segunda-feira, 11 de setembro de 2017

O grande imitador

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4.0 Tecnologia, inovação e empreendedorismo
 
 
  João Pedro Pereira  

Há uma lei sobre o valor de uma rede de telecomunicações que diz, resumidamente, que uma rede tem tanto mais valor quanto mais aparelhos – ou, numa adaptação mais moderna, pessoas – estiverem nessa rede. É um dos grandes trunfos do Facebook, a maior rede social online. Outro é ser uma máquina de fazer dinheiro, com recursos para ir atrás do que outras plataformas estão a fazer, incorporando muitas suas funcionalidades.
Depois de ter dado passos para fazer do Messenger também numa ferramenta de comunicação entre empresas e os respectivos clientes, o Facebook decidiu fazer o mesmo com o WhatsApp, a aplicação de mensagens que comprou em 2014 por uns surpreendentes 19 mil milhões de dólares. O plano é criar uma versão da aplicação que permita, por exemplo, enviar notificações aos clientes sobre o horário de um voo ou sobre o processo de entrega de uma encomenda.
Antes, já tinha usado o WhatsApp e o Instagram (que também é propriedade do Facebook) para replicar várias funcionalidades do Snapchat, uma aplicação de comunicação assente em imagens efémeras e que está a desiludir os investidores, em parte pelo baixo ritmo a que conquista novos utilizadores.
Por fim, o Facebook parece estar a testar uma ferramenta de encontros, embora não necessariamente amorosos ou sexuais, mas com inspiração clara em aplicações como o Tinder. De acordo com a descrição de um jornalista que se deparou com a funcionalidade no seu perfil, o Facebook apresentou uma lista de amigos que poderiam ter interesse em encontrar-se com ele naquela semana. Nesta lista, o utilizador pode assinalar aqueles com quem se quer encontrar. Se do outro lado houver uma correspondência, a plataforma assinala que ambos disseram que sim.
O Facebook afirmou que não está a pensar entrar no campeonato dos encontros íntimos. Mas é plausível imaginar que nos escritórios do Tinder haverá alguma preocupação. Pode parecer estranho procurar romance no mesmo sítio onde estão familiares e amigos de infância – mas os algoritmos saberão fazer o filtro. E, afinal, quantas mais pessoas numa plataforma, mais hipóteses de um match.

Digno de nota

- Esta terça-feira é dia de iPhone, o telemóvel que inaugurou a era dos smartphonesmodernos e que inevitavelmente capta mais atenção do que qualquer outro. Uma invulgar fuga de informação permitiu antecipar vários detalhes.
- Por alguns momentos na semana passada (e em alguns círculos) parecia que a misteriosa história da Yupido, uma empresa tecnológica com um capital social astronómico, era o tema mais importante no país. Não era, mas não deixa de ser um assunto digno de curiosidade e investigação. A empresa não paga salários, nem parece ter funcionários (apesar da dezena de executivos listados no site). Encontrou um revisor oficial de contas que avaliou a plataforma que está a desenvolver em mais de 28 mil milhões de euros, um montante que é muito superior ao de qualquer uma das mais valiosas companhias portuguesas. A Polícia Judiciária está, pelo menos, a olhar para o assunto, noticiou o Expresso. Ao site Eco, um porta-voz da empresa garantiu que tudo é legal.
- Um estudo controverso: investigadores da Universidade de Stanford usaram inteligência artificial para deduzir a orientação sexual de pessoas a partir de traços fisionómicos em fotografias. A investigação, que foi publicada numa revista científica, está a gerar muitas críticas, em parte porque a tecnologia foi usada só em fotografias de pessoas brancas, que eram classificadas apenas como sendo heterossexuais ou homossexuais. Os autores do estudo dizem que pretendiam alertar para os riscos da tecnologia de reconhecimento facial.
- Para os amantes de café, temos algumas sugestões peculiares, entre as quais um despertador que prepara o café na mesinha de cabeceira, para estar pronto assim que acordar. Uma das vantagens é que o despertar se faz com o barulho da água a ferver e com o cheiro do café acabado de fazer. Por outro lado, não será impossível alguém queimar-se logo pela manhã. Em qualquer dos casos, não é a pior ideia desta lista
4.0 é uma newsletter semanal dedicada a tecnologia, inovação e empreendedorismo. O conteúdo patrocinado nesta newsletter não é responsabilidade do jornalista. Críticas e sugestões podem ser enviadas para jppereira@publico.pt. Espero que continue a acompanhar.

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