Os números são estarrecedores. A cada 45 minutos um brasileiro morre vítima do suicídio. Em todo o mundo, ele mata mais que as guerras. Para reverter este quadro, foi criado o movimento mundial Setembro Amarelo, que é uma campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio.
Existem alguns sinais de alerta que podem salvar a vida de quem você ama. Veja quais são os principais:
- Reconheça os padrões de pensamento suicidas. Normalmente, quem pretende tirar a própria vida apresenta os seguintes padrões: elas remoem pensamentos obsessivamente e não conseguem parar, se sentem extremamente sem esperança, vêem a vida como algo sem significado e, normalmente, descrevem uma sensação de nevoa nos pensamentos que dificulta a concentração;
- Reconheça as emoções suicidas. Elas podem se manifestar em alterações extremas de humor, excesso de raiva ou sentimento de vingança, ansiedade, irritabilidade e sentimentos intensos de culpa ou vergonha. Pessoas com tendência suicida normalmente se sentem um fardo para os outros e acreditam que estão sozinhas mesmo quando estão perto de outras pessoas;
- Reconheça avisos verbais. Quando alguém começar a falar muito sobre morte, preste atenção. Algumas frases são frequentes: “a vida não vale a pena”, “não vou mais ficar triste porque não vou estar mais aqui”, “você vai sentir minha falta quando eu for” ou “ninguém vai sentir minha falta se eu morrer”, “não aguento a dor, não consigo lidar com isso”, “estou tão sozinho que queria morrer”, “não se preocupe, eu não vou estar por aqui para ver o que vai acontecer”, “não vou te atrapalhar mais”, ou “queria não ter nascido”;
- Fique de olho na melhora súbita. Muitas vezes, o maior potencial para o suicídio não é o fundo do poço, mas a súbita sensação de melhora. Isso pode indicar que a pessoa aceitou a decisão de encerrar a própria vida e está aliviada por ter um plano. Então, se uma pessoa depressiva e com grandes tendências suicidas melhorar de uma vez, é melhor tomar providencias imediatas;
- Reconheça mudanças de comportamento. Quando você sentir que a pessoa está querendo fechar pontas soltas, doar seus pertences, fazer arranjos financeiros ou visitar vários entes queridos de uma só vez, é hora de intervir;
- Reconheça comportamentos irresponsáveis e perigosos como o uso excessivo de drogas (legais ou ilegais), direção imprudente e sexo desprotegido com vários parceiros;
- Procure por ferramentas possíveis para o suicídio. Por exemplo: se a pessoa comprou uma arma ou remédios sem motivo aparente, é hora de pedir ajuda;
- Perceba mudanças extremas na rotina, repare se a pessoa parou de frequentar, sem motivo aparente, eventos e lugares que sempre gostou de visitar. Quando alguém pára de praticar atividades que, até então, lhe davam prazer, é um grande sinal de alerta;
- Preste atenção na energia: pessoas depressivas ou suicidas normalmente têm pouca energia para tarefas básicas, têm dificuldade de tomar decisões e, por exemplo, falta de vontade de se relacionar sexualmente;
- Não ignore fatores de risco: morte de um ente querido, perda de emprego, bullying e separações traumáticas podem afetar e intensificar desejos suicidas. Um histórico de abuso físico ou sexual também pode servir de gatilho, assim como tentativas prévias de suicídio.
É importante saber que, apesar de todas essas bandeiras vermelhas, 25% das vítimas de suicídio não demonstram nenhum sinal significativo. Então, é importante ficar de olho nos pequenos detalhes que podem surgir principalmente depois de algum trauma.
Quem pensar em cometer suicídio deve ligar para o Centro de Valorização da Vida através no número 141, mas quem convive com essa pessoa também pode entrar em contato com essa linha de assistência.
Os atendentes podem ajudar e, inclusive, te instruir e te conectar com psiquiatras e psicólogos.
Aliás, o tratamento psiquiátrico é fundamental. Não acredite em sinais repentinos de melhora, quem sofre com tendências suicidas deve iniciar um tratamento urgente e tomar as medicações necessárias.
Participe da campanha Setembro Amarelo pelo resto da sua vida e ajude a salvar outras.
Debora oliveira
Psicóloga Clínica
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