Enquanto dormia...
... Donald Trump aterrou na Europa para uma visita à Polónia antes da cimeira do G20 que vai ser dominada pelo tema Coreia do Norte e as divergências sobre as acções contra Kim Jon-un entre EUA/China/Rússia explicadas peloWashington Post. Segundo a embaixadora americana na ONU, os Estados Unidos admitem o uso da força. Mas o New York Timesexplica que um ataque cirúrgico pode acabar numa carnificina.
Por cá, o tema Tancos continua a dominar a atualidade.Segundo o CM, os cofres do Banco de Portugal podem ser um alvo potencial de terrorismo com as armas roubadas em Tancos. O complexo no Carregado onde estão parte das reservas de ouro e são produzidas as notas de euro é um dos pontos da investigação.
Ontem, na magna reunião sobre Tancos, foi decidido não elevar o nível de ameaça em Portugal. Mas o risco de furto de armas era conhecido há meses, segundo noticia a Sábado. O DNacrescenta que a autorização para arranjar a vedação demorou 73 dias.
Destaque para ainda entrevista ao general Garcia Leandro ao Observador, que deixou uma frase chave ao Pedro Rainho para ser ouvida no ministério da Defesa: "No tempo de Salazar, os ministros mandavam nos ministérios".
Hoje há duas outras entrevistas importantes. À Antena 1, Assunção Cristas, diz que "para já, o remédio é demitir os ministros". Ao Público e Renascença, Pedro Nuno Santos admite que este é o momento "mias difícil" do governo, mas que "as demissões têm muitas vezes consequências perversas".
No resto da atualidade:
Dois afegãos foram detidos esta semana no Porto por suspeitas de ligação a organizações terroristas depois de pedirem asilo. Segundo o JN, tinham fotografias de armas e explosivos semelhantes aos usados pelo Estado Islâmico.
Os 12 militares acusados de fraude nas messes ficaram emprisão preventiva.
E as eleições da distrital do PSD Lisboa podem ser impugnadas. Pedro Pinto, candidato vencedor, não constava nos cadernos eleitorais e foi acrescentado... à mão.
Outra informação importante
As cativações recorde no Orçamento e o SIRESP abriram as maiores brechas entre o Governo e os partidos à esquerda que o suportam. Começo pelas famosas cativações de Centeno, que estão outra vez na nossa manchete, e como elas descativaram Bloco e PCP na sua relação com as Finanças. Osbloquistas foram particularmente duros para com o ministro e exigem saber onde foram exatamente feitos estes congelamentos históricos que permitiram ao governo apresentar um défice igualmente histórico. O PSD exige o mesmo. Pelo caminho, o Nuno André Martins, a Rita Tavares e a Rita Dinis explicam ainda o que são e como funcionam as cativações.
O debate no Parlamento foi marcado pelos números revelados pelo Observador. Centeno atrapalhou-se, rejeitando que as cativações tenham tido implicações nos casos de Pedrógão Grande ou Tancos. Negou (sem convencer a direita) congelamentos na Defesa, mas não explicou porque é, por exemplo, na Saúde, mesmo sem cativações, foram poupados 331 milhões.
No SIRESP, o PS chumbou sozinho a proposta do Bloco para que o sistema passasse a ser gerido pelo Estado e ao PSD e CDS bastou absterem-se. Os bloquistas foram novamente muito críticos do governo. E da nada serviu o anúncio da ministra de que foram já compradas as duas novas antenas do sistema: custaram 70 mil euros e ficarão ativas na próxima semana.
No meio do aceso debate político, a notícia mais importante talvez tenha passado ao lado dos partidos:a PPP gestora do SISRESP distribuiu 4,2 milhões em dividendos um dia depois da falência do seu maior accionista, a Galilei (ex-SLN/BPN). A notícia é da Ana Suspiro.
A descoordenação sobre Pedrógão Grande, contudo, mantém-se. Depois da ministra da Administração Interna ter recusado a ideia de um comando único para o combate aos fogos, o ministro da Agricultura admitiu a hipótese. É um Constança vs Capoulas.
Na Venezuela, os apoiantes de Nicolás Maduro invadiram o Parlamento: houve 12 feridos e imagens com demasiado sangue. Entretanto, foi aprovado o plebiscito para saber se Maduro deve continuar na presidência.
No Vaticano há um novo escândalo sexual. A polícia interrompeu uma festa de um dos principais conselheiros do Papa.
Os nossos especiais
Um dia depois de ser conhecido o relatório da Comissão de Inquérito sobre a intervenção pública na CGD, cujas conclusões apuraram que nada de grave se passou na concessão de créditos, vale a pena ler o livro Caixa Negra. O jornalista Diogo Cavaleiro explica como a aposta ruinosa em Espanha, a má avaliação de risco, as parcerias falhadas e as estratégias políticas acima da gestão do banco influenciaram (e muito) os últimos anos do banco público.
A nossa opinião
- José Manuel Fernandes escreve sobre as opções erradas do governo: "Os números agora revelados sobre o sucesso escolar e sobre os efeitos da descida do IVA na restauração são reveladores das opções erradas deste Governo. E de como se está a estragar o esforço de anos".
- Helena Garrido escreve sobre o "Estado em estado de deixa andar": "O que se passou em Tancos e em Pedrogão Grande resolve-se com políticas de rigor e exigência. Não há falta de dinheiro, há desorganização, irresponsabilidade e facilitismo que apoiam o “deixar andar”.
- Diana Soller escreve sobre a Coreia do Norte: "Os Estados Unidos, a Coreia do Sul, a China e o Japão estão de mãos e pés atados perante as provocações de Pyongyang: um conflito armado está fora de questão devido ao risco de retaliação nuclear".
- Paulo Tunhas escreve sobre "A carcaça": "Lembrando Thomas Hobbes e o seu Leviatã, diríamos que o soberano anda distraído de nós e da nossa protecção. E que a comunidade política apresenta todas as características de uma carcaça prematura".
- Vítor Matos escreve uma análise sobre a "magistratura de interferência" de Marcelo: "A Marcelo não basta ter influência. Para o Presidente, poder é interferência. A visita a Tancos é mais uma prova do novo estilo de magistratura".
- Há também uma BICA sobre a responsabilidade política no caso Tancos entre o José Manuel Fernandes, o Vítor Matos e eu própria.
Notícias surpreendentes
É um dos maiores mistérios da ciência. No séc. XV, um vulcão gigantesco atirou a Terra para uma mini idade do gelo e alterou durante quatro anos a vida no planeta (na Europa não cresceram árvores, nem houve culturas). Mas ninguém ainda conseguiu descobriu onde aconteceu a mega erupção.
Outro mistério. Afinal a aviadora Amelia Earhart pode ter sobrevivido à queda do seu avião no Pacífico. Há uma foto a prová-lo e um documentário que a vai revelar.
A cientista portuguesa Maria Mota fez avanços determinantes na cura para a malária. Tudo está nas calorias.
O Alive começa esta tarde. Há seis concertos para ver no Passeio Marítimo de Algés, do rapaz-estrela ao melhor cafuné. Pode também seguir os 10 mandamentos dos festivais de verão, segundo o Alexandre Borges. E adoptar o seu estilo consoante o festival a que vá, seguindo o manual de instruções do Mauro Gonçalves.
A Coca-Cola chegou exatamente há 40 anos a Portugal. Ficam por isso 40 factos que talvez não conheça sobre a bebida mais vendida no mundo: incluem Amália e Pessoa (e este famoso anúncio).
Se ficou com a boca seca de tantas notícias e sugestões, beba o que entender antes de voltar ao Observador para se manter bem informado
Boa quinta-feira, feliz e produtiva
Deixo-o com uma última nota. Esta quinta-feira, a partir das 18h00, há mais uma Conversas Soltas Popular/Observador.A Helena Garrido vai conversar com três convidadas sobre o tema Mais Perto. Pode seguir a transmissão direta no site do Observador.
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