segunda-feira, 3 de abril de 2017

Brexit. Empresas em fuga da City londrina

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Os principais bancos como o JPMorgan, Goldman Sachs, HSBC, Lloyds e UBS já revelaram que os seus planos de contingência estão em marcha.

Num dos maiores centros financeiros do mundo, a City, em Londres, a palavra de ordem mudou depois do resultado do referendo de junho de 2016 no Reino Unido. Agora, depois de o país ter decidido sair da União Europeia e da primeira-ministra britânica, Theresa May, ter ativado o artigo 50 do Tratado de Lisboa, as principais empresas aconselharam os seus quadros diretivos e restantes trabalhadores a fazerem as malas para poderem partir a qualquer momento para outras capitais europeias, revela o jornal espanhol Expansión.
Os principais bancos como o JPMorgan, Goldman Sachs, HSBC, Lloyds e UBS já revelaram que os seus planos de contingência estão em marcha e afetarão milhares de pessoas. Entre os principais riscos que as empresas enfrentam está a perda dos seus “passaportes financeiros, que permitem fazer negócios em toda a UE com uma única licença britânica.
Em causa está a enorme incerteza que envolve o processo de saída do Reino Unido da UE e o acordo que será negociado com Bruxelas para o pós-Brexit. Não sabem o que o futuro lhes reserva, as empresas com sede na City estão já a preparar planos de contingências que podem afetar milhares de trabalhadores e pôr em causa outros tantos postos de trabalho.
Perante este cenário, os executivos da City estão já a sondar novos destinos europeus, procurando escolas, apartamentos e casas em cidades como Paris, Frankfurt, entre outras, em caso de terem de refazer a sua vida longe de Londres.
De acordo com o Expansión, são já vários os estudos que revelam os impactos mais negativos do Brexit no ecossistema da City: uma perda total entre um mínimo de 7.000 e um máximo de 230.000 empregos, no decorrer do processo ao longo dos próximos dois anos. Os responsáveis dos maiores grupos financeiros antecipam um hard brexit, o que significa que não poderão continuar a prestar serviços aos seus clientes na União Europeia a partir de Londres e por isso terão de deslocar-se para outra cidade dentro do espaço comunitário.
No caso de uma saída pouco amistosa do Reino Unido, o centro financeiro de Londres tem assim muito a perder, e por isso afigura-se como uma ferramenta chave no processo de negociação que se avizinha. No entanto, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, já deixou claro que a City não terá quaisquer privilégios, nem um “acordo especial” para proteger o futuro, nas negociações do Brexit com Bruxelas.
Fonte: Dinheiro Vivo
Foto: EPA/JUSTIN LANE

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