O Ministério Público venezuelano indicou que pelo menos dez pessoas morreram, na sequência de confrontos, durante a jornada eleitoral, boicotada pela oposição
O vice-presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV, no poder) anunciou hoje que a Assembleia Constituinte vai ser empossada num prazo de 24 a 72 horas. "A Assembleia Constituinte é um facto e vai ser empossada no prazo máximo de 72 horas. Mas poderá acontecer em 24", disse Diosdalo Cabello aos jornalistas.
A cerimónia vai decorrer no Palácio Federal Legislativo, sede da Assembleia Nacional (parlamento), onde a oposição detém a maioria desde janeiro de 2016.
O "número dois" do "chavismo" [referência ao Presidente da Venezuela Hugo Chávez, que morreu em 2013], Cabello elogiou a participação dos venezuelanos nas eleições de domingo, onde apenas foram eleitos candidatos do "chavismo" à Assembleia Constituinte.
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela anunciou hoje que 8.089.320 pessoas votaram, no domingo, nas eleições para a Assembleia Constituinte, promovida pelo Presidente Nicolas Maduro.
O Ministério Público venezuelano indicou que pelo menos dez pessoas morreram, na sequência de confrontos, durante a jornada eleitoral, boicotada pela oposição. "Gostávamos que a direita tivesse participado" na eleição, frisou o vice-presidente do PSUV.
Diosdallo Cabello anunciou que vão ser recolocados. em todos os espaços do parlamento, quadros de Simón Bolívar [político venezuelano que teve um papel importante na independência de vários países da América Latina] e de Hugo Chávez, retirados pela oposição quando obteve a maioria parlamentar.
Atualmente, a Assembleia Nacional tem sido uma das instituições mais críticas do "chavismo", estando em conflito com o Supremo Tribunal de Justiça, que a acusa de desobedecer a várias sentenças.
A convocatória para a eleição dos 545 membros da Assembleia Nacional Constituinte foi feita a 01 de maio pelo Presidente, Nicolás Maduro, com o principal objetivo de alterar a Constituição em vigor, nomeadamente os aspetos relacionados com as garantias de defesa e segurança da nação, entre outros pontos.
A oposição venezuelana, que decidiu não participar nas eleições, acusa Nicolás Maduro de pretender usar a reforma para instaurar no país um regime cubano e perseguir, deter e calar as vozes dissidentes.
Mais de cem pessoas foram mortas nos protestos anti-governamentais que têm agitado a Venezuela desde o passado dia 01 de abril.
Fonte: Lusa
Foto: EPA/NATHALIE SAYAGO
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