Lei da rolha?
Vejamos então o que diz o dicionário Português:
• Qualquer lei repressiva que tenha por fim tolher a manifestação livre do pensamento.
• Qualquer lei repressiva que tenha por fim tolher a manifestação livre do pensamento.
(ex.: a administração impôs a lei da rolha a todos os funcionários). = CENSURA.
É disto que estamos a falhar, lei da rolha, pura e dura.
Numa nova fase da vida das sociedades, nomeadamente das Europeias, onde a comunicação com as populações, por parte das entidades do Estado se mostra fulcral em termos de imagem, marketing e relação, a “nossa” Autoridade de Protecção Civil decide impor a lei da rolha aos seus comandantes a coberto do pretexto de que devem estar concentrados a 100 % nas actividades operacionais.
Muito bem, até posso concordar.
Mas porra, não existe ninguém daquela estrutura, nos teatros de operações que pontualmente (e não duas vezes ao dia em Carnaxide) vá transmitindo informações ás populações através dos órgãos de comunicação social (OCS)? Daquele maralhal de gente que esta no posto de comando ninguém esta na posse de conhecimentos técnicos, tácticos e dotado de “dom da palavra” para falar aos jornalistas? O SGO até contempla o adjunto de relações públicas; afinal para que serve esta “personagem”?
As pessoas, os cidadãos, Portugueses ou não, no nosso pais e pelo mundo tem famílias, terras, bens, haveres e muito mais no nosso território, tem o direito de saber o que se passa, e em que ponto estão os incêndios. E a “nossa” Autoridade tem a obrigação (nem que seja moral) dos informar. Não se trata de mera curiosidade. Trata-se, no actual contexto comunicacional de uma quase necessidade.
A ANPC sempre foi dotada de uma esquisita pequenez na questão da relação com os OCS, onde ao longo do anos se tem vindo a manifestar alguma renitência em transmitir dados para o exterior, e que culminou com esta medida, hoje implementada.
Será tempo, de esta entidade olhar para fora e não apenas para dentro, coloquem os olhos em entidades especialistas em comunicar, como INEM, a GNR ou a PSP, instituições das quais Portugal se orgulha e das quais recebe informação minuciosa quase ao minuto, sem que isso prejudique a sua operacionalidade.
Numa altura em que o pais está literalmente arder, deixar espaços temporais de horas sem qualquer informação à comunicação social e ao pais, trata-se de um verdadeiro tiro no pé que dará aso à especulação, aos boatos e às noticias falsas, sem fundamento e baseadas no “diz que disse” que apenas levam os Portugueses, as estruturas e os próprios bombeiros ao desnorte.
Espero, e na verdade, esperarão todos os Portugueses que revejam esta medida nas próximas horas, sob pena, de se ter que colocar o povo todo a dormir e apenas o acordar quando começar o Inverno e todo este pesadelo já tiver terminado.
Haja bom senso e seriedade no trato com a nação.
Disse,
Luís Gaspar
Fonte: BPS
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