quinta-feira, 2 de março de 2017

Um dia tem 7 polémicas (& muitas leituras boas)

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Enquanto Dormia
 
David Dinis, Director
 
 
Foram encontrados os vestígios mais antigos de vida na Terra - ou será melhor dizer "talvez tenham sido"? A descoberta foi feita no Canadá e os fósseis de microorganismos terão cerca de 4300 milhões de anos. Se a investigação publicada na revista Nature estiver correcta, ficamos a saber como tudo começou.
O procurador geral escolhido por Trump ficou sob suspeita. Jeff Sessions teve dois encontros com o embaixador russo, a um mês das presidenciais, reuniões que escondeu do Senado em plena polémica sobre a espionagem russa. Agora, garante que não falou da campanha eleitoral.
Os Lordes puseram travão ao Brexit. Os membros da câmara alta do Parlamento britânico aprovaram, por larga maioria, uma emenda à lei que daria luz verde ao processo, obrigando a proteger os cidadãos europeus. A legislação terá agora de voltar à Câmara dos Comuns, atrasando tudo.
O Barcelona vai ficar sem treinador. Luis Enrique não vai renovar o contrato e justificou assim uma decisão difícil: "Preciso de descansar um pouco". Por cá, também no futebol, o Guimarães ficou a curta distância do Jamor (com um pezinho do F.C. Porto).

Quando é que as polémicas param? 

Hoje há novas e outras, que já correm há mais tempo. Vamos à contagem:
1. O TC alerta o Parlamento: vai ser impossível fiscalizar as autárquicas. O aviso veio de Costa Andrade, que foi discretamente à Assembleia dizer que não tem meios, nem orçamento, para verificar as contas das milhares de candidaturas que aí vêm. Entregou um dossiê e recebeu promessas de mudanças. A Leonete Botelho conta o que soube
2. Teodora avisa contra "intromissão do Governo". Numa entrevista ao PÚBLICO e Renascença, a presidente do Conselho de Finanças Públicas diz não perceber por que razão as Finanças estão a atrasar as duas escolhas para aquele órgão de fiscalização das contas públicas. E vai lembrando que a "independência" do CFP é importante para a imagem externa do país. E o défice? A redução não é sustentável, diz Teodora Cardoso.
3. O Governo impõe-se a Carlos Costa. António Costa quer, afinal, duas mulheres entre os próximos administradores do Banco de Portugal. E terá deixado de fora o último nome proposto pelo governador. Os novos nomes vão hoje a Conselho de Ministros - mas a tensão entre Costa e Costa subiu mesmo (confirma o Negócios), num momento sensível para o governador, em que a SIC divulga dados novos sobre a gestão da crise do GES.
4. Na offshores, o dinheiro oculto foi para o Panamá. Quase todo, pelo menos o de 2014 - o ano da queda do BES, se se recorda. Foi o que disse, sem falar do banco, o secretário de Estado Rocha Andrade, explicando melhor como se soube o que não estava à vista. No centro da história está uma mudança do sistema informático do Fisco. Quanto a Paulo Núncio, disse que não sabia. O João Miguel Tavares ouviu-o e conclui que foi "muito, muito mal". Eu também - e digo isto noEditorial.
5. Já que falamos de Panamá, eis o que disse Salgado ao procurador. Além de Álvaro Sobrinho, houve mais pessoas em Angola que beneficiaram com o buraco do BESA e Hélder Bataglia foi o único responsável pelas transferências para Sócrates - ele não. Esta síntese vem do Observador.
6. Miguel Relvas está de volta, numa parceria para o Novo BancoO ex-ministro já tem 31,7% da Pivot, parceira do último candidato ao à compra do banco que nasceu da resolução do BES, conta a Cristina Ferreira.
7. A Europa embrulha-se em cinco cenários. O presidente da Comissãopassou o problema do futuro da UE para os governos. Deixou em aberto os tais cinco cenários possíveis, que vão do status quo até a uma visão quase federal. No dia 1 da discussão, Portugal recusou dois, conta-nos a Teresa de Sousa. Agora é ver quantos (e quais) recusam os outros 26 países - e se sobra algum no fim. Até lá, há eleições no caminho - uma das quais em França, onde "a surpresa é a regra" - como diz o Jorge Almeida Fernandes.

Para ler (e animar)  

Um prémio de arquitectura pode premiar o "small is beautiful"? Pode, claro. O prémio Pritzker deste ano foi aqui para os nossos vizinhos e mostra como é possível desenhar espaços em plena integração com o meio envolvente. O Sérgio C. Andrade mostra-lhe como (e explica o conceito).
Este é o Cristo nu e esquecido de Miguel Ângelo. É uma das obras menos conhecidas do mestre do Renascimento, mas, passados 500 anos, mantém todo o seu poder de inquietação. Vai estar em Londres a partir de 15 de Março, numa exposição que volta a juntar Miguel Ângelo e Sebastiano del Piombo. Por que terá o artista desistido desta escultura?
Como a China se tornou o grande líder (no futebol). Porque o futebol também é arte, mas esta arte só se faz com muito dinheiro, o Tiago Pimentel foi rever as contas, olhar para o mercado de Inverno e mostra como a Europa respirou de alívio com o fim das transferências em Pequim.
Qual é o mamífero terrestre que dorme menos durante todo o dia? Tem tromba, muitos quilos de massa corporal e dorme só duas horas por dia. Quem é? É o elefante. Um novo estudo vem dar-nos boas explicações sobre este mistério da natureza. 

Hoje na agenda
  • Marcelo Rebelo de Sousa lança a promoção a investidores da venda de obrigações da CGD - que deve acontecer em Abril.
  • A Comissão de Inquérito à Caixa decide o seu futuro (depois de um novo adiamento da decisão ontem).
  • Parlamento debate as "áreas protegidas classificadas", mais uma matéria a dividir a esquerda.
  • EDP, NOS e Impresa divulgam os resultados de 2016.
  • Museu Calouste Gulbenkian apresenta a sua nova programação para este ano.

Só um minuto...  

... Para lhe mostrar bons exemplos (manter acesa a esperança nos dias que correm):
A portuguesa Farfetch chamou uma estrela, com um objectivo ambicioso: formatar "o futuro do luxo". A esperança chama-se Natalie Massenet, a fundadora da Net-A-Porter.
Um grande prémio a um trabalhador. Em 14 anos, Ali Sonko passou de lavador de pratos a sócio de um dos mais famosos restaurantes do mundo.
Um site norueguês teve uma ideia construtiva: vai pedir aos leitores que provem ter lido os artigos antes de os deixar comentar (para evitar alguns fenómenos que vão andando pelas caixas de comentários).
O seu PÚBLICO também: sabendo que não somos só nós a fazer bom jornalismo, estamos a dar-lhe cinco sugestões para sair daqui (e depois voltar)
E com esta me despeço, na secreta esperança de que volte sempre à nossa companhia, com um belo sorriso. Tenha um dia feliz e produtivo. 
Daqui segue um abraço. Até já!

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