David Dinis, Director
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Bom dia! À beira do fim-de-semana,
as notícias são estas:
A ETA pediu desculpa. Num comunicado tornado público esta manhã, a organização terrorista reconheceu o "dano causado" e admitiu a sua "responsabilidade" no "sofrimento desmedido" da sociedade basca. O Governo de Madrid reagiu dizendo que o pedido de desculpas mostra "o reforço do Estado de Direito" em Espanha (com um evidente recado para outros independentistas). A síntese está aqui.
As notas do ex-director do FBI põem Trump a nu. Reveladas durante a madrugada, alegam que Putin disse a Trump que "a Rússia tem as prostitutas mais bonitas do mundo" (entre outras intimidades da Casa Branca, como diz o New York Times).
Putin diz estar pronto para se encontrar com Trump. O MNE russo reconheceu hoje que os dois presidentes falaram ao telefone após o ataque americano na Síria, reconhecendo que a intervenção não ultrapassou a linha vermelha traçada pelo Kremlin. Fico, portanto, porta aberta para um encontro a dois. Mas Sergey Lavrov anotou, mesmo assim, que Moscovo deixou de ter obrigação moral de não vender armas a Assad.
Trump reforçou a equipa que o defende no inquérito da Rússia. O antigo mayor de Nova Iorque, Rudy Giuliani, antigo procurador federal e um dos mais carismáticos apoiantes de Donald Trump durante a campanha eleitoral, vai juntar-se à equipa de advogados do Presidente.
O novo presidente de Cuba reivindicou o legado dos Castro. No seu primeiro discurso enquanto chefe de Estado, Miguel Díaz-Canel comprometeu-se a prosseguir as reformas económicas de Raúl. Mas a continuidade foi a palavra de ordem: “Socialismo ou morte. Venceremos”, disse ele. Agora, estes são os seis desafios do novo Presidente.
O que marca o dia
Na Saúde há 200 queixas por dia. Em 2017, a Entidade Reguladora da Saúde recebeu 70.111 reclamações relativas a prestadores públicos e privados, mais 18,4% do que ano anterior. Já os elogios desceram em comparação ao período homólogo. A nossa manchete de hoje é da Ana Maia.
O Governo impôs limites aos preços praticados na ADSE. A proposta surge numa altura em que as negociações entre o conselho directivo da ADSE e os hospitais privados para a fixação de uma tabela de preços já duram há mais de quatro meses, lembra a Raquel Martins.
Na Educação, há milhares de precários sem concurso à vista. As queixas pela demora na regularização e novas queixas dos directores sobre falta de pessoal fazem prever um arranque do ano lectivo atribulado, dizem DN e JN de hoje.
O PS quer requisitar casas vazias para colocar no arrendamento. O projecto de Lei de Bases da Habitação, preparado por Helena Roseta, dá poder aos municípios sobre casas injustificadamente devolutas. Mesmo nas outras opções, reforça o papel do Estado e sacrifica a propriedade privada.
A aproximação ao centro agita a ala esquerda do PS. João Galamba, porta-voz do partido, alerta assim: "Espero que o PS tenha bem presente as escolhas concretas que fez". Manuel Alegre clama pelo "reforço" da união à esquerda. E António Arnaut pede um novo SNS contra a direita (num artigo com João Semedo, do Bloco).
Entretanto, o PSD não rejeita o Programa de Estabilidade. Um projecto de resolução social-democrata pede reformas, mas saúda a trajectória do défice.
Na Justiça:
Manuel Pinho terá recebido do BES enquanto era ministro, diz o Observador.
E um ex-director da Brisa é suspeito de corrupção, na expropriação de terrenos.
Atenção também a esta notícia sobre combate ao fogo: Portugal perdeu um terço dos bombeiros, diz um estudo antecipado hoje pela TSF. E a esta outra sobre o meio ambiente: os rios estão “bloqueados” por açudes e barragens obsoletas
Quatro entrevistas
1. David Byrne quer ver-nos a sorrir. A entrevista que lhe fez o Vítor Belanciano é o tema de capa do ípsilon. Byrne não está satisfeito com a América e com o mundo, mas recusa-se a olhar apenas para os lados sujos da existência. Propõe que se valorizem os sinais encorajadores – entre eles, Portugal. Em American Utopia, o álbum e o novo espectáculo que passará pelo EDP Cool Jazz a 11 de Julho, diz-nos que a esperança é possível. Até porque, diz ele, "Somos apenas turistas nesta vida mas a vista não é má".
2. A receita de Niels Thygesen para evitar outra crise no euro. Criado há um ano e meio para, entre outras coisas, avaliar se as regras europeias estavam a ser bem defendidas pelas instituições europeias, o Conselho Orçamental Europeu mostrou recentemente dúvidas sobre a forma como a Comissão decidiu no caso das sanções a Portugal e a Espanha. O presidente da entidade diz ao Sérgio Aníbal que o problema é que as regras são demasiado complexas e difíceis de cumprir. E defende que, para a zona euro estar preparada para uma nova crise, deve criar uma capacidade orçamental comum.
3. Sobre o nosso "silêncio cúmplice com as violações de direitos humanos". Em Fafe, para participar no Terra Justa, o número 2 da Human Rights Watch diz-se “cuidadosamente optimista” com a situação dos direitos humanos: há melhorias, garante Bruno Stagno-Ugarte. Mas depois deixa-nos uma lista de "situações preocupantes": Coreia do Norte, Síria, Líbia, Iémen, Birmânia, República Democrática do Congo, Sudão do Sul, Sudão, Somália, Ucrânia... ou ainda os direitos das mulheres e crianças, dos incapacitados, comunidade LGBT, defensores do meio ambiente ou sindicalistas. Vamos ponto a ponto, António Marujo?
4. Em Portugal existe jet set? Como é que as revistas cor-de-rosa conseguem surpreender os políticos, os actores ou os futebolistas na praia ou numa saída à noite? Como é que sabem que A namora com B? Como é que são as festas frequentadas por celebridades? De onde surgiu a expressão “brigada do croquete”? Há quem faça de tudo para aparecer nas páginas das revistas? Com o livro Planeta Cor-de-Rosa, Luísa Jeremias mostra os bastidores da imprensa... cor-de-rosa. A directora da revista Flash! defende que pratica um jornalismo sério. A Bárbara Wong fez-lhe as perguntas.
A agenda de hoje
O Governo vai à Concertação Social, regressando ao tema da legislação laboral. O BPI mostra os resultados do primeiro trimestre. Mas o momento alto chega ao fim do dia, quando a Moody's e a DBRS reavaliam o rating da dívida de Portugal (subirá?).
Na política, os líderes estarão todos à vista (Marcelo, Costa, Rio, Jerónimo), em sítios diferentes. Mas o que se destaca é o voto no Parlamento sobre a entrada da Santa Casa no Montepio. A apresentação de um estudo sobre incêndios em Portugal. E uma conferência de imprensa dos sindicatos da educação.
Lá por fora é dia de reunião magna do Partido comunista da Coreia do Norte. E da despedida e homenagem à antiga primeira-dama americanaBarbara Bush.
Como a semana está a acabar, deixo-lhe porta aberta para as estreias da semana. Ou para uma exposição a visitar nestes dias. Como diz o Vítor, na Gulbenkian há arte pop, mas não como a imaginamos.
Tenha uma boa sexta-feira, um fim-de-semana feliz.
Até segunda!
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