Cerca de 460 milhões de pessoas estão a viver sob uma densa poluição no norte da China desde o final de semana passada, o que levou autoridades a colocarem 21 cidades e a capital, Pequim, em alerta vermelho.
Com um nível de partículas no ar seis vezes acima do limite estipulado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o governo chinês pediu aos cidadãos que permaneçam em casa. Muitas escolas estão fechadas, e, com uma visibilidade de cerca de 50 metros, centenas de voos foram cancelados.
A construção e manutenção de estradas foi suspensa, e os veículos mais antigos e poluentes foram proibidos temporariamente. Também foi pedido às indústrias com forte impacto ambiental, como o setor de aço, que reduzam ou interrompam as suas atividades.
O alerta vermelho é a categoria mais grave numa escala de quatro níveis do sistema criado pelo governo chinês como parte de uma série de medidas de combate à poluição.
Em dezembro do ano passado, Pequim e dezenas de outras cidades chinesas já tinham entrado em alerta vermelho devido a uma nuvem de fumo que cobriu o céu durante dias.
Há duas semanas, as autoridades chinesas classificaram o fumo como um “desastre meteorológico”, comparável às tempestades de areia e às fortes chuvas de verão que costumam atingir o país.
“A poluição está a diminuir de ano para ano. As principais razões desta situação estão agora relacionadas com o clima. Há muito pouco vento e, com a baixa temperatura, o fumo fica preso”, disse Wang Min, professor de políticas públicas e ambientais da Universidade de Pequim.
Os meios de comunicação chineses revelam que a mais recente crise do país, o “Arpocalipse”, levou à existência de “refugiados da poluição” – moradores que abandonam as cidades para fugir do fumo e evitar os riscos para a saúde.
Segundo a Agência Nacional de Meteorologia, a chegada de ventos frios permitiu dissipar a nuvem tóxica e, seis dias depois, o céu está a voltar a ficar azul em Pequim.
ZAP // BBC
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