quinta-feira, 6 de julho de 2017

Autoeuropa quer semana de 6 dias. Trabalhadores pedem mais dinheiro

Administração propôs alargar horário de trabalho para responder à produção do novo modelo T-Roc, já em agosto. Trabalhadores estão disponíveis para aceitar solução mas apenas se for atribuído bónus no salário

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A Autoeuropa está a negociar um novo horário com os trabalhadores da fábrica portuguesa do grupo Volkswagen. A empresa liderada por Miguel Sanches propõe que a unidade passe a funcionar seis dias por semana e que os operários tenham apenas uma folga fixa, ao domingo, e duas folgas consecutivas a cada três semanas. Esta medida já está a ser aplicada nas fábricas do gigante automóvel alemão um pouco por toda a Europa e deverá entrar em vigor a tempo do arranque da produção em série do novo modelo, o T-Roc, marcado para a primeira semana de agosto. Os trabalhadores estão dispostos a aceitar a solução, mas só se for atribuído um bónus no salário.
"Estamos em negociações com a empresa para reduzir o impacto junto dos trabalhadores e evitar o conflito social dentro da fábrica", adianta ao DN/Dinheiro Vivo o coordenador da comissão de trabalhadores, Fernando Sequeira, que substituiu o histórico António Chora no início do ano. A administração, por seu lado, garante que está a negociar com a comissão de trabalhadores "os modelos de trabalho para fazer face aos planos de produção dos próximos anos, uma vez que o interesse e a prioridade da Volkswagen Autoeuropa são, como sempre, criar um bom clima laboral, gerar e manter emprego e dar condições adequadas aos seus trabalhadores".
As negociações para o novo horário de trabalho decorrem há várias semanas e levaram mesmo a coordenadora das comissões de trabalhadores do parque industrial da Autoeuropa a emitir, a 15 de maio, um comunicado em que manifestava preocupação pela proposta da administração da fábrica. "O novo horário apresentado pela Autoeuropa penaliza os trabalhadores na sua saúde, bem como na sua vida social e familiar.
Para já, as negociações para o novo horário de trabalho estão suspensas, porque a Autoeuropa antecipou este ano a paragem coletiva (shutdown), que ocorre normalmente em agosto. A fábrica do grupo VW está fechada desde a última semana de junho e só voltará a funcionar a partir de segunda--feira. O objetivo é preparar as linhas de montagem para a entrada em produção em série do T-Roc, o novo modelo da VW que deverá ser comercializado a partir do último trimestre do ano e que será oficialmente apresentado, na primeira semana de setembro, no Salão Automóvel de Frankfurt.
"A paragem foi antecipada devido ao programa de produção do T-Roc, coincidindo com o período entre o fim da produção das últimas unidades de pré-série e o início da produção das primeiras unidades de cliente", explica fonte oficial da fábrica. O arranque de produção em série será feito por apenas um turno, porque haverá um segundo período de férias para os trabalhadores. "A maioria dos colaboradores irá gozar um segundo período de férias em agosto. A fábrica vai laborar num único turno durante esse mês."
O T-Roc será um SUV com 4,3 metros de comprimentos e 1,8 metros de largura e irá competir com modelos como o Nissan Juke, o Renault Captur ou mesmo o Seat Arona, do próprio grupo Volkswagen. O novo modelo fabricado na Autoeuropa deverá ter um preço base de 25 mil euros e deverá contar com versões a gasolina, gasóleo e híbrido plug-in (ligado à corrente).
Com este modelo, a fábrica de Palmela espera duplicar a produção, fabricando mais de 200 mil carros no próximo ano. Para isso ser possível, recebeu um investimento de 677 milhões de euros na instalação de uma nova plataforma multimodal, que permite a produção de vários modelos. A Autoeuropa representa hoje 1% da riqueza (PIB) gerada por Portugal.

Fonte: DN
Foto: JOÃO GIRÃO/GLOBAL IMAGENS

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