Enquanto dormia...
... ficou a conhecer-se mais uma demonstração de grande realismo político (digamos assim) do Bloco de Esquerda. As conclusões do grupo de trabalho sobre a dívida - que juntou membros do governo, do PS e do BE, incluindo Francisco Louçã - não pedem, nem de perto nem de longe, qualquer perdão da dívida. São apenas propostas quatro medidas com um impacto que o próprio relatório diz ser "modesto".
O único ponto que podia criar cócegas à Europa é apresentada “meramente como exemplo": Portugal teria mais 45 anos para pagar os empréstimos à UE e haveria uma diminuição da taxa de juro, e o o capital emprestado pelo Banco de Portugal ao Estado seria transformado em dívida perpétua.
Isto é o que o BE propõe agora, quando confrontado com o mundo real - mas o que é que o partido tem defendido (e exigido) todos os dias nos discursos dos seus líderes?Algo muitíssimo diferente, como pode ver aqui. Quem evitou este exercício público de contradição foi o PCP, que se manteve longe do grupo de trabalho que hoje apresentará as suas conclusões numa conferência de imprensa.
É o mais recente prazo para a conclusão da Operação Marquês: ontem, a Procuradoria-Geral da República afirmou que o processo Sócrates terá que terminar três meses depois da receção da última carta rogatória que está em falta. Ou seja: não há um dia concreto no calendário, uma vez que tudo depende de terceiros.
Um desses "terceiros" é Henrique Granadeiro. O comunicado oficial da PGR fala da "oposição por parte de um dos arguidos" ao pedido de uma das cartas rogatórias. Trata-se do ex-presidente da Portugal Telecom, que está a tentar impedir que a Suíça quebre o sigilo bancário de uma conta que detém no Banco Pictet.
A defesa de José Sócrates já reagiu e descreve o processo como "um mísero pretexto para um assassinato de carácter".
Um especialista em segurança informática detectou uma falha em quase 150 serviços de email do Estado. E demonstrou ao Observador que os hackers podem fazer-se passar pelo primeiro-ministro ou pelo fisco. O aviso foi feito há 149 dias mas a situação mantém-se. O responsável pelo Centro Nacional de Cibersegurança reconhece o problema.
Oito concelhos vão ficar sem ambulâncias do INEM da meia-noite às 8h da manhã já a partir de segunda-feira: Maia, Guimarães, Chaves, Espinho, Covilhã, Aveiro, Anadia e Amadora. O motivo, escreve o JN, é a falta de técnicos.
O suspeito do atropelamento de um adepto italiano do Sporting junto ao Estádio da Luz entregou-se e ficou detido. Está indiciado por homicídio simples.
Mais um aviso de Donald Trump a Pyongyang: "Existe a hipótese de podermos acabar por ter um grande, grande conflito com a Coreia do Norte. Completamente". As declarações do Presidente americano foram feitas durante uma entrevista à Reuters. E insistiu: “Adorava poder resolver as coisas pela via diplomática mas é muito difícil”.
Emmanuel Macron foi ontem à noite entrevistado na TF1 e tentou baixar a euforia de alguns apoiantes: disse que não se sente favorito porque as sondagens muitas vezes erram. E, aos que o vêem como um novato inexperiente que poucos conhecem, garantiu: “Não vejo o voto em mim como um cheque em branco”.
Na entrevista, Macron também falou das eventuais funções da sua mulher como primeira-dama, dizendo que Brigitte Trogneux terá um “papel público” mas “não será paga pelo contribuinte”. O ponto é importante porque alguns adversários têm usado o seu casamento como arma política -conheceram-se quando ela era professora e ele aluno do secundário.
Na extrema-direita, mais uma polémica negacionista. Jean-François Jalkh, que seria presidente interino da Frente Nacional durante a campanha, em substituição de Marine Le Pen, decidiu recusar o cargo. O Le Monde explica porquê: por terem sido conhecidas declarações suas, feitas em 2000, onde punha em causa o uso de gás Zyklon B nos campos de concentração nazis.
A notícia da desistência foi dada por Louis Aliot, que além de vice-presidente da Frente Nacional é namorado de Marine Le Pen. O presidente interino do partido será o autarca Steeve Briois.
Ainda sobre França: no Conversas à Quinta desta semana, Jaime Gama, Jaime Nogueira Pinto e José Manuel Fernandes debateram a campanha que opõe Macron a Le Pen.
A nossa Opinião
Rui Ramos escreve que "sim, isto é mesmo como na Grécia": "Não é só em Portugal: também a Grécia festeja um resultado orçamental histórico. O método foi o mesmo: reduzir o Estado a controle, empregos, e favores para amigos, e cortar o resto sem piedade".
Miguel Tamen escreve "Ocasiões de choradeira": "O maior serviço que a televisão presta é pelo contrário o de proporcionar a quem nela aparece a falar ocasiões de choradeira: dar azo ao apreço que quem fala sente por si próprio".
Fernando Leal da Costa, ex-ministro da Saúde, escreve sobra a vacinação obrigatória: "Não posso aceitar, a coberto da liberdade de informação, que se dê cobertura jornalística igual e intensa aos que, por total ignorância ou má-fé, insistem em negar o direito dos filhos serem vacinados".
Os nossos Especiais
“O açúcar mexe com os mesmos recetores que as drogas”. A nutricionista Sónia Marcelo, autora do livro "Guerra ao Açúcar", explica como tudo isso se passa numa entrevista à Marlene Carriço. (Já agora, responda rápido: há mais açúcar num iogurte ou num Bollycao?)
Notícias surpreendentes
É já hoje que começa mais uma edição dos Dias da Música, em Lisboa. São mais de 50 concertos dedicados às "Letras da música".
Bruno Aleixo, o cão-ewok, regressa hoje à SIC Radical. E agora vai frequentar sessões de psicologia clínica. O André Almeida Santos conta os detalhes.
Agustina Bessa-Luís trocou a Babel pela Relógio D’Água. A família da escritora fala em "vários incumprimentos contratuais".
Chama-se Pesqueiro 25, abriu na rua cor de rosa, em Lisboa, e tem muito marisco. A Sílvia Silva já lá esteve.
Mãe e filha reestruturaram 50 hectares de vinhas e criaram uma nova marca - e assim surgiu o vinho Valle de Passos. A Ana Cristina Marques foi falar com elas.
Ainda é um bocadinho cedo para vinho, mas não para Camembert: a inventora desse queijo faria hoje 256 anos e, por isso, tem um doodle em sua homenagem. O resto das notícias, que não envolvem queijo nem vinho, estão aqui, como sempre. E, a partir das 10h, vamos estar em direto do Parlamento, para seguir a audição de António Domingues na comissão da Caixa
Até já!
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