Caros amigos,
A ADASCA
desde há algum tempo a esta parte, tem sido procurada por alguns dadores de
sangue, que nem sequer são seus associados, com o intuito de os ajudarmos a resolver
alguns problemas, que nos escusamos especificar.
A
razão de ser desta associação está fundamentada na existência de dadores de
sangue, sendo nossos associados à data em que este texto é escrito de 3704
sócios de pleno direito, isto em conformidade com os Estatutos pelos quais a
referida associação se orienta.
Acontece
que, os dadores a que me referi acima, nem sequer mantiveram ou mantêm qualquer
vínculo com esta associação, sendo os mesmos residentes, em diversas
localidades do Distrito de Aveiro. Mais, nunca cá efectuaram qualquer dádiva.
Uns
são encaminhados pelos centros de saúde da área da sua residência, outros pelos
hospitais, como aconteceu recentemente, com um dador de Oliveira de Azeméis.
A
questão que se coloca é a seguinte: tais dadores enquanto estavam em condições
de doar sangue, doaram noutros locais, beneficiando outras organizações com a
sua dádiva, agora que são confrontados com problemas, vêem ao encontro da
ADASCA. O que devemos ou não fazer por eles?
Alguns
problemas são mesmo delicados, obrigando-nos a efectuar telefonemas, incomodar
quem não conhecemos, esgrimir argumentos, etc. etc.
Alguém
me perguntava o seguinte: então o sangue não é para o mesmo sítio? Sim, é. Mas,
as associações não são todas iguais, com dinâmicas iguais, objectivos iguais,
divergem umas das outras e muito.
A
ADASCA não pode continuar a ser uma espécie de entidade para resolver problemas
dos dadores, que não sejam seus associados. Em Aveiro existe um grupo que
organiza uma sessão de colheitas de sangue por mês, a ADASCA 6,7 e 8 sessões por
mês, num total de 92 brigadas por ano.
Estamos
na verdade perante uma notória falta de princípios cívicos coerentes, pois o
que conta é o desenrasca, tudo o resto não interessa, e, isso não pode
continuar a acontecer.
O
dador se é soberano para doar sangue onde lhe apetece, conforme a oportunidade
que surge, é lá que se deve dirigir quando necessitar de resolver os seus
problemas, deve ser coerente com a última decisão que tomou.
Vou
exemplificar: sendo eu sócio dos Bombeiros Velhos de Aveiro, não me dirijo aos
Bombeiros Novos de Aveiro para ali encontrar solução para os meus problemas.
Trata-se
de uma cultura típica do português: o que interessa é desenrascar-se. Todos os
sócios da ADASCA são portadores do cartão de identificação, comprovando a sua
ligação a esta associação, a eles assiste-lhe direitos e deveres, logo, tudo o
resto não nos diz respeito. Lamentamos, não somos tapa buracos.
* Fundador|Presidente
da direcção da ADASCA
Site www.adasca.pt
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