quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Malparado, mas melhor. Subir na vida devagar. E um problema na Catalunha

P
 
 
Enquanto Dormia
 
David Dinis, Director
 
Bom dia! 
O Irma causou pelo menos nove mortos nas Caraíbas - e já segue a caminho da Florida. Palmeiras arrancadas, barcos virados, carros submersos, ruas inundadas: os vídeos e fotografias que vão chegando de São Martinho revelam os estragos do furacão, o maior dos últimos dez anos. Na zona de impacto, há algumas centenas de portugueses. "Vai ser duro e cruel”, avisou já o presidente francês. Já está a ser.
Na América, o Facebook destapou uma mão russa nas eleições. Houve uma operação com o objectivo de “amplificar mensagens políticas e sociais divisivas”durante dois anos, com compra de anúncios na rede social usando contas falsas. Algumas delas, com ligações conhecidas ao Kremlin. E quem é que essas mensagens beneficiavam?
Noite fora, Trump deixou os republicanos em choqueaprovando com os democratas uma subida do tecto da dívida. Isto enquanto os EUA instalavam mais material de guerra na Coreia do Sul, para fazer face à ameaça de Pyongyang.
Israel atirou contra a Síria, um ataque contra alvos militares. As forças sírias falam de dois mortos e avisam para as "repercussões perigosas" de tais ataques. Segundo a Associated Press, a mira de Israel está apontada ao Hezbollah, que está a lutar ao lado das forças de Assad.
Em Angola, o presidente eleito deixou uma primeira promessa: que o seu Governo vai "afastar as práticas e comportamentos reprováveis", que “provavelmente estarão na base de tanta abstenção”. E convidou a oposição para a cerimónia de posse.

No Público hoje

Na nossa manchete está uma saída surpreendente para um velho problema:o Banco de fomento vai financiar a solução para malparado na banca, conta a Cristina Ferreira, consciente de que o dito banco de fomento está sem quórum na administração e que está longe de ter tido a utilidade que lhe atribuíam no início. Os detalhes da solução estão aqui.
António Costa deitou água fria para as negociações do OE. O primeiro-ministro prometeu "progressos" em 2018, mas sem "passos maiores do que a perna".Folga é que não há.
Quanto ao ano em curso, garantiu Costa, tem sido possível descativar mais verbas do que no ano passado. Quando virmos os números logo faremos as contas, mas ontem já vimos dois anúncios: com as aulas a recomeçar, haverá mais 6500 professores para as escolas - e mais 1500 funcionários também (mas estes não vão chegar logo). 
Enquanto isso... há uma nova temporada gélida na guerra dos tronos da direita. Passos fez um desafio ao Presidente. O Presidente desconfia de um dedo do PSD no protesto dos enfermeiros. A tensão sobe, com autárquicas à vista - e directas no partido também. Eu e a Leonete contamos a história. Enquanto a Sofia explica a intriga que vai no PSD, com as notícias sobre viagens. A PGR, entretanto, está a seguir o caso.
Voltamos ao caso da Cova da Moura, com o DN a dizer que o Ministério Público pediu a suspensão dos 18 agentes da esquadra de Alfragide. O MAI ainda não reagiu e a PSP também não. E já passaram dois meses do dia da acusação.
Outra notícia: o Estado foi condenado a indemnizar familiares de militares mortos na Bósnia. O caso arrastava-se nos tribunais há 21 anos, conta o Luciano Alvarez.
Fica ainda uma informação útil para quando for às comprassó metade das frutas dos supermercados tem origem portuguesa. As contas são da associação Zero.

Paragem obrigatória

Vamos às leituras mais longas do dia, aquelas que melhor nos explicam o país e o mundo.
1. O Parlamento catalão abriu nova guerra com Madrid. O plenário onde os líderes independentistas usaram a sua maioria para aprovar a Lei do Referendo de Autodeterminação tornou-se numa batalha sem tréguas, com trocas de acusações entre as bancadas que apoiam o governo e as da oposição. Rajoy já começou a combatê-la na justiça. O debate caótico deixa triste imagem dos partidos e antecipa semanas de tensão. A Sofia Lorena preparou-nos umas perguntas e respostas, para percebermos melhor o que aí vem.
2. Subir na vida sem berço de ouro é mais difícil em Portugal. O estudo “Mobilidade Social em Portugal”, divulgado agora pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, mostra até que ponto a mobilidade social entre pais e filhos é menor em Portugal do que no resto da Europa. A investigação teve como ponto de partidavelhas suspeições que a Fundação transformou em perguntas: a educação é chave para subir na vida? Em que medida é que a ocupação dos pais explica a variação total no rendimento dos filhos? O apelido ainda conta para conseguir um bom emprego? A Natália Faria foi à procura das respostas. E no meio delas encontrou pelo menos uma positiva.
3. A "pressão do mundo virtual" está a tramar os jovens. Há adolescentes a passar muitas horas nas redes sociais. E há quem garanta que isso já se nota nas urgências e consultórios psiquiátricos. Um especialista em adição à internet lamenta que os pais procurem ajuda "demasiado tarde". Se tem filhos a crescer, talvez seja melhor ler este texto mais cedo.
4. E se os ouriços-do-mar fossem o “caviar” português? Apanham-se por cá, mas vão quase todos para Espanha. A excepção é a Ericeira, onde há a tradição de comer ouriços-do-mar, ou melhor, as suas “ovas”. Agora há projectos de investigaçãoque estudam as ovas destes animais. Com proveito para a economia, para o ambiente - e para o nosso prato também. A Margarida Marques foi saber as conclusões.

O dia à nossa frente

O Parlamento regressa, com uma discussão sobre a situação na Venezuela. Não muito longe dali, o Bloco recebe os sindicatos médicos, que ameaçam fazer nova greve, enquanto o Governo recebe os sindicatos da PT. É também dia deconselho de ministros, já com o novo Orçamento na agenda. E dia de uma conferência internacional sobre o Mar, na Fundação Gulbenkian. Lá por fora, volta a reunir-se o conselho de governadores do BCE, com o euro forte a atrapalhar os planos para a retirada dos estímulos. Em Londres, os deputados discutem a conta do divórcio com o seu representante nas negociações do Brexit, uma discussão que promete seguir pelo dia fora.
Aqui no PÚBLICO, acordamos cedo para o manter actualizado. Não a correr assim, mas exactamente com o mesmo sorriso. 
Que o dia seja bom. Até já!

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