Os condutores sem licença para conduzir
veículos agrícolas vão ser obrigados a frequentar ações de formação sobre
segurança, passando também a ser alvo de uma maior fiscalização, nomeadamente
aos cintos de segurança e transporte de passageiros.
Estas são duas das medidas que o Governo
vai adotar para reduzir os níveis de sinistralidade com veículos agrícolas, que
resultaram de um grupo de trabalho criado em junho, e que identificou também os
principais fatores de risco.
Os ministérios da Administração Interna
e da Agricultura e Desenvolvimento Rural vão também criar, no início de 2017,
uma plataforma comum de registo de informação relativa a acidentes com tratores
e máquinas agrícolas, com o objetivo de identificar os fatores e consequências
ao nível da mortalidade e incapacidades.
Outras das medidas que o Governo vai
adotar passa pela realização, no primeiro semestre de 2017, de um controlo
efetivo de máquinas e tratores no mercado de segunda mão, em especial aos
veículos importados e não homologados em Portugal, através de regulamentação do
processo de atribuição de matrícula.
No âmbito destas alterações vai ser
intensificada a fiscalização sobre os condutores dos veículos agrícolas de uma
forma progressiva, no que respeita ao arco de proteção, ao cinto de segurança,
ao avisador luminoso e ao transporte de passageiros nos tratores agrícolas,
além de ser criado um regime sancionatório associado à não utilização de
sistemas de retenção e à imposição de montagem de avisador luminoso especial de
cor amarela.
O Governo vai igualmente estudar a
viabilidade de realização de inspeções obrigatórias aos tratores agrícolas, com
recurso a Centros de Inspeção Automóvel.
Para combater a sinistralidade, o
Governo vai ainda lançar uma estratégia de comunicação e dinamização de
campanhas de educação e sensibilização sobre segurança em tratores agrícolas.
Os ministérios da Administração Interna
e da Agricultura e Desenvolvimento Rural decidiram avançar com estas medidas,
tendo em conta os problemas identificados, designadamente a inexistência do uso
do arco de proteção ou cabina de proteção, incorreta utilização do aro de
proteção e do cinto segurança.
Excesso de velocidade e perda de
controlo do veículo, mau manuseamento, por falta de formação adequada dos
operadores dos veículos agrícolas, e parque automóvel envelhecido, sem os
necessários equipamentos de segurança, são outros fatores de risco
identificados.
No final de 2015, existiam em Portugal
cerca de 280 mil veículos agrícolas matriculados e, destes, em 2014, apenas
167.131 estavam registados para efeitos de subsídio de gasóleo na Direção-Geral
de Agricultura de Desenvolvimento Rural (DGADR).
A identificação dos principais fatores
de riscos e definição das novas estratégias de combate à sinistralidade com
veículos agrícolas envolveu a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária,
Autoridade para as Condições do Trabalho, Instituto da Mobilidade e dos
Transportes, Guarda Nacional Republicana e Direção-Geral de Agricultura de
Desenvolvimento Rural.
Lusa
Imagem: SICnoticias
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