociar e
contribuir para uma mudança estatutária, mas "nunca retirar a ADSE"
da esfera pública, com participação do Estado.
José
Abraão adiantou que o sindicato reuniu com a comissão duas vezes, durante dez
minutos, tendo-lhes dado conta da posição do SINTAP e dos beneficiários da
ADSE.
"Sempre
entendemos que deve haver um pagamento por parte dos empregadores públicos
(...). Agora vamos aguardar pelo projeto de diploma, esse assim é importante.
Esperemos que o Governo, que encomendou o trabalho no sentido da mutualização,
reflita melhor", salientou.
O
secretário-geral do SINTAP disse também esperar que o Governo encontre uma
solução equilibrada que garanta a sustentabilidade da ADSE, "porque
qualquer tipo de falha acabará por contribuir para pôr em causa no futuro o
Serviço Nacional de Saúde (SNS).
"Sempre
considerámos que a ADSE devia ser um pouco mais aberta, permitindo a inscrição
de trabalhadores que até agora estiveram impedidos de entrar, como os que têm
contratos individuais de trabalho e até com contratos a prazo", realçou.
O
responsável frisou que o assunto deve ser alvo de análise, de reflexão e de
muita negociação.
O
modelo da ADSE recomendado pela comissão, presidida pelo especialista Pedro
Pita Barros, defende que a nova entidade se torne numa "pessoa coletiva de
direito privado", na qual o Estado não tem responsabilidade financeira,
mas acompanha e fiscaliza a sua atividade.
Lusa
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