sexta-feira, 28 de abril de 2017

Mais 45 anos para pagar a dívida?// Precários a gerir fundos europeus// Um Ípsilon para 3 dias

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Enquanto Dormia
 
David Dinis, Director
 
Atenção ao que se passa na Macedónia, onde manifestantes invadiram o Parlamento e agrediram os deputados. O país está sem Governo desde Dezembro e, na quarta-feira, o principal partido da oposição elegeu (com o apoio dos partidos da minoria albanesa) um novo líder do Parlamento. Um grupo de 200 pessoas com máscaras não gostou. As imagens são assustadoras.
Os Simpsons fizeram a síntese de 100 dias de Trump. Sim, os Simpsons. A minha parte preferida é o livro na cama do Presidente. E o que fez o Presidente esta noite? Admitiu que pode acontecer um "grande, grande conflito" com a Coreia. E queixou-se destes 100 dias: "Pensei que fosse mais fácil".
A United fez um acordo com o passageiro em overbooking. Agora já sabemos o nome do passageiro retirado à força do avião, o que ficámos sem saber foiquanto a companhia aérea pagou para evitar um processo.
José Mourinho saiu a sorrir do derby de Manchester. A jogar em casa, osCitizens conseguiram as melhores oportunidades, mas os Red Devils resistiram sem sofrer golos.

As notícias do dia  

Na nossa manchete está o relatório da dívida, feito pelo grupo de trabalho acordado aquando da formação deste Governo. Conclusões? PS e BE querem mais 45 anos para pagar à UE, sem haircut, sem tocar na do FMI ou na que está nas mãos dos privados - e sempre em negociação. São vários tons abaixo do que já vimos, embora a formulação inclua avisos como "aumento de impostos". O mais interessante do relatório está, porém, nas 4 recomendações a Centeno, que dão folga já no próximo Orçamento (410 milhões) - o Sérgio Aníbal explica-lhe como, passando pelas críticas que ali são feitas ao Banco de Portugal e ao Tesouro (ou seja, ao próprio Ministério das Finanças). Se quiser ver ponto a ponto, eis as propostasque ficam em cima da mesa. E, se quiser, também o meu Editorial com esta conclusão "chamem-lhe compromisso, fica bem assim".
Logo abaixo, na primeira página, tem uma história que me deixou de boca aberta:quem gere os fundos comunitários são 500 precários, que agora querem ser integrados no Estado. A Raquel Martins conta-nos a história.
Na política, Marcelo explicou como dá a volta a Costa“Não me venha dizer que roxo é violeta-rosa” (e vale mesmo a pena ler este texto da Leonete Botelho). E mandou um recado para o PSD, a propósito da ideia de dar um bónus ao partido que ganhar eleições ("não cabe na Constituição"). Aliás, Marcelo e o PSD andam aos arrufos: ora veja o que diz o partido sobre a resposta do PR à polémica sobre o Conselho de Finanças Públicas.
À esquerda, há mais uma conversa adiadaÉ sobre trabalho nocturno. E um chega-para-lá de Costa (também para deputados do PS): "Era grande insensibilidade" não dar tolerância de ponto na visita do Papa (ainda tenho que descobrir o que as crianças vão fazer com as escolas fechadas no dia 12 de Maio).
A propósito de escolas, esta tem uma bela história para contarchamou os alunos que tinham desistido e agora é exemplo na Europa. Conta lá, Samuel.
Mais polémico é o ok de Portugal a Almaraz. Os ambientalistas e a esquerdanão estão a gostar nada
E há mais dois problemas a estourarmenos ambulâncias do INEM à noite; e menos salários para os bombeiros. Ambas as histórias estão no JN.
José Sócrates também não gostou disto: o prazo para terminar a investigação voltou a ser adiado sine die.
Já agora, anote isto: o número de bebés de pais separados duplicou em seis anosmais um dado para os sociólogos analisarem.
E isto (uma notícia com data marcada): Portugal vai ter o 15º museu nacional.É em Peniche e esteve quase para ser um hotel. A Isabel Salema falou com o historiador António Araújo, que explica assim: "A narrativa da fuga de Álvaro Cunhal é um elemento poderosíssimo na mobilização da memória de Peniche".

Hoje na agenda
  • António Domingues volta ao Parlamento para ser ouvido na comissão de inquérito dos sms (será que os vamos conhecer?). Às 10h00 entramos num minuto-a-minuto.
  • O tal documento sobre a dívida é divulgado ao início da tarde. Lá estaremos para ouvir com atenção.
  • O Papa Francisco inicia uma visita ao Egiptosem carro blindado.
  • Está marcada uma greve geral no Brasil, protestando contra a reforma da Segurança Social do Governo de Temer.
  • E é dia para se fechar um acordo nos EUA sobre o financiamento do Estado. Se o Congresso não aprovar a proposta de financiamento de Trump, os serviços governamentais paralisam este sábado.
  • Começam os Dias da Música no CCB, que vai já na sua 11ª edição.

Um ípsilon para 3 dias

1. Thurston Moore, lembra-se dele? E se lhe disser Sonic Youth? Pois bem, é ele que está na capa de hoje do ípsilon, com um belíssimo texto do Vítor Belanciano sobre o seu novo álbum. E diz assim o Vítor, a dada passagem: "É como se tudo confluísse para a acalmia, mas o cenário é o de uma tempestade em alto mar, com ângulos de ruído, rasgos harmónicos, cavalgadas para secção rítmica e linhas de baixo minimalistas, num jogo de contenção, espaço e deflagração. É um disco que gira em torno da sua guitarra e, claro, sendo ele personagem central dos Sonic Youth é impossível escapar às comparações. 'É o meu vocabulário, é natural que ele esteja presente', diz Moore. É um excelente disco. Talvez o melhor material saído da mente de um dos ex-membros do grupo desde a dissolução há seis anos." Senhoras e senhores, aqui está a conversa com Thurston Moore, a consciência do rock. E a nossa crítica ao seu regresso.
2. Mais música? Oh yes. Porque chegou o novo de Dylan, Triplicate, e o Mário Lopes já o ouviu atentamente. E também voltaram os Gorillaz e o Gonçalo Frota diz que é a melhor coisa do apocalipse (lendo nós o apocalipse como Trump).
3. E cinema, nos dias da estreia de Fátima. Já aqui tínhamos passado pelo filme, mas agora percorremos a fé de João Canijo num cinema do real - num texto do Daniel Ribas sobre três décadas de trabalho do cineasta. Conte com família, violência e Portugal, acabando no Santuário.
São apenas pistas, porque já vi que o ípsilon traz muito mais do que isto. É aproveitar os dias e descobrir, com aquele prazer sempre renovado. 

Só mais um minuto

Porque o fim-de-semana tem três dias - e até o Ípsilon pode não chegar - não se esqueça que tem à mão o Cinecartaz (e um vídeo de um minuto com as estreias da semana), mas também o Guia do Lazer, onde se descobrem. Tem também o Fugas na forja (estes dias são mesmo à mão para uma escapadinha). E até o Inimigo Público, que tem o podcast mais ouvido em Portugal ao fim de apenas duas edições (parabéns malta!).
O PÚBLICO é isto tudo - começando e acabando aqui, que é onde pode manter-se sempre actualizado. O que lhe proponho é que aproveite estes dias para celebrar. Tudo. Se possível, com uma destas.  
Um dia bom! E um belíssimo fim-de-semana.
Até já!

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