A empresa WiseCrop vai à Web Summit da próxima semana para se mostrar e procurar investidores para atingir o objetivo a que se propõe, segundo o fundador e presidente executivo, Tiago Sá: "revolucionar a agricultura".
A ideia para a WiseCrop surgiu ainda enquanto estudantes na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, em 2013, depois de um primeiro contacto com "uma tecnologia de transmissão de dados sem fios inovadora" a partir da qual foi desenvolvido "um sistema que conseguia adquirir dados da exploração [agrícola] em tempo real e conseguia também controlar equipamentos".
Hoje, como explicou à Lusa Tiago Sá, a WiseCrop é "muito mais do que isso", sendo "um sistema operativo `online` especializado na agricultura e que para além desta componente dos sensores e dos programadores de rega, ou seja, dos dispositivos, integra a inteligência agora muito mais versátil e ajudando na gestão técnica e mais operacional".
Na prática, através de sensores instalados na exploração, o agricultor pode, no computador ou no dispositivo móvel, aceder de forma remota à temperatura do local naquele momento, à humidade, aos níveis de água no solo, aos potenciais riscos existentes e demais indicadores bioclimáticos.
"O produtor não pode decidir regar simplesmente porque a planta precisa de água. Pode ter de regar por outros motivos. Pode ter de regar porque a planta está demasiado quente. Há diferentes razões que levam a tomar uma decisão. Olhamos para a exploração agrícola como um todo e isso faz com que o produtor, na mesma plataforma, consiga tomar as decisões conscientemente baseadas em factos e com isso poupar recursos e aumentar a produtividade", afirmou Tiago Sá.
Fundada em meados de 2014 e sediada no UPTEC, no Porto, o protótipo do produto foi apresentado no final desse ano depois de captada uma primeira ronda de investimento junto da 2bpartner (o valor da qual não é divulgado) estando agora à procura de uma segunda ronda, aproveitando a Web Summit, que deverá estar entre um e 1,5 milhões de euros.
Tiago Sá revela, no entanto, que o objetivo para 2016, primeiro ano de comercialização em pleno do produto, é encerrar o período com 300 mil euros de receitas, admitindo que a empresa ainda não dá lucro, algo que prevê que venha a acontecer a partir de 2017.
Com nove trabalhadores, a WiseCrop tem neste momento 130 utilizadores - nalguns casos pertencentes ao mesmo cliente -- e trabalha com 34 tipos de culturas diferentes, desde o kiwi à vinha.
Também a internacionalização está nos planos da empresa, começando pela componente de `hardware` em Espanha, embora "com esta abordagem de sistema operativo, dando mais enfoque à parte do `software`, teoricamente [é possível] estar em qualquer parte do mundo instantaneamente porque qualquer utilizador se poderá registar e subscrever as aplicações `online`".
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