David Dinis, Director
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Bom dia!
O Senado americano fechou um orçamento para dois anos, num raro acordo bipartidário na América de Trump, conseguido com um cheque de 400 mil milhões de dólares. Mas a figura da noite acabou por ser a democrata Nancy Pelosy, que falou oito horas sem parar, contestando a ausência de acordo sobre a integração de imigrantes sem documentos. Foi um discurso "épico", o mais longo da história do congresso, diz a Associated Press.
A Venezuela marcou eleições para 22 de Abril. E foi logo depois de fracassarem as negociações entre a ala de Maduro e a oposição ao regime chavista.
O Facebook recebeu um pedido: "Pensem nos vossos filhos". Um grupo de ex-trabalhadores de Silycon Valley e de lobistas de Washington avisaram para a relação entre o vício, a ansiedade, a obesidade e a depressão, pedindo aos "bons pais" que pensem no mal que estão a fazer aos mais novos.
O Jamor ficou mais perto do Dragão. No clássico de ontem, Jorge Jesus apostou numa estratégia cautelosa - e os “dragões” foram superiores. O resultado foi 1-0, mas porque valeu São Patrício. Faltam 71 dias para sabermos quem segue para a final da Taça.
O que marca o dia
Um conselho da Igreja Católica. Se for recasado, abdique do sexo. A orientação está contida no documento que o cardeal-patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, publicou anteontem, com algumas normas para regular o acesso aos sacramentos de pessoas em “situação irregular” (aos olhos da Igreja, claro).
Álcool e cannabis a mais, sobretudo nas mulheres. O estudo sobre dependências, divulgado ontem, mostra que o problema está a ganhar contornos preocupantes acima dos 45 anos.
Um deputado pela cannabis, mas não pela eutanásia: o social-democrata Ricardo Baptista Leite diz que as experiências lá fora atestam a liberalização da droga leve, mas nunca uma morte paga pelo SNS (na entrevista ao PÚBLICO e Renascençade hoje).
A discussão da eutanásia vai dar dores de cabeça ao Presidente. A Associação de Cuidados Paliativos quer falar com Marcelo sobre o tema mais sensível do momento.
Angola vai manter a pressão alta sobre Portugal. Ontem, o Governo de Luanda envolveu a CPLP na batalha sobre Manuel Vicente. Mas Marcelo diz que estaremos "juntos para sempre".
O Governo confirma que vai mexer nas leis laborais. Vieira da Silva diz que isso "é muito expectável", mas lendo as palavras do ministro não é expectável que vá muito longe.
As notícias no mercado de trabalho são mais ou menos animadoras. Há menos desemprego, é verdade, mas igualmente precário - assinala o Negócios. Mas, vá, a Comissão Europeia acha que a economia ainda dará um pequeno empurrão (mesmo que mal comparado com a UE, anota o Negócios).
Na RTP, ser director é um cargo precário. Porém, também se criam amigos - como pode atestar Nuno Artur Silva.
Mais difícil é ser trabalhador na RTP, porém. A administração da empresa está a propor-lhes contratos criativos, denuncia o Bloco.
As relações laborais na Autoeuropa estão um pouco estranhas. Sem acordo com os patrões, o futuro da Comissão de Trabalhadores vai a votos, confirmou o Luís Villalobos.
Na CGD, é preso por ter cão e... Bom, isto para dizer que Paulo Macedo foi chamado à Assembleia para explicar o aumento das comissões e redução de trabalhadores.
No BCE, o futuro é entre um político e um técnico. Isto para substituir Vítor Constâncio na vice-presidência.
Por cá, Centeno pôs em banho-maria a nova supervisão. Se a ideia era mudar as regras rapidamente, agora a ordem é para manter a prudência. Os bancos, esses, pedem um descanso.
Pela Europa fora
1. Na Alemanha, fizeram-se das fraquezas forças. No dia seguinte ao acordo para uma "grande coligação" que vai governar em Berlim, é preciso ler a Teresa de Sousa, para percebermos até que ponto era inevitável este bloco central, até onde podemos dizer que houve uma grande vitória do SPD - ou que questões vai este acordo levantar na própria Alemanha. Vale a pena também ler os pontos-chave do acordo, conhecer o homem que vai substituir Herr Schauble nas Finanças (também adepto de um "zero preto" no orçamento) - e rever o peso que os sociais-democratas ganharam no novo elenco governativo. Chegará para que o acordo passe no referendo interno? O especialista em sondagens, Richard Hilmer, diz que a escolha no SPD é “entre a peste e a cólera”.
2. Os espanhóis mergulham na arte portuguesa. O Museu Rainha Sofia, em Madrid, quer mostrar ao público espanhol a arte que se fez em Portugal no começo do século XX. E foi buscar um poeta para servir de cicerone. A exposição sobre o nosso Fernando Pessoa abre em Fevereiro, mas a Lucinda Canelas não resistiu a contar-nos o que se diz por lá.
3. Em Paris, Agnès vê desfocado, JR vê escuro, Jean-Luc rouba o filme. Aqui entra a crónica do Vasco Câmara sobre um filme que é um encontro improvável de grandes nomes do cinema. "JR, 33 anos, e Agnès Varda, 88, fizeram um filme: viajam pela França com uma carrinha photomaton (é dele), enchendo a paisagem de retratos gigantes das pessoas que encontram, colagens ao vivo, colagens vivas, para que os rostos e encontros não desapareçam por entre os buracos da memória." É a encenação do feliz (des)encontro. E quanto valem três estrelas na escala do Vasco?
4. Por cá, abrigamos os sem-abrigo do frio que nos gela. As baixas temperaturas fizeram activar o plano de protecção das populações mais vulneráveis. Agora, há cama, comida e banho quente para quem, por esta altura, passa “frio, frio mesmo”. Na Estrela, o pavilhão da Lapa transformou-se num grande dormitório onde, pela primeira vez, quem não tem um tecto terá um espaço confortável para pernoitar. A Cristiana Faria Moreira foi até lá, ver, ouvir e sentir: “Ó Paulo entra, entra, vais ver como vamos subir um degrau”.
A agenda de hoje
É dia cheio na Justiça: o juiz Rui Rangel é ouvido no Supremo, sobre o seu papel na Operação Lex; Cândida Almeida serve de testemunha no âmbito daOperação Fizz.; e ainda temos o começo do debate instrutório da Operação Zeus, onde um espião é acusado de ajudar as secretas russas.
Na política, o Parlamento debate a necessidade de "melhor emprego", mas também a criação de uma factura detalhada de combustíveis. E o Governo distribuiu-se entre a adjudicação das primeiras casas para as vítimas dos incêndios de Outubro e uma reunião de acompanhamento dos efeitos da seca.
Lá por fora, é dia de parada militar na Coreia do Norte - um dia antes de começarem os Olímpicos de Inverno na vizinha Coreia do Sul (e horas depois de a pompa e circunstância atravessarem a fronteira).
Ora aí está um bom tema para amanhã.
Eu despeço-me por aqui.
Um dia produtivo e feliz para si!
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