Hoje já se transformou numa tempestade tropical mas deixou rasto de destruição e cerca de 30 mortos
O furacão Irma foi considerado o maior furacão de sempre no oceano Atlântico, mas este não foi o único recorde que esta tempestade quebrou. O Irma, que entretanto já é apenas uma tempestade tropical, é também o mais longo furacão de categoria 5 alguma vez registado no mundo, mantendo-se durante três dias consecutivos na categoria mais alta da escala Saffir-Simpson. Especialistas dizem não haver registos de uma tempestade a este nível.
O Irma trouxe rajadas de vento de 298 Km/hora durante 37 horas consecutivas, quebrando também o recorde de intensidade desde que são estudadas tempestades. Em alguns locais, foram registadas rajadas de vento superiores a 360 quilómetros por hora.
O recorde de intensidade pertencia ao tufão Hayan, nas Filipinas em 2013, que manteve ventos de 298 Km/hora durante 24 horas.
É de destacar também que, devido ao Irma, foi ordenada a maior evacuação de sempre nas Bahamas - cinco mil pessoas - e possivelmente a maior evacuação de sempre nos Estados Unidos. Cerca de 6 milhões e 300 mil pessoas foram obrigadas a abandonarem as suas casas na Florida, segundo a CNN.
Sem precedentes foi também o tamanho da tempestade. Os ventos e as nuvens do Irma chegaram a cobrir uma área de 181 mil quilómetros quadrados, quando, por exemplo, o estado da Florida tem 170 mil quilómetros quadrados.
A Organização Mundial de Meteorologia revelou na semana passada que o Irma bateu igualmente os recordes de energia acumulada, gerando em sete dias mais energia que as oito tempestades que o antecederam na região.
A parte continental dos Estados Unidos nunca tinha experienciado dois furacões superiores à categoria 4 no mesmo ano. Este verão, este país enfrentou o furacão Harvey, que atingiu o Texas e a Luisiana no final de agosto e matou 71 pessoas, e está agora a tentar sobreviver ao Irma.
Esta segunda-feira, o furacão aproxima-se da cidade de Tampa, no estado da Florida, na categoria 1, após ter diminuído de intensidade. Entretanto, ao início da tarde (hora de Lisboa), o Irma transformou-se em tempestade tropical.
Apesar de ter enfraquecido, o Irma deixou à sua passagem uma "crise humanitária" em Cayos, no extremo sul da Florida, onde chegou no domingo com força de categoria 4, a segunda mais alta. Nesta área, o furacão deixou devastação e ainda a ameaça de ocorrência de ondas perigosas.
Cerca de 1 milhão e 300 mil pessoas ficaram sem energia nas primeiras quatro horas após o furacão ter chegado à Florida e agora, sob a influência da tempestade, esperam-se inundações na Florida que ultrapassem os 4,5 metros.
O furacão já causou três mortos no estado da Florida, depois de ter deixado um rasto de destruição e de ter provocado 38 mortes, na sua passagem pelas Caraíbas.
A porta-voz da Organização Mundial de Meteorologia, uma agência especializada da ONU para a meteorologia e o clima, afirmou que o aquecimento global aumenta a força dos furacões, citando conclusões do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas.
Espera-se, nesse sentido, que se registem mais furacões de categoria 4 ou 5 no século XXI que os ocorridos no século XX.
Fonte: DN
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