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Bom dia!
Começou a batalha pela reconquista de Mossul, a maior cidade controlada pelo Daesh no Iraque. "Chegou a hora", disse ontem à noite o primeiro-ministro iraquiano. A ONU diz-se muito preocupada com o milhão e meio de civis que vive na cidade.
Os EUA e o Reino Unido querem impor sanções à Rússia - outra vez. O mote para as conversas diplomáticas foram os bombardeamentos em Aleppo, em defesa do regime sírio. Nem por acaso, a Clara Barata preparou-nos um trabalho para contar como Putin está a lançar uma nova Guerra Fria, antes de (provavelmente) Hillary Clinton chegar à Casa Branca.
Falando nela, já sabe que Hillary Clinton foi pirateada? E que os emails da Wikileaks mostram como era próxima a sua ligação com a Goldman Sachs. A história é contada pelo New York Times e pelo Washington Post.
Por cá, o PS venceu pela sexta vez consecutiva as legislativas dos Açores, numa eleição onde a abstenção foi altíssima. Com Vasco Cordeiro, António Costa viveu a sua primeira vitória eleitoral, Passos mais uma derrota fora de legislativas. O CDS e o Bloco cantaram vitória com mais um deputado cada. As contas estão aqui.
O tema do dia
A nossa manchete de hoje dá-nos um sinal de alarme sobre a vida que alguns portugueses levam. Ora veja: no primeiro semestre houve 46 desmaios por falta de pequeno-almoço nos comboios da Fertagus, que fazem a ligação entre Lisboa e a sua margem Sul. De tal forma o fenómeno é assustador, prejudicando também o funcionamento dos transportes, que a companhia lança hoje uma campanha para pedir às pessoas que não viajem em jejum.
O Carlos Ciprinano conta a história e mostra os dados sobre a (falta de) qualidade de vida no país, acrescentando que também a CP registou este problema noutros pontos do país. E a Ana Dias Cordeiro falou com uma responsável da Rede Europeia Anti-Pobreza, que explica como na margem Sul do Tejo há muita gente a viver dias difíceis - pais e crianças.
E o que é que há mais?
Ainda o Orçamento, pois claro. Hoje o PÚBLICO entrevista Pedro Nuno Santos, o secretário de Estado que comanda as negociações com Bloco e PCP, deixando-nos pistas para ler o que se passou e o que aí vem. Diz o socialista que matérias como as pensões e a sobretaxa "estão resolvidas", restando pouca margem para negociações na AR; explica que quem tiver duas pensões só receberá um aumento de 10 euros (argumentando que o Governo"está a repor justiça" com o aumento a duas velocidades); acrescenta que aindanão está excluída uma mudança nas deduções do IRS (prometendo não prejudicar os mais ricos em 2018); e acrescendo notas sobre a polémica Mortágua ou sobre o futuro da social-democracia.
O Jornal de Negócios, por seu lado, entrevistou Mário Centeno. O ministro das Finanças rejeita que o modelo económico do Governo tenha falhado; garante que não discute com Bruxelas as pensões ou o IRS; mostra-seconvencido de que o novo IMI vai "atrair investimento"; e promete uma "restrição orçamental muito bem definida". A nossa síntese está aqui.
Sendo estas as principais referências de leitura da manhã, permita-me que lhe recupere alguns dos destaques do Orçamento:
- Começando por este link, que tem uma síntese do que pode mudar na nossa vida - e pela calculadora do novo IRS (é clicar e simular);
- Passando por este trabalho, que mostra como a Comissão e a DBDR podem estar a olhar para o documento;
- Memorize uma discussão que vai dar polémica à esquerda: vêm aí limites às pensões mínimas - e o PCP e BE não parecem confortáveis. É, de resto, o tema do nosso Editorial de hoje;
- No que respeita a notícias simpáticas, conte com uma nos passes sociais; outra nas reformas antecipadas; e meia notícia boa para a função pública;
- As menos simpáticas passam pelo IMI; pelos pensionistas abaixo de 265 euros;
- Pelo meio da leitura do Orçamento, vamos descobrindo coisas como esta:as 40 horas levaram a um aumento das horas extra no Estado (sim, um aumento).
- Em termos políticos, ficam anotadas as desconfianças e críticas da oposição; e o copo meiocheio (ou meio vazio) das esquerdas.
Mas há outras (poucas) notícias para lá do Orçamento.
Na Educação, um estudo que mostra como os professores mais velhos são os que mais se queixam da indisciplina, um caso raríssimo na Europa.
Na Economia, um dado preocupante: Portugal caiu 10 lugares no rankingde competitividade dos portos. A parte boa é que as comunidades portuárias já têm propostas na mão para reagir.
Quanto ao fugitivo mais procurado do país, reapareceu ontem - para desaparecer outra vez. A novela seguirá em directo nas televisões (e sempre que se justificar, com aparições pelo nosso site).
Hoje é importante
Seguir o chamado after-match do Orçamento, com as habituais reacções a frio que se haverão de suceder. E também com o envio a Bruxelas do documento e da carta prometida aquando da suspensão das sanções a Portugal.
Mantenha-se também atento ao que se passa no Iraque, porque o ataque em Mossul promete desenvolvimentos.
Sendo o dia mundial pela erradicação da pobreza, há indicadores prestes a saltar. Por ironia, no dia também em que Wall Street começa a mostrar os resultados do Bank of America, ou em que a Netflix mostra os seus resultados.
Só mais um minuto...
Sabia que uma médica espanhola teve um bebé aos 62 anos? A história de uma inseminação artificial quase secreta, que rompeu um pacto médico está aqui contada.
Falando em heroínas: a nova heroína digital da Marvel é uma mãe síria. Madaya Mom pode ser uma improvável heroína da banda desenhada, mas poucos super-heróis serão mais merecedores do título, como nos explica a Sofia Lorena.
Do P3 vem esta outra história, de uma espanhola que se apaixonou pela fotografia. Ela diz que pega "em coisas doces e ingénuas" e gosta de as transformar em mini-histórias. Sobretudo, gosta de guardar segredos.
Nós por aqui, que não guardamos segredos, que nos divertimos a cada boa história que contamos, estamos preparados para mais um dia, para mais uma semana de trabalho.
A si, desejo um dia feliz, cheio de pequenas e grandes vitórias, vivido com um belo sorriso.
Até já!
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