O maior sindicato metalúrgico do mundo, o alemão IG Metall, acaba de negociar um acordo que numa primeira fase proporcionará aos seus 2,3 milhões de associados a possibilidade de optarem por um horário semanal de 28 horas. Trata-se de um plano que poderá ser aproveitado por trabalhadores de outros sectores, beneficiando ainda de fortes aumentos, na ordem dos 4,3 por cento no círculo IG Metall, que deverá ser implementado na Alemanha a partir de 2019.
O acordo foi assinado em Estugarda após uma série de greves de 24 horas e um ciclo de duras negociações entre o IG Metall e a Südwestmetall, uma associação patronal do sudoeste da Alemanha, para abranger quase um milhão de trabalhadores dos sectores automóvel, metalomecânico, metalúrgico e eléctrico de Baden-Württemberg, região onde estão sedeadas os maiores gigantes económicos da Alemanha.Os trabalhadores poderão optar pelas 28 horas durante até dois anos, regressando depois ao modelo das 35 horas. O IG Metall abrange o tecido laboral de empresas como Daimler, BMW, Porsche, Volkswagen, Audi, Siemens, Thyssen-Krupp, Airbus e Bosch.
À primeira vista, a negociação trabalhada pelo IG Metall significa que os seus associados poderão trabalhar menos horas – com proporcional corte no salário – para prestar assistência à família.
Mas a flexibilização não se resume à semana de 28 horas e abre também a possibilidade de um trabalhador optar por fazer 40 horas semanais, aumentando dessa forma o rendimento salarial.
Esta terá sido uma contrapartida exigida pelo patronato no sentido de salvaguardar o alargamento da jornada laboral em períodos de maior necessidade de produção.
Trata-se de um acordo que foi negociado por representantes de mais de 700 companhias agregadas na Südwestmetall e que poderá ser aproveitado já a partir de 2019 pelos funcionários das grandes construtoras alemãs. Atualmente abrangidos pelas 35 horas semanais, poderão optar pelas 28 horas durante um período máximo de dois anos, após o que regressarão ao modelo das 35 horas.
Efeito contágio
A flexibilização não se limitará ao universo da IG Metall e deverá “afectar” todo o sector da indústria, com os analistas a dizerem que “o padrão está lançado para toda a gente”.O acordo terá custado 200 milhões de euros às grandes empresas, disseram a imprensa e os sindicatos alemães.
“Podemos contar para breve com acordos semelhantes noutros sectores e noutras regiões”, assinalou a consultora Famke Krumbmüller, da OpenCitiz, citada pela CNN.
E, apesar de serem fruto do trabalho do sindicato, as condições vão estender-se aos trabalhadores não-sindicalizados, uma garantia das empresas que trabalham com a IG Metall.
E se as 28 horas entram em vigor no próximo ano as negociações da IG Metall que levaram a aumentos na ordem dos 4,3 por cento serão implementadas já em abril, o que equivale a um aumento médio de cerca de 3,5 por cento em 2018, muito superior à inflação.
RTP
Apresentação do Mapa de Sessões de Colheitas de Sangue a realizar no ano de 2018 no Posto Fixo da ADASCA em Aveiro
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