sexta-feira, 7 de outubro de 2016

360º - Guterres e Marcelo: a longa história de dois amigos rivais. E o perdão-fiscal-que-não-é-perdão-fiscal

360º

Por Miguel Pinheiro, Diretor Executivo
Bom dia!
Enquanto dormia...
... o furacão Matthew matou mais de 300 pessoas no Haiti. O Governo do país admite que o número deverá subir."Este é um balanço muito, muito parcial dos danos e das mortes", disse o ministro do Interior. Na Florida, 1,5 milhões de pessoas receberam indicações para saírem das zonas onde vivem. O governador da Florida transmitiu-lhes uma enorme urgência: "Vocês precisam de sair. Evacuem, evacuem, evacuem".

São os últimos números na cabeça do Governo: o défice deste ano deve ficar nos 2,4% (abaixo dos 2,5% exigidos pela UE mas acima dos 2,2% previstos pelo próprio Governo); e o défice de 2017 deve ficar nos 1,7%. Como explica o Nuno André Martins, ainda falta perceber como se pagam as medidas exigidas pelo BE e pelo PCP.

Hoje de manhã foi divulgada o novo barómetro da Aximage para o Jornal de Negócios e Correio da Manhã: 

  • PS: 37,7% (desce dois pontos percentuais em relação ao mês anterior)
  • PSD: 30,6% (mais 0,5)
  • BE: 8,7% (menos dois)
  • CDU: 7,5% (mais 0,9)
  • CDS: 6,1% (mais 1,5)

Informação relevante
António Guterres e Marcelo Rebelo de Sousa conhecem-se há muitos, muitos anos. Hoje, um está no topo do mundo; o outro, de Portugal. Mas a história começou bem lá atrás, como lembra o Vítor Matos no artigo "A longa história de dois amigos rivais": "Foram aos casamentos um do outro; rezaram juntos; tocaram campainhas e fugiram; tiveram o mesmo confessor; um foi primeiro-ministro e o outro não conseguiu porque o outro já lá estava; atacaram-se em público; traíram-se; fizeram as pazes; um foi Presidente da República talvez por o outro não ter sido. Esta é a história cruzada de duas das mentes mais brilhantes de uma geração: António Guterres e Marcelo Rebelo de Sousa". E atenção: as fotos deste trabalho especial também são imperdíveis.

Ontem foi um dia longo para António Guterres, que viu confirmada a sua aclamação pelo Conselho de Segurança como futuro Secretário-Geral da ONU. Todos os detalhes e todas as reações (incluindo o coraçãozinho de Juncker) estão neste liveblog.

No "Conversas à Quinta", Jaime Gama, Jaime Nogueira Pinto e José Manuel Fernandes falaram sobre os problemas que esperam Guterres e sobre os limites do poder da ONU. O programa foi emitido em direto no Observador e agora pode vê-lo aqui.

O Governo aprovou um perdão fiscal que permitirá aos contribuintes em falta pagarem as suas dívidas ao fisco e à segurança social sem juros (caso resolvam tudo logo) ou com a sua diminuição (caso prefiram um plano de pagamento que pode ir até aos 11 anos mas que implica sempre que se salde de imediato 8% do valor total) e sem custas processuais.
Não, esperem: parece que afinal, segundo o Governo, não há nenhum perdão fiscal. Num "comunicado urgente" emitido ao final da noite, foi garantido que o que está em causa é outra coisa:"O Governo desmente categoricamente que tenha sido aprovado um perdão fiscal. Não há nenhum perdão fiscal". Esqueceram-se de avisar Catarina Martins. A líder do Bloco afirmou que "nunca foi favorável a estes perdões fiscais e não mudou de ideias".
No Twitter, abriu-se uma mini-guerra por causa do perdão-fiscal-que-não-é-perdão-fiscal, entre deputados do PS, do PSD e do CDS.

Sobra uma dúvida: depois de Rocha Andrade ter ido ver o Euro a convite da Galp, a empresa vai beneficiar deste perdão-fiscal-que-não-é-perdão-fiscal? Resposta: se quiser, sim. Foi o próprio secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, que está impedido de tomar decisões que envolvam a Galp, que o admitiu no Parlamento. A frase é longa e confusa, mas esclarecedora: "Se há um contribuinte que litiga com o fisco um valor relativamente elevado, posso-lhe dizer que este regime se aplica à divida em execução ativa e à dívida em execução suspensa. Qualquer contribuinte que esteja a litigar com o fisco e que não tenha feito esse pagamento pode fazer o pagamento nos termos deste regime".

Marcelo só precisou de quatro horas para promulgar o novo diploma do Governo que, depois do veto presidencial, reformulou a legislação que dará ao fisco acesso a algumas contas bancárias. Os leitores inocentes acham, então, que o Governo deixou cair o decreto-lei das contas bancárias? Errado, mais uma vez. O Governo esclareceu tudo no mesmo "comunicado urgente" ao final da noite de ontem. Então, é assim: "Não é verdade que o Governo tenha desistido do sigilo bancário ou deixado cair o decreto-lei das contas bancárias". Simplesmente, "acertou com o Presidente da República que adiaria esta medida para quando as circunstâncias conjunturais invocadas pelo Presidente da República estejam ultrapassadas". Ah, bom.

O PS insiste no nome de Correia de Campos para a presidência do Conselho Económico e Social, depois do primeiro chumbo no parlamento. E Luís Montenegro insiste que o PSD vai honrar o compromisso de o apoiar. Vários deputados social-democratas garantiram que farão o sacrifício de votar no ex-ministro da Saúde.

No Porto, um autocarro abalroou uma paragem, matando uma pessoa e deixando outra gravemente ferida. Há relatos contraditórios sobre o que aconteceu e a PSP já está a investigar o caso.

Comece a preparar-se para segunda-feira. Uma enormemanifestação de taxistas anti-Uber deverá deixar Lisboa ainda mais intransitável. A PSP reúne hoje com os organizadores.
JN escreve que os taxistas têm uma proposta para fazer ao Governo que lhes permitiria aumentar o valor da bandeirada para seis euros no Natal e no Ano Novo e subir os preços em 20% em julho e agosto.


Os nossos Especiais
O que é que há para dizer sobre as cores? Muita coisa. Michel Pastoreau escreveu quatro livros dedicados ao tema: um sobre o azul, outro sobre o preto, outro sobre o vermelho e outro sobre o verde. Agora, acaba de sair em Portugal Azul – História de Uma Cor e a Joana Emídio Marques fala-nos sobre este tema fascinante.


Notícias surpreendentes

Hoje, às 10h, é anunciado o nome do novo Prémio Nobel da Paz. Mas, afinal, o que é que se passa com o da Literatura? A decisão devia ter sido tomada ontem, mas foi adiada. Divergências entre o júri? Problemas de calendário? As teorias multiplicam-se.

Ponto um: a laranja comida à noite não mata. Ponto dois: os cereais são inúteis. Ponto três: os antioxidantes são maus para os desportistas. Isto vai ser tudo muito bem explicadinho no sábado, no  3.º Congresso Europeu de Nutrição Funcional.

Vamos repetir o exercício, agora na História. Ponto um: Lisboa não é a capital oficial de Portugal. Ponto dois: Espanha nem sempre foi a nossa única vizinha. Ponto três: o primeiro povo a viver aqui não foram os lusitanos, mas os estrímnios. Tudo bem explicadinho aqui.

Hoje regressa a Rota das Tapas a Braga, Porto e Lisboa.Há 84 tapas originais para provar e, juntando uma tapa e uma cerveja, gasta três euros. Veja onde tudo se passa.

Se não está interessado só em comida, tem aqui as nossassugestões para um fim de semana em cheio (há castelos, concertos e exposições).

Agora que já está bem acordado, avance para esta sexta-feira cheia de notícias: o fim de semana está quase aí. E não se esqueça que daqui a nada vai conhecer-se o novo Nobel da Paz. Fique a conhecê-lo no Observador.
Até já!
Mais pessoas vão gostar da 360º. Partilhe:
no Facebook no Twitter por e-mail
Leia as últimas
em observador.pt
Observador
©2016 Observador On Time, S.A.
Rua Luz Soriano, n. 67, Lisboa

Nenhum comentário:

Postar um comentário