Resultados preliminares apontam para intoxicação por álcool.
A autópsia do fotógrafo Pedro Palma foi, esta sexta-feira, concluída. Os resultados preliminares apontam para uma intoxicação por álcool.
No entanto, os resultados toxicológicos só serão conhecidos na sua totalidade dentro de um ou dois meses.
Dono impedido de abrir a bagageira do carro onde estava Pedro Palma
O dono do Alfa Romeo usado por Pedro Palma no dia do desaparecimento não foi autorizado a abrir a bagageira do automóvel, onde se encontrava o corpo do amigo. Francisco Adão, que tinha comprado o Alfa Romeo dias antes, diz agora estar arrependido por não se ter aproximado do veículo. Em conversa com o Correio da Manhã, mostrou indignação com a atuação da polícia que nada fez nos dias imediatamente a seguir ao desaparecimento.
"Estive na tarde de terça-feira em S. Pedro de Sintra, na zona onde o carro foi encontrado. Vi os jornalistas, mas aproximei-me primeiro dos elementos da GNR que me disseram que não podia abrir o carro. Diziam que estavam à espera da Judiciária e eu entreguei as chaves e acabei por ir embora. Nunca imaginei que o corpo do Pedro estivesse na bagageira", diz o amigo que não esconde a mágoa. "Agora sei que devia ter-me aproximado. Eu estive com o Pedro na quinta-feira, sabia a roupa que ele tinha vestida. Se tivesse espreitado para a mala tinha percebido que havia um corpo na bagageira", afirma o empresário que foi também à PSP de Queluz, na semana passada, para dar elementos sobre o carro desaparecido. "Foi primeiro a irmã apresentar queixa e depois fui eu, para dar mais alguns elementos. Até disse ao agente que tinha uma segunda chave do carro, que se ele aparecesse podiam contactar-me. No dia seguinte, quando voltei, percebi que tinham perdido o meu número."
Francisco Adão está revoltado. Era bastante próximo de Pedro Palma e no fim de semana percorreu quilómetros à procura do carro. Não se lembrou de ir a S. Pedro de Sintra, não encontrou qualquer pista sobre o paradeiro do amigo.
"Pensar que ele podia ter sido salvo é o que mais me perturba", garante o empresário que na página de Facebook de Rosário Palma, irmã de Pedro, deixou anteontem uma mensagem, com uma pergunta. "Não acredito que a polícia só depois de 24 horas de lhes dar a chave é que abriu o carro. Em que país é que estamos?".
Medicina Legal adiou para o dia de hoje a autópsia ao corpo
O carro usado por Pedro Palma foi encontrado terça-feira, à hora de almoço, mas por falta de perícias das autoridades ninguém percebeu que o corpo estava no interior. Só vinte e quatro horas depois é que o cadáver foi descoberto e os restos mortais de Pedro Palma só chegaram ao Instituto de Medicina Legal já depois das 21h00.
Deveria ter sido autopsiado ontem, mas não foi. O IML adiou os exames médicos para hoje. A família poderá só conseguir fazer o funeral no sábado, vários dias depois do veículo ter sido localizado.
Os exames médicos são determinantes para se perceber quando é que Pedro Palma morreu. A análise ao cadáver indicia que o fotojornalista resistiu pelo menos até segunda-feira. Deveria estar em coma alcoólico, depois de ter ingerido uma grande quantidade de álcool.
Pedro Palma estava descalço, na bagageira do carro, mas tinha os sapatos junto ao corpo. Tinha também o comando do automóvel e os documentos pessoais.
A Judiciária, que fez deslocar ao local uma equipa dos homicídios, aguarda pela confirmação do cenário mais provável: morte por intoxicação alcoólica e/ou medicamentosa.
Fonte: CM
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