terça-feira, 3 de abril de 2018

IGUEIRA DA FOZ: Natália Correia recordada no Auditório Municipal

Resultado de imagem para FIGUEIRA DA FOZ: Natália Correia cortada no Auditório MunicipalO Auditório Municipal acolheu, no passado dia 29 de março à noite, no âmbito das 5as de leitura e em comemoração do Dia Mundial da Poesia,  a peça de teatro “Nome: Natália”, uma produção da Trêsmaisum, seguida de uma tertúlia com Fernando Dacosta, amigo da falecida poeta e autor do livro «Botequim da Liberdade», sobre a vida de Natália Correia. 
Duas mulheres em palco, num cenário doméstico elegante. Uma das mulheres é imediatamente reconhecível: o cabelo apanhado, o lenço a alongar os gestos, a boquilha em riste, como uma arma, de sedução pela substância e, por muito que ela o recusasse, pela forma. A outra mulher, muito mais discreta, é jornalista. A Natália faz as perguntas que se impõem a um dos maiores vultos culturais portugueses do século XX, em quem a fronteira entre o génio e a inadequação à sociedade do seu tempo era, como tantas vezes acontece, ténue: Corpo ou espírito? A insularidade vive na alma? Que fantasmas vivem toda a vida em nós? A quem nos abandona, devemos agradecer pela liberdade e pela força a que nos obrigam?
Depois da peça, que revela uma Natália Correia a um tempo resoluta e frágil, promotora de convívios inesquecíveis e senhora de uma incontornável solidão, que se entrega à indignação e às paixões com a mesma intensidade, realizou-se uma tertúlia, com as duas atrizes,  Maria Emília Castanheira e Ana Paula Costa - que, para além de intérprete neste espetáculo, é a autora da Fotobiografia de Natália Correia, editada pela D. Quixote e que deu o mote à peça - e o escritor Fernando Dacosta, que privou muito de perto com a também romancista, dramaturga e ensaísta, Natália Correia. As suas excentricidades, as polémicas que a envolveram e a dificuldade que teve em integrar-se numa Lisboa ainda impreparada para uma mulher insubmissível e indomável, deram o mote à conversa que se prolongou pela noite dentro.

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